quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Eu conheci papai noel

Dizem que estes seres fantásticos como coelho da páscoa, saci pererê, boitatá, bicho papão, fada madrinha, anjo da guarda, deus e papai noel não existem... bem... vou contar pra vocês que alguns deles existem, sim... Eu andava em minhas noites insones, como quem vai a-lugar-algum, sentei-me num banco da Praça da Estação em Fortaleza e fiquei vendo o movimento daquelas mulheres de poucas roupas, para fazer propaganda do corpo, via também algumas vítimas do álcool que os seduziu até transformá-los em sobras de seres humanos. Vi também uma combi branca chegar, abrirem sua lateral e cinco a seis pessoas descerem e começarem a servir caldo. Mais tarde, soube que uma dessas instituições religiosas que procuram agradar a Deus dando esmolas - ou as dão como forma de sublimar seus pecados, mas que expiá-los -, sempre distribui caldo nas praças da capital alencarina aos desafortunados que vagam nas noites. Vi um homem, cuja barba grande lembrava um misto de Santa Clauss e de Marx, mas sua roupa rôta lembrava coisas que pequenos burgueses não gostam de lembrar, veio com andar sóbrio, pegar alguns poucos pratos de sopa. Alguns, sim, quantos, não sei. Vi aquela criaturinha de menos de 1,6 m de altura, vindo, pegando dois pratos, voltando; logo, vinha novamente, pegava dois pratos de sopa e sumia na escuridão da ladeira que desce ao IML... repetidas vezes fez isso... Após a aproximadamente a oitava viagem de vai-vem deste homem, resolvi segui-lo de longe, mais com o olhar que com as pernas, para ver o que fazia... Sim, era exatamente isso que vocês imaginam, ele levava sopa para um grupo de crianças e mulheres que se envolviam em trapos debaixo de umas rampas de acesso aos fundos do IML. Mas não eram só mulheres e crianças, tinham também alguns gatos e alguns cães... Paciente, o homem trazia aquele banquete... Na noite seguinte, por curiosidade, fui à praça, e vi o tal homem fazendo a mesma caminhada... passei algumas semanas observando e verifiquei que a clientela dele modificava-se, haviam rostos novos, alguns não estavam mais, outros sumniam por uns dias, depois retornavam... só a figura daquele homem barbado não mudava, nem sua diligência em atender aqueles lá da rampa do IML. Intrigado, procurei conversar com ele, ele se negou, ao perguntar seu nome: - Noélio dos Santos E percebi que ser Noel, é ter espírito natalino, espírito de quem quer que todos tenham vida e um dia de hoje melhor que o de ontem

Um comentário:

Vênus disse...

Olá,amigo
Puxa..há muito queria ter vindo aqui,mas eu clicava...clicava...e seu painel não continha o nome do seu Blog nem endereço...ai,que raiva!!
Hoje ,lendo seu comentário no meu Blog(adoreeei!!),fiquei feliz de saber como encontrá-lo..Li todos os posts..só estou comentando neste,mas agora,vou te linkar e virei sempre.
Pois é,eu também tenho conhecido muitos papai-noeis(é assim??) pela vida.Gente ,cujo natal é todo dia pois, anonimamente oferece ao seu semelhante o que lhe é possível e que muitas vezes, é só o que o outro recebe...Creio que ando em falta com Deus e seu post me chamou atenção para ficar mais atenta ..
Ah..adorei o Nossa Mente..e o Amigo não Morre..aliás gostei de tudo,vc escreve muito bem..!!
Obrigada pelas visitas e um grande beijo