Primeiro, quero discordar de meu guru:
Hoje é minha vez de participar desta blogagem que o grande Bruno, Exagerado nos convidou. Na verdade, ele convidou o Ótimos e estendeu o convite a todos os blogueiros. Como o Ótimos também me convidou, eis-me aqui.

Primeiramente quero discordar de meu guru:
Ótimos, nem todo ciúme é virtual. Nem tudo o que é abstrato é virtual, uma coisa não é virtual somente porque não vemos, tocamos, cheiramos e porque tal coisa está fora de nossa capacidade sensorial. Amor é virtual? Ódio é virtual? Riso é virtual? A virtualidade refere-se a uma realidade imaginada, não a uma realidade abstrata. Um sonho, enquanto dormes, sim, é uma realidade virtual; uma novela ou um filme, são realidades virtuais, embora os sentimentos que aflorem no sonhador e no telespectador, são sentimentos reais (desculpe Talício - mas você teve sorte, se sua mulher estivesse na TPM poderia ter causado um
pintocídio).
Sanada a dúvida, e feita a queixa, vou discorrer sobre ciúme, em especial o ciúme virtual:
Sou ciumenta, sou possessiva, qual mulher não é? Aí entramos com a desculpa: "se for um ciumezinho que norteia a relação, tudo bem; só não pode ser doentio ou exagerado". Doentio e exagerado o cacete, ciúme é ciúme e pronto... se o carinha pisa na bola e dá margem para paquera e para a imaginação de outra mulher, é pra ser condenado, sim...Quem determina o "grau" de ciúme, se ele é exagerado ou normal! existe algum ciúmetro? Não estas coisas são incomensuráveis, o que pode acontecer é a pessoa perder o juízo e sair por aí dando bolacha em todo mundo e atirando pra todo lado - descontroladamente. Se for uma mulher, a gente desculpa devido às cargas adrenalínicas da TPM.Confessem aí, mulheres, é ou não é gostoso sentir ciúmes? Aquele sentimentozinho de posse, aquela cara de má que fazemos, aquele olhar que lê a alma masculina e deixa o cara menor que uma formiga anã?! E as piadinhas que soltamos! E aquelas ameaçazinhas: "pois quem te garante que sou fiel?", "se você olhar de novo, amanhecerá com a fronha rasgada"...O sentimento do ciúme começa com o aumento de nosso batimento cardíaco, aí a adrenalina vai crescendo e tomando conta de nosso juízo, de nosso raciocínio, aí passamos a odiar e queremos esganar, trucidar, esfolar vivo - a mente feminina é muito, mas muito fértil mesmo (ainda mais se for ciumenta), aí a gente começa a conjecturar: ah, por isso não me telefonou; naquele dia que tava com o celular desligado era pra não receber ligação da piranha, aquelas-zinhas do msn que nem sei quem é e de quem ele nunca fala só podem ser umas vacas! E quando ele sai daqui de casa será, que vai pro direto pro apartamento? Será que na hora do almoço, ele aumenta as estatísticas de motel? (vocês sabiam que os horários que os motéis são mais cheios são na hora do almoço e em dias de jogo?)Pronto, o barraco está montado, só falta derrubá-lo...O sentimento de ser traída é uma maravilha, principalmente quando não somos traídas (fica só na impressão), porque acuamos nossos homens na parede, como bandido cerca o mocinho num beco sem saída (a gente sabe que ele vai se safar com uma mentira ou desculpa qualquer), mas a gente quer mesmo é a endorfina de depois da briga, aquele sentimento de cansaço e de domínio dão lugar a um sentimento de carência afetiva... aí começamos a acariciar nossos cabelos (sinal clássico que queremos xamego), abaixamos a cabeça (sinal de que queremos ouvir palavras boas e bonitas), choramos (sinal que queremos um leve abraço, companheirismo e segurança na relação), aí beijamos e beijamos (sinal de que queremos encerrar a briga com uma trepada ardente, carinhosa e muito cheia de beijos).Não tenho nada contra os ciumentos e as ciumentas, contanto que tenhamos o controle para as agressões serem só verbais, porque passados alguns minutos estaremos bem... e passados anos riremos muito disso tudo - quando envelhecermos, riremos de todas as estupidez da juventude e seremos felizes velhinhos saudosos de nossos amores ardentes nas pias, jardins, semáforos, praias, cinemas, escadas de serviços, praças...