segunda-feira, 26 de novembro de 2007
E aí, madame
Bêbado, caindo pelo peso da camisa, Agobar senta num paralelepípedo, bem perto da parada de ônibus... Dona Esperança esperava o coletivo, com aquele belo par de colunas brancas que sustentavam aquele corpo que nem parecia já haver parido três rebentos... mas a midi-saia que usava não pode deixar de ser percebida por Agobar, que escala as colunas com os olhos, numa velocidade caracólica.
- Que você está olhando, seu... seu... bêbado?! Ultrajou-se Esperança.
- Hum... nada... só as pernas mais... mais bonitas que já, hic, que já vi...
- Dê-se a respeito que sou uma mulher honesta seu trapo! veciferou a bela esperança
- Descurpe... pensei que as pernas fosse de uma mocinha... são muito bonitas...
Ela se afasta de Agobar, que retorna a meditar aquelas coisas que ele mesmo esquecerá em menos de um minuto...
Neste momento, passa um rapaz e cumprimenta D. Esperança pelo nome...
Entre tropeços e escorregões, Agobar consegue escorar-se no poste e erguer-se...
Ereto, como o estado etílico lhe permite, toma rumo ao bar, mas antes ainda fala à bela senhora:
- É cada nome da gente é Deus que dá...
- Por que você esta dizendo isso... com asco do molambo bêbum...
- Olhar pra você é ter esperança que o mundo vá melhorar... hic, sua beleza embriaga mais que cachaça branquinha que já vou tomar...
- Faça isso não, você parece um homem de bem, embora bêbado (vocês sabem como é, depois do elogio, tem gente que sempre abre espaço para um colóquio)
- Tô, hic, cumprindo a sina do meu nome: AGOra vou pro BAR... e saiu tropegando.
O pequeno Selmo, vira pra mãe:
- Mãe, por que tem gente que bebe tanto?
- Alguns é pra esconder o encanto, do tamanho que tem sua grande alma boa, diante tantas almas más que estão embriagadas de orgulho e prepotência...
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