quarta-feira, 7 de maio de 2008

Não me permita

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Eu sei que eu te disse:
já vou!


Sei que disse que iria te deixar
que minh'alma sangrava lágrimas
que meus olhos choravam sangue
que meu peito não mais te cabia
que teu peito não mais era minha morada

Sei que eu disse que não eras mais
a minha sinfonia - que eras batuque e ruído.



Quem me dera a ombridade
de não ser tão orgulhoso
e soubesse pedir perdão...
E soubesse sentar-me na varanda
tocar meu violão que tu guardas
e cantar-te "Chega de Saudade"...


Mas sou rude e bruto,
não sei acarinhar
não sei chorar
- me perdoa mesmo sem eu pedir,
porque sabes que quero ser perdoado
e que queres me perdoar.



Não, não, meu olhar te clama
não me permita ir embora,
convence-me a ficar
me abraça, me arranha, me rasga,
tu que só destilas amor em teu suor
me ensina a amar suave
e não me permita sair,
nem me permita pensar em desamor
não me dê liberdade de arbítrio
não me permita
eu ser dono de mim
porque só faço besteiras
contra mim e contra ti.

2 comentários:

Vênus disse...

Rui
Lindo!
Quantas vezes a gente só quer isso mesmo:um olhar pra trás do outro pra que caminhemos pra frente,juntos!
Bjs

Letícia Losekann Coelho disse...

Rui...
sem palavras,
a imagem com a poesia é de arrepiar!
beijos