
Tem silêncio que incomoda, tem silêncio que contagia, tem silêncio que nostalgia qualquer um...
Há silêncio sepulcral, que amedronta, atemoriza, dá frio na espinha.
Há silêncio entre amigos que diz mais que mil palavras; silêncio que abraça, que acaricia, silêncio que silencia a gente na hora de fazer besteira.
Muito nos fala o silêncio, muito nos fala o calar, o dizer com olhar, o dizer sem dizer, o deixar-se entender...
Há vezes que olhar o por do sol, ou a aurora, ou um ato qualquer, o admirar, o pasmar, não precisa palavras, e nos surge o silêncio contemplativo...
Quantas vezes alguém quer fazer algo como se fosse a coisa mais essencial de sua vida, o fazer seria sua cartase, e calamos, damos de ombros, ou se calam para nós, dão de ombros para nós, num interpretar com quase mil palavras um silêncio de palavra alguma.
Um beijo não tem palavras, nem que o defina, nem que o ensine (alguém já ensinou alguém como beijar?: abra a boca suavemente e a encoste na boca do outro, aí num leve movimento de respiração, introduza a língua... que é isso!!!) o beijo é silencioso; estralado, mas silencioso; úmido, encharcado, mas silencioso.
Quando tormentas nos vêm, um amigo real, um abraço, um apertar a mão, um ficar calado imóvel do lado, já compartilha tanta coisa, sem dizer nada, dizendo tudo.
Às vezes o silêncio é tão grande que quase dá pra ouvir as lágrimas escorrerem na face.
Às vezes o silêncio é tão grande que incomoda, que perturba.
Mas é no silêncio do silêncio que conversamos com nós mesmos, pode estar torando a maior guerra lá fora, tocando o maior rock, Mahalîlla (http://www.mahalilla.com.br/) pode estar tocando em sua maior inspiração, e dentro de nós estar o silêncio que faz com que nos encontremos, que encontremos o outro, que percebamos nossa magnitude e nossa insignificância.
O bom do silêncio é que tudo isso pode ocorrer no barulho, na bagunça... num momento silente da alma.