quinta-feira, 10 de abril de 2008

O mundo é econômico


Desde que o ser humano é ser humano, sempre procura suas seguranças: emocional, afetiva, espiritual e econômica - mesmo antes de saber ou teorizar economia (que ao pé da letra significa 'governo da casa').

Vejo pessoas falando sobre esportes (Copa do Mundo, Fórmula 1, Olimpíada), sobre cinema, televisão e outras formas de entretenimento, como se fossem as coisas mais puras do mundo e por isso se 'enojam' ao verem apelos econômicos sobre os temas. Outros falam sobre as indiscreções na política, nas artes, nas gestões públicas e privadas, e se irritam porque há favoritismos, nepotismo, 'vistas grossas' ou ações protecionistas, como se tudo isso fosse simplesmente a ou i-moral. Há ainda aqueles que tremem devido as guerras inacabadas e inacabáveis no Golfo Pérsico, na China-Tibet, Afeganistão, Chechênia, Bósnia, sul da Rússia, Iraque, em TODA a África, e não conseguem entender os porquês de tanta morte e carnificinas em todos os continentes. Outros, mais lights, se arrepiam pela quantidade de brilho que as peruas ostentam, pelas necessidade que alguns têm em usar grifes famosas, ou de frequentar ambientes claramente para ricos (aqueles que comem ovo e arrotam caviar), e não compreendem porque tanta necessidade de aparências.

A resposta para todos estes pontos é a economia, o dinheiro, a ganância... em tudo o poder econômico está imbutido, às vezes mais explícito, às vezes menos. Veja-se quantas grandes marcas brigam pelos direitos a patrocinarem as equipes esportivas ou programas televisivos... quantas emissoras ou companhias de comunicações guerreiam pelo direito de transmissão e de detenção do sinal.

Estamos à margem da Olimpíada de Pequim... a China foi escolhida por motivo óbvio - lembre que em 2000 Honk Kong passou do domínio inglês ao chinês, com isso a economia na China deu um salto enorme, e todo economista sabe que quem quer crescer investe. O Tibet reclama sua independência econômica e política da China neste momento, por motivos óbvios - estrategicamente este é o momento haja vista que os olhos do mundo estão voltados para questões humanitárias e concentrados na China, devido aos jogos. O Tibet sendo país, economicamente é mais viável.

Quanto aos boicotes que alguns países ameaçam fazer é puramente simbólico, fazendo cortina de fumaça para as reais intenções que são: mostrar ao mundo a preocupação com a situação da população do Tibet e dizer que se preocupa com a democratização do mundo, e por outro lado é o investimento em marketing, pois grande parte do mundo consome produtos de marcas com preocupações sociais.

Agir ideologicamente no mundo de hoje é uma grande falácia, com excessão de alguns colégios infantis, porque o fim de tudo é que o capital aumente e o lucro se instale, quer capital e lucro financeiro, quer humanitário, quer de status, mas sempre algo que possa ser avaliado e mensurado em moedas.

Portanto, meus amados e amadas leitores e leitoras, não pasmem ante atitudes que parecem i/a-amorais, porque o que versa as atitudes sociais, políticas, educacionais, individuais e coletivas é a ética capitalista e se você não age assim, saiba que você (assim como eu) é um alienígena neste mundo.

2 comentários:

anderson.head disse...

passando para dar meu novo endereço..

http://flaviaeanderson.blogspot.com/

Vênus disse...

Oi,amigo
Pois é,vim do Blog do Exagerado e ele diz no seu post super-engraçado que a Humanidade não tem mais futuro após a fila para comprar os objetos do traficante Abadia..
Agora lendo o seu belíssimo texto creio que estamos começando a nos assustar com atitudes de seres humanos que começam a se banalizarem.É aí que reside o perigo:poucos ainda se chocam!
Diga-me :Loucura péga?
Grande abraço