sábado, 26 de janeiro de 2008

É UMA QUESTÃO: O GÊNERO


É freqüente se falar em problemas de gênero na sociedade atual, como se todos os conflitos sociais tivessem sua base nas diferenças entre as diversas categorias existentes no planeta: ricos x pobres; brancos x negros x índios x amarelos x mestiços; patrões x empregados; homens x mulheres. Acredito, no entanto, que os maiores problemas sociais têm suas raízes no egoísmo, no egocentrismo, na falta de Deus e na forma de se olhar o mundo sob uma ótica distorcida.
Quando o problema está relacionado a problemas de domínio e de etnia, desenham-se os discursos como se as classes dominantes fossem completamente más e tudo o que fazem seja maquiavelicamente programado para perdurar o domínio. Entendo, porém, que as pessoas dominadas não se sentem fortes e articuladas o suficiente para lutar contra a dominação, e muitas vezes se permitem dominar legitimando-se incompetentes para o domínio ou para mudança de situação.
Já em relação ao gênero, o feminino se coloca como vítima do masculino, como se este dominasse aquele por maldade, egoísmo. Refuto esta idéia quando penso em alguns fatores sociais:
Primeiramente, vejamos quem passa mais tempo com as crianças: as mulheres. Então questiono: quem ensina que afazeres domésticos são função feminina? quem ensina que homens devem ter atividades, mesmo nas brincadeiras, que os conduzam a aspectos práticos e físicos e as que as mulheres devem brincar de fantasiar com suas bonecas e afazeres domésticos? quem ensina que os meninos devem conter suas emoções e serem práticos para a vida (pois dominar o choro – porque homem não chora – conduz o menino a perceber que deve ser prático e não emotivo, deve ser sensato, que chorar e birrar não trará soluções para seus problemas)? quem ensina que as meninas podem se dengar e chorar e conseguir algumas coisas pela mansidão da palavra, pelo fazer biquinhos e choros? quem ensina, desde a infância, que o homem deve sustentar a casa e que a mulher, se trabalhar fora, deve produzir patrimônio para si, para seus supérfluos, naquele pensamento de que o que for dele é da casa, mas o que for dela é dela? Assim, indago: quem cria a sociedade machista, se quem passa mais tempo com as crianças no período de formação do intelecto, do caráter e da personalidade das crianças (adultos em potencial) é a mulher? Quem é, pois, machista?
O homem morre cerca de 10 anos antes de suas companheiras. Acredito que as mulheres deveriam ser mais gratas aos homens pelos 6000 anos em que ele se expõe ao perigo para salvar sua casa e para proteger sua aldeia e se expõe ao trabalho árduo enquanto elas ficam na proteção do lar, cuidando das crianças e das coisas do lar. O egoísmo fez com que ela procurasse sair da casa e lutar por postos de trabalho para promover bens que o trabalho masculino não providenciava por serem, em sua maioria, bens supérfluos para a sobrevivência. As fêmeas da raça humana deveriam ser mais gratas aos homens por estes se exporem mais às doenças e aos perigos.
O movimento feminista exige às mulheres posições trabalhistas iguais entre homens e mulheres, mas posições diferentes na sociedade. Quem já viu mulher abrir porta de carro para homem entrar? Ou sair do carro para discutir com um barbeiro que causou uma colisão ao carro em que ele dirigia?, se houver um homem no carro é função dele ir discutir! Quantos homens sustentam a família, mesmo depois de acabar o casamento? Quantos filhos ficam com os pais e as mães pagam a pensão sem reclamar? O homem, na sociedade, deve ser gentil, não pode coçar testículos, mas a mulher pode fazer aquela cena ridícula de tirar a calcinha da vala criada entre as nádegas.
Milhares de dinheiros podem ser gastos com cosméticos femininos, se o homem faz tais gastos logo se questiona a masculinidade dele.
E as leis que protegem mais as mulheres que os homens!? Devido nossa tradição cristã, que entende que o homem é um ser mais forte que a mulher, o gênero feminino ficou protegido sob a égide da fraqueza física e na condição de protegida pelo masculino. Daí, as leis foram sendo criadas de forma a exigir do macho o sustento familiar, a responsabilidade doméstica perante as instituições civis e públicas, a preocupação pela proteção também é uma exigência aos machos. Até bem pouco tempo o Cadastro de Pessoa Física (CPF) utilizado pelo homem, também podia ser usado por sua esposa, só recentemente que foi exigido um CPF para cada indivíduo.
Na seguridade social, a mulher se aposenta com menos tempo de contribuição. Ora, se o salário masculino é maior que o salário feminino e o tempo de contribuição delas é menor também, é certo que o homem terá muito mais dinheiro, por muito mais tempo, sendo descontado para a previdência, que a mulher. Elas brigam por isonomia salarial, digamos que ocorra, mesmo assim o macho irá contribuir por uma média de cinco anos a mais que a mulher. Mesmo que exerçam a mesma atividade.
O homem é obrigado a servir às forças armadas, as mulheres servem se quiser, e nunca nas fileiras do front, raras exceções. Homens são os guarda-costas...
Não pretendo neste texto fazer protesto à posição feminina na sociedade, mas à falta de objetividade nas observações que se fazem acerca de um feminismo hipócrita, que não almeja igualdade de relações, mas supremacia feminina à masculina. Entendo que a luta contra todas as formas de preconceitos deve partir do entendimento que somos diferentes, e à partir da ciência destas diferenças pensar em possibilidades iguais. Tratar igualmente os diferentes é tratar diferenciadamente em relação à potencialidade e condição humana.
O livro, cujo título original inglês é "por que as mulheres não lêem mapas e os homens não perguntam o caminho", traduzido por “Por que as mulheres fazem amor e os homens fazem sexo” mostra um estudo científico sério sobre as diferentes expectativas masculina e feminina.
Por fim, entendo que somos diferentes de forma geral, pela contextualização do gênero, e especificamente também em relação ao indivíduo. Mas ser diferente não nos torna melhor ou pior que o outro, entendo que devemos respeitar o ser humano como ser humano, pois as necessidades básicas de um é a mesma do outro.

7 comentários:

Mari disse...

Olá,amigo
Pois é...é um tema polêmico,mas tudo o que vc diz é verdade,principalmente sobre o egoismo do ser humano..
Quanto às mulheres,eu sempre achei que elas perderam mais do que ganharam com a tal igualdade.No tempo da vovó,eram mais calmas e trabalhavam menos..

Mas o último período:"Mas ser diferente não nos torna melhor ou pior que o outro, entendo que devemos respeitar o ser humano como ser humano, pois as necessidades básicas de um é a mesma do outro" ,matou a pau!Parabéns!

abraço

Débora disse...

Oi,querido
Tive uma leve impressão que vc se sente injustiçado pela nova condição da mulher?Má interpretação?
"o feminino se coloca como vítima do masculino" Não acho isso não!
Mas isso é papo para MSN..rssr
Mas,o texto é mais que Bom..é Ótimo!
bjs

nd disse...

Bos noite,

Pontos de vista, a luta é do tempo, somos meros espectadores.
abs.

Amigao disse...

É preciso se concentrar para ler o texto com tranquilidade para não causar interpretações erradas.Foi o que eu fiz.Entendi.Concordo e assino embaixo.
Diferentes sim.Mas iguais.
Abração do amigão

Marcos Pontes disse...

Quem escreveu a Bíblia já sabia, assim como Shakespeare também sabia: para uma história ser boa, tem que haver posição e oposição, heróis e mocinhos. Somos tão maniqueístas quanto egoístas. bobo é que não se esforça para ver o espectro além do preto e do branco.
Esse negócio de colocar Deus no meio de tudo é um outro erro. No sétimo dia ele descansou e continua dormindo. Eu que não sou cristão, tenho uma postura muito mais cristã do que muitos ratos de igreja que conheço. Maniqueísmo mano, só isso.

Vênus disse...

Oi,querido
Egoismo,egolatria,egoidade ...sementes de tudo que divide o ser humano em bom e mau.E será mesmo que existe o bem e o mal?Mas,como disse o Marcos,assim é....A dualidade faz parte dos seres e nada tem a ver com Deus ...São apenas leis...

beijocas

Letícia Losekann Coelho disse...

Perfeito! Tu sabes que tenho aversão ao feminismo, elas são seletivas e excluem mulheres que não são adeptas! Agradeço as mulheres que queimaram sutiãs, mas de maneira nenhuma aceito a regra da reclamação, aceito que tenho que votar em mulher pq é mulher...e essas coisinhas mais! Conheço inúmeras feministas, que lutam por salários dignos...Mas na hora de pagar as contasem casa, quem paga é o marido...Gastam tudo em cabelereiros, e jantares com as amigas! Sociedade injusta...Não acredito nisso...acredito que a pessoa tem que ser forte, não interessa se é homem ou mulher, e se sentir humilhado...literalmente mande o outro se foder! Mulheres realmente são mulheres e homens são homens...tenho horror quando minha sogra! que é feminista ferrenha) diz que eu tenho que deixar o meu filho e o meu noivo se ralarem, faço as coisas de casa pq gosto, e acho muito ruim da minha parte esperar meu noivo que volta as 23 horas da noite para fazer o jantar dele!
Vou ser mais sincera ainda...tenho vontade de bater ns feministas...Sou Amélia assumida, não sou obrigada a fazer o jantar, levar meu filho para a escola, passar roupas...ou outras coisas...Faço pq gosto!
beijos