segunda-feira, 14 de abril de 2008

Onde estou?


Eu havia estado onde meu corpo comparecia,
era costume meu viver comigo,
sentir minhas pernas me levando completo.
Minha alma e pensamento acompanhavam meu corpo,
era quase impossível eu não estar onde eu estava...
me sentia tão todo
me vendo e me sentindo no mesmo lugar...
mas meu mundo ficou pequeno
o pensamento ficou mais rápido que as pernas
eu não cabia mais em mim,
eu não estava mais comigo, viajava...
viajava sem sair e não me encontrava mais em mim
me perdia por caminhos que nunca pisara
mas sempre lembrava de voltar...
Vieste a mim
me levaste de mim
não sei pra onde fui,
mas sei que estando em ti
também me sentia completo
porque te trazia comigo,
o que de eu faltava e mim
eu trazia tu de ti para me preencher,
assim nos completávamos
e ficávamos inteiros
mesmo que distantes...

Sumiste de mim...
me deixaste na mão,
me deixaste sozinho
e levaste a minha parte de mim que cabia em ti
me roubaste, também, tu mesma de mim,
e ficou o vazio que me cabe
o vazio que te cabe
o vazio, desocupado,
que não cabe mais ninguém...
Não ando mais completo,
não ando mais comigo,
vou e venho de todos os lugares
contudo, tem uma parte de mim
que não está mais...
sumi de mim
e peço que se alguém me achar por aí
mande que eu volte pra mim,
pode ser que ela venha junto
e se não vier
é porque estou sobrando dentro dela.

3 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema...
Quando agente se doa por amor...corremos sempre o risco de nao nos encontrarmos jamais!

Denis Barbosa Cacique disse...

olá, Rui.
É a minha primeira visita aqui ao seu blog.
Gostei muito do poema. Principalmente da primeira estrofe.
Não esperava o rumo que vc deu a ele. Acho que a primeira estrofe, misteriosa qdo analisada de modo isolado, é melhor que o poema todo.
Mas não me leve muito a sério!
Abraços
Denis

Van disse...

Sobra tanta falta......
É sempre assim.