
No julgamento triplamente qualificado (por motivo torpe, sem condição de defesa da vítima, com crueldade) todas as provas eram contra o jovem assassino, que confessou o assassinato.
Contudo, naquela monarquia, havia uma pergunta que o juíz deveria proferir antes da execução capital de qualquer réu.
Uma vez confirmado o crime e sentenciado à morte, o juiz fala à numerosa platéia que assistia ao tribunal:
- Este jovem assassinou brutalmente a um jovem no bar, por motivo torpe, sua embriaguez; ferindo pelas costas e sem condição de defesa da vítima; após o assassinato, o jovem disse a todos que aquele nunca mais mexeria com mulher casada novamente. Desta forma, o sentencio ao enforcamento. Contudo, como manda a lei, pergunto: Há alguém que deseje assumir a culpa pelo crime no lgar do réu, e ser sentenciado por ele?
Silêncio geral na plenária do júri, até que uma voz feminina se escuta:
- Eu, eu aceito a pena pelo jovem!
Todos se viram para aquela mulher de 40 anos, e o juiz lhe pergunta se ela tem consciência do que está dizendo, ela afirma positivamente o desejo de pagar a pena por ele, e o juiz lhe pergunta por qual motivo ela aceita morrer pelo jovem:
- Quando, há vinte e um anos atrás eu conheci o pai deste garoto e me entreguei a ele, eu engravidei. Todos os dias, durante a gestação, eu sentia seu corpo se formando. Eu sabia que o meu sangue é que correria nas veias daquele feto, e depois do menino. Eu sabia que ele não seria formado pelo que eu comesse, mas, sim, por minhas próprias células. Eu sabia que o que compunha meu corpo é que iria compor o corpo dele, meus ossos cederiam cálcio e ferro para seus ossos, meu sangue cederia as hemácias e os leucócitos para o sangue dele, meu fígado, coração, pulmão, tecido adiposo, permitirism que células migrassem ao meu útero para formar aquela criaturinha e fazê-lo saudável. Eu sabia e sentia ele se formando em meu interior com substâncias que originadas em mim e que era assim que eu cumpunha e o formava no silêncio de meu corpo, no escuro de meu ventre, diariamente, a cada segundo. É por isso que estou disposta a assumir seus erros, não poque julgue que o criei mal, ou que eu tenha culpa por seus erros, mas porque o amo.
- É belo este seu ato, senhora, mas a senhora está realmente disposta a morrer por ele?
- Quando, há vinte anos, sujeitei-me à sala de parto, para o parir, lá eu fui como que à morte... as dores lancinantes que senti no romper de minha bacia, na abertura de meu corpo para seu nascimento, eu sentia dores de morte... eu me entreguei à morte na quele dia que o entreguei à vida - sim, como mãe, morremos na hora do nascimento porque sabemos que desde aquele dia em diante nossa vida é de nossos filhos...
- A senhora tem mita coragem... mas temos que exercer a justiça.
- Não é coragem meritíssimo, é amor. Não peço justiça a ele, peço misericórdia para ele e justiça para mim, porque não é justo para comigo deixar-me vivendo o resto de minha vida sem a presença deste a quem dei minha vida, há vinte anos.
(Este post foi feito a pedido - Jo e Clau me pediram um post para as boas mães... espero que gostem, não só elas, mas todos)