quinta-feira, 31 de julho de 2008

Talício e as belezas do sertão

Quano eu tava com um ano de casado, min-a mulé arresorveu cumemorá natár... ela dixe que era uma festa bunita e que fazia bem pra gente se aprocimá de deus... Tudo bem, todo marido recém casado topa tudo mermo... mas eu num vi nada que parecesse cum deus, a-nun-cê um presépo que fizemo... No segundo natár juntos, ela mim falô duma árvre de natár, que ela tin-a visto numas revista e inspricô pra mim cuméra essa tár árvre: era uma ponta de pin-ê-ro, cheia de infeite... - Mulé, onde eu vô arrumá pin-ê-ro neste diacho de sertão? - Pinheiro, homi, é uma árvre que nasce nos lugá frio! Num concordei cum isso, e fui fazê uma árvre de natár com nossas pranta daqui... cumeu tava brocando umas terra pro prantio, purque po inverno tava chegano, peguei uns pé de sabia, disfolhei, tirei do chão, discasquei, dei umas cortada aqui, umas acolá, e pronto, tava feita a min-a árvre, agora era só ela infeitá! Quano eu ía pra casa, parei no bar do Toinzin pra dar umas bicuricada numa cachaça boa que ele tin-a... aí passô um tár de turista que gostô da pranta cortada e me ofereceu um baita din-ê-rão pelo tronco... ora, de onde esse vin-a tin-a muito mais... O francês ficô loco pela pranta e falô pruns amigo... na ôtra semana eu tirei mai-so-meno uns vinte pé de sabiá e discasquei pros instrangêro... Foi um natár farto aquele, e min-a mulé pégô o din-ê-ro de uma árvre só e comprô uma baita árvre de natár, tão alta que ficô no alpendre da casa, purque num cabia na sala. Mas inté hoje num intendo: cumé que a mulé prefere apunhá uma árvre de prástico teno tanta pranta bunita de verdade que infeita muito mais? Vá intendê...

3 comentários:

Débora disse...

Talício
Já estava com saudades de vc...

Pois é...aposto que a árvore que vc fez para os turistas eram mais bonitas..,rs

Bela história do natár!!

bjs

Anônimo disse...

Seja bem vindo!!!

espreguiça, desperta e aproveita!!

devo confessar que tive certa dificuldade em entender o rapazito e o que pretendia hehe mas, em compensação concordo perfeitamente que tudo o que Deus faz é perfeito e, nós somos feitos á Sua imagem e semelhança

- como medico o dever será salvar, como humano, jamais julgar

Adoro-te Rui
Jinhos

Mari disse...

Oi,amigo

Puxa,há quanto tempo Talício não nos brindava com sus histórias e seu sotaque...
Pois é,"vá intendé" as muié....rs

Eu acho que ia preferir as árvores naturais..

beijos