quinta-feira, 5 de junho de 2008

Talício conta Santinha


Quano eu inda morava no Piauí, cunheci Maria dos Santos, que todo mundo chamava Santin-a.
Mas todo mundo chamava e ela vin-a. Vin-a e se dava bem, mas dava bem mermo.
Procês terem uma idéia, ela era uma boa moça, de famíia. Seu pai era o jardinêro do fóru e sua mãe era copêra na iscola e ela era uma das minina que a gente achava das mais bunita.
Hilderôncio foi seu primêro namorado quano ela tin-a treze anos. Ricardoberto foi o segundo, êta paxão lôca, ela quase que amaluqueceu... mas asdispôis que a dô passô, ela reconstruiu sua vida. Aí veio uma fila inorme: Rogerildo, Albertolúcio, Bernardonildo, Jean Pierrildo... aí ela quis sê mulé...
Nesse tempo ela namorava o Bernardonildo que tin-a o maió respeito pela moça, mas ele num sabia que o maior disrespeito para uma mulher é respeita-la demais.
Cumu ela quiria semvergonice mermo, cumeço a sincontrá com o Pierrildo... esse era boa pinta, bunitão, sorridente, atileta, e muito brincalhão.
Pierrildo já tin-a morado com uma coroa na vila do Tico-tico, era experiente embora novo. Aí,
pra alcançá a intimidade com Santin-a foi fácin facin...
Logo eram amantes, até Bernardonildo discubrii, aí foi feia a briga...
Bernardonildo deu uns tapa na Santin-a e uns murro no Pierrildo... mas eles nem ligarum, afinal sintirum foi alívio, purquê agora pudiam namorar abertamente.
Mas Pierrildo tin-a um grande defeito: era pabulador!
Saía contano pra todo muno o que fazia com a Santin-a, ele sisqueceu que quem come calado come duas vez - Santin-a ficô falada no arraiá e jurô que nunca mais ia namorá, qual o quê... mudô-se pra morá numas casa de famíia na cidade grane e lá se perdeu de vez...
Homi, mulé, portêro de prédio, intregadô de gás, puliça, ôtras impregada... dava mais que maracujá... até que num dia pegô um isquentamento e ôtras duença da rua.
Vortô pro arraiá e ficô sem namorá mais ninguém...
Nessa tár de abstenção, Santin-a coin-e-cêu Ritágela, morena formosa que contrastava com sua pelin-a branca, seios grandes e seios pequenos, mulherão e pequerrucha... cumeçarum a namorá. Santin-a se paxonô por Ritágela... mas um tio da Santin-a não gostô da história da subrin-a sapatão, intonce marcô um farso incontro da Santin-a com a Ritágela, e, de tocaia, matô a namorada da subrin-a.
Santin-a entrô em pânico e resolveu sê frêra.
Foi pra sua úrtima festa num mês de maio, asdispôs entrou no convento.
Inda ontonte, cunheci uma frêra, a Irmã Osvalderina, que me dixe que Santin-a morreu há cinco ano, mas que era muito quirida pelas irmãs mais velha.
Ela era a frêra responsávi pelas iniciante e pelas noviça...

3 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

Sim... O talento realmente é de família!
beijos :)

anderson.head disse...

rsrsrsrsrs... essas iniciante e noviças devem ser frêras bem "dadas" hein!!

mas Talício... tu ficou de fora dessa??

até.

Lomyne disse...

Ora, mas não é que a tradição de alguma forma se passa a diante?

E com tantos nomes me vem à cabeça a piada infame de que isso é falta de dildo...