terça-feira, 27 de novembro de 2007


Abaitaguara jogava vôlei como ninguém... era ruim, o cara. Mas se sabia um Giba, qual o quê!
Cursando o encino médio, ia ter jogo, resolveu convidar sua amiga preferida. Em sua mente eles já eram namorados, mas nunca havia lhe dito suas reais intenções para com ela. Zulmira também gostava de jogar bola, embora não fosse atleta como ele.
Lá se foram os dois pra quadra da Escola Nossa Senhoras Não Sei Das Quantas, ficaram de se encontrar lá.
Sabe como é, tempos modernos, garoto sem dinheiro marca encontro no lugar do encontro pra não ter que pagar transporte, nem lanche, nem..., nem...
Ginásio apinhoado de gente, uma zoada que pra eles era música, a sensação.
Os times entram em quadra, tudo uniforme bonito, e o jogo começa.
O time da casa ganhou os primeiro e segundo sets, os visitantes o terceiro e o quarto. Emoção pra lá de mil batimentos cardíacos por minuto.
22 a 22, 24 a 24, o placar se estica até os 31 a 31.
Abaitaguara vai pro saque... procura o lugar onde estava Zulmira e não a acha... “Essa filha de uma égua some logo agora, vou fechar o set pra ela perder o melhor do jogo... vadia”!!!
Corre, lança a bola pra cima... um... dois passos... salta... corta no ar a bola com uma precisão cirúrgica, e com uma força titânica... a bola-míssil passa pela rede e vai desembocar bem no cantinho de fora da fita, na fita, em uma transversal que só um FDP conseguiria fazer...
O time da casa se olhou atônito... q u e b o l a ! ! !
31 a 32 pros visitantes...
Abaitaguara resolve, vou inventar aquele saque que jogava quando moleque.
Vai para o canto direito de sua quadra, vira de lado para a quadra ficando com os pés paralelos à fita do fim da quadra... com o braço esquerdo esticado para frente, ângulo de 90º com o corpo... bola na mão, lança o braço direito para traz e... e... e... zzzzzuuuuiiiiipe, a mão direita reta bate no fundo da bola, de forma que a bola sai para a quadra em hiper-super velocidade, mas fraca, e desce dentro da linha dos três metros de ataque adversário...
O time dono da casa se olha... sem entender como foi aquele saque.
Delírio da torcida visitante, apitos e apitos, gritos, saltos, risos, alegrias em todos os visitantes. Muitos alunos da casa se admiraram do jogo e estavam satisfeitos com o espetáculo, mesmo seu time tendo perdido. O próprio time perdedor veio cumprimentar satisfeitos aos vencedores, em especial a Abaitaguara:
- Brigado, brigado, brigado... sai apressado Abaitaguara, pra ver se encontra Zulmira. Vai de um lado pra outro, vai ao banheiro, cantina, e nada.
Já está ficando zangado, quando Zulmira chega com Andiva, uma colega atleta que tinha preferência sexual por pessoas do mesmo gênero que ela.
- Onde vocês estavam?!
- Fomos ao banheiro, e riem, riem muito...
- Vamos?!
- Vamos, diz Zulmira. Quando Abaitaguara olha pra ela, percebe que o blusão preto que Zulmira estava usando estava pelo avesso...
- Será que ela estava pelo avesso quando chegamos??? Deveria estar – matuta Abaitaguara.
Saem os três rumo à lanchonete, Abaitaguara no meio das duas, com seus braços estendidos em seus ombros. Sem ele notar, Andiva ia com a mão no bumbum de Zulmira.

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