terça-feira, 30 de setembro de 2008

NOVELA DAS SEGUNDAS-FEIRAS - Capítulo 5

Solépatra, como todo voyer, mesmo se ardendo de ciúmes, assistiu todas as cenas e posições entre o jardineiro e a cozinheira. E assim, entre beijos, tapinhas, puxões de cabelos, balcão da cozinha, cabos de panelas... os ponteiros do relógio não pararam, e logo chegam nove horas, instante em que o telefone da casa chama, uma, duas, cinco vezes...
- Alô... diz a empregada com as faces avermelhadas e a voz ofegante... não, o seu Solépatra não está... como assim, ele veio para casa? como?! ele pediu pras... ligações... serem transferidas para cá? - ai meu Deus!! - a senhora quer deixar recado? Hum, certo, vou dizer pra ele... certo entendi...
- Meu Deus , Lêlê, o patrão está em casa!
Nessa hora Solépatra chega na cozinha e vê o casal despudorado na cozinha, numa imagem nada ortodoxa... sem dizer palavra vai à geladeira pega um copo de água, e sai... ao cruzar o limiar da porta:
- Esperam que tenham se divertido muito...
Em pânico, ambos não sabem o que fazer.
A cozinheira espera o tempo suficienteb para que Solépatra chegue ao quarto e lhe liga:
- Doutor, sua secretária ligou e disse que tem uns fiscais da Receita Federal querendo falar com o senhor, mas ela não disse onde o senhor estava...
- Obrigado................................... vadia.
Solépatra se veste rapidamente, desce as escadas e dirige-se à garagem. Na passagem pela cozinha ainda vê o casal semidesnudo, e não perde a oportunidade...
- Vocês sabem o que fizeram, e quantas vezes... sabem o que eu deveria e o que eu poderia fazer... talvez não saibam o que vocês devem ou irão fazer, mas quando eu voltar espero que já tenham se dedidido qual a melhor atitude de vocês...
Como sempre, Solépatra não espera que lhe dêem resposta e sobe em sua velha CG 125, e sai em direção à empresa...
"Os homens da lei não podem comigo, chegando nessa motinha, nunca desconfiarão que sou um homem de posses, há, há, há, há"
Brurururururuuuuuuuummmmmm, e a moto sai levantando uma fumacinha...
- Na cozinha, e agora meu bem... o que vamos fazer?
- Sei não, Lêlê...
AJUDE NOSSO CASAL DE AMANTES AMIGOS A DECIDIR QUE DECISÃO TOMAR!!!!!
VOTE NA ENQUETE AO LADO - AS VOTAÇÕES AGORA SE ENCERRAM NA QUINTA-FEIRA AO MEIO DIA

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Família de Dayse

Eu até pensei que papai e mamãe fossem se separar. Eles brigavam tanto, que eu achava que eu seria a próxima menina da escola que chegaria tristinha na sala de aula e contaria que meus pais não se amam mais, e que a professora me daria toda a atenção, me perdoaria a nota baixa em Matemática e diria que não tinha problema se eu faltasse aulas naquela semana.
Todos os meus coleguinhas da escola têm seus pais separados, só não eu, a Esforência e o Luciângelo. Alguns nem conhecem seus pais, como a Risa, a Marcedolina, a Di, a Zi, o Pauên, o Igo e o Xenofonte.
Outros não conhecem a mãe, como a Socorrilda e o Milzo.
Vivi, Mênho, Joetilço, Bebé e Piér não conhecem nem seu pai nem sua mãe.
Brino, Rogelson, Edinelso, Chikin, Toín, Nebozaradão, Manelito e Beócia moram ou com a mãe ou com o pai, mas conhecem os dois...
Assim, eu estava me sentindo a ovelhinha negra da sala.
Saí pra escola, como sempre, com vontade de pertencer ao grupo das crianças com pais separados, afinal ter família organizadinha: papai, mamãe, filhos, tios, vós, hora-de-chegar, hora-de-sair, hora-de-dormir e de-acordar, tudo organizado, igreja aos domingos, fardinha limpa e engomada, deveres de casa todos feitos, era tudo muito chato!
O bom seria ser diferente do que se espera, chegar atrasado, chamar palavrão por qualquer coisa, não ter hora pra voltar pra casa, mentir pros pais e nunca ser descoberta (mesmo porque eles nem quereriam ter o trabalho de investigar a grande mentira que eu contasse), ser... ser... rebelde... isso sim seria o máximo!
Meus pais discutiam e eu saí pra escola sozinha:
- Não precisa se preocupar, papai, eu vou de carona com a Magali!
E vim a pé mesmo...
Quando cheguei em casa, vi duas enormes bolsas arrumadas na sala: "vão se separar, oba!!"
Meu pai desce a escada suado, com ar de cansaço... minha mãe desce atrás com a face vermelha e toda despendteada, e também com ar de cansada: "tavam brigando! Será que meu pai bateu na mamãe!?" - o ódio quis me dominar, mas o dominei.
Ainda parada na porta vejo meu pai vindo da cozinha com um copo dágua na mão, colcou a mão na cintura da mamãe virou-se pra mim:
- Filha... (para cada palavra que ele falava aparecia em minha mente um monte de imagens)
- ... Nós vamos... (vão se separar)
- ... Fazer uma viagem, ... (vão me abandonar, vão me deixar sozinha!!!)
- ... Já que hoje é quinta-feira santa... (vão passar o feriadão fora e voltarão com a péssima notícia do divórcio: ôba!!)
- ... Eu e sua mãe decidimos... (sei que foram eles que decidiram, e essa cara vermelha dela? esses risos falsos de vocês não me enganam... hipócritas... com essa carinha de desconfiados - sim, eu sei de tudo - eu sopu MUUUUUIIIIIIITO esperta!!!)
- ... E já chamamos sua Tia Verdûmena... (a Verde não, ela é muito direitinha, não vai deixar eu ouvir rock, nem dançar, nem dormir no sofá, nem comer na frente da televisão, vai querer que eu coma salada e peixe - árgh)
- ... pra ficar aqui em casa em nossa ausência (merda!!! eles é quem decidem tudo mesmo!!!!!)
- ... Nós vamos a Fernando de Noronha ( e eu?, eu sempre quis ir a fernando de Noronha, e vocês vão fazer essa viagem pro paraíso do Hemisfério Sul para se separararem!!!)
- ... Por isso, arrume suas coisas, que o helicóptero da empresa vai nos pegar no heliporto às 15 horas!!!
Voltamos depois da maravilhosa semana santa, e meus pais são tidos como exemplo de superação e muitos casais quando brigam dizem que queria que o seu cônjuge fosse igual ao meu pai ou à minha mãe.
Muitos têm raiva de nós porque somos a exceção da regra, e conseguimos viver bem, apesar de sermos muito diferentes.
É muito besta isso que eu vou dizer, mas eu amo minha família.
Perdoem, eu só tenho dez anos, sou mimada e naõ aprendi ainda as coisas ruins da vida

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Salto

Um homem solitário subia as escadas da morte, pensando sua desventura... sem pai, sem mãe, sem irmãos, sem amigos, sem filhos, sem mulheres, sem dinheiro, sem motivo algum para viver, nem para morrer...
- Em quem vou colocar a culpa pelo salto? Escrever bilhete suicida pra quê, se não tenho ninguém que o leia?... se não tenho a quem dar satisfação?...
- Só o vazio em minha mente e em meu peito...
- Não tenho memórias tristes ou boas para recordar, que me impulsionem a subir, nem a descer...
Passo a passo, degrau a degrau, cada vez mais perto do céu, cada vez mais perto do Inferno...
A escada que lhe levaria ao topo, não o levaria para baixo...
- Eu poderia estar subindo de elevador, mas poderia encontrar alguém no elevador que me dissuadisse do ato treslocado... a escada é mais solitária e mais poética...
- Ah, como é bela a vista daqui de cima, esse vento que me assanharia o cabelo se eu não fosse calvo...
- Cuidado ao subir no pára-peitos, se eu escorregar e me machucar não terei forças para o salto...
De uma janela no prédio da frente, um garoto tetraplégico, sentado em sua cadeira de rodas olha para cima e vê o homem... e acompanha com seu olhar incrédulo o vôo vertical, radical, último...
No caminho da descida o homem vê o menino, e vê que uma lágrima descia em sua face pálida de nunca ter sentido o sol - a pólio o havia acometido na primeira infância... o menino viu o homem passar rápido-raio por ele... o menino balança a cabeça dizendo não, meneando-a lateralmente enquanto a água salgada lhe escorria pelo rosto...
- Por que ele chora, se nem me conhece?... ah, se eu pudesse retornar ao topo, perguntaria a ele por que ele chora por algém que não conhece!!!
Olha para cima, e vê o roso do menino ficar vermelho de choro, mas a descida é rápida e não vê mais nada...
O vidro fechado da janela do menino não lhe permite ouvir o barulho surdo do contato do corpo contra o chão...
E o menino chora a morte de quem não conhece, e chora a sua triste vida, que também desconhece.

Novela das Segundas-feiras - Capítulo 4

Ao escutar aqueles ruídos tão familiares a qualquer adulto, Solépatra dá uma breve espiada pela porta da cozinha e constata o que temia: Alejandríssimo e Sofismática eram amantes... num tórrido momento de paixão, o jardineiro estava por trás da cozinheira, que debruçada sobre o fogão gemia qualquer coisa dizendo pra ele comer o seu prato preferido... Sorrateiramente, sem denotar sua chegada, Solépatra sobe ao seu quarto, abre o armário secreto, liga os monitores do circuito interno de televisão e assiste com admiração aquela cena nada sacra... Uma, duas, três... essa cozinheira é insaciável!!!! Uma, duas... esse jardineiro é um tigre feroz!!! Com ciúmes incontroláveis, Solépatra começa a"fumar numa quenga" (termo tipicamente nordestino, que significa ficou furiosamente incontrolável)!!! Como pode isso!!!?? Como estas coisas acontecem comigo!!!?? Com nítidos ciúmes, Solépatra começa a maquinar vingança! Mas qual o motivo de seus ciúmes? QUERIDOS LEITORES, SERIA MUITO INTERESSANTE SE VOCÊS VOTASSEM AÍ AO LADO OS MOTIVOS DE CIÚMES DE SOLÉPATRA, MAS TEMOS QUE DEFINIR DUAS COISAS NESTE CAPÍTULO:

Novela das segundas - Capítulo 3

Ao cair na enorme cratera feita pela chuva e ver sua BMW comprada com dinheiro espúrio, vindo do caixa dois de sua empresa de transportes, Solépatra abre num ímpeto seu porta-luvas, pega sua Magnum 44 - Parabellum, com cabo de madrepérola, toda niquelada, que brilhava tanto quanto brinco de perua em reveillon, olha para a multidão atônita com seu acidente, abre a porta de sua ex-possante-BMW e sai com a arma na mão...Pânico, gritos... vai atirar, vai atirar... corram... se deitem... uma babel daquelas na parada do ônibus...Solépatra tava nem aí pra gritaria e correria... desce do carro molhando sua bela Djon e enxarcando sua botas pretas italianas, feitas com couro legítimo de jacarés bebês recolhidos do criadouro natural do pantanal matogrossense, olha pro estado em que ficou seu carro:Pega de sua bolsa um bom e gostoso cigarrete cubano e aponta sua magnum para si...- Vai se matar... corram... não faça isso!! - Corram - algazarra...As pessoas das calçadas gritavam como galinhas em galinheiro que entrou raposa...Ninguém entendia nada, e qualquer um entenderia tudo...Acende seu cigarrete com a pistola-magnum-isqueiro... dá uma bela baforada e pensa com seus botões:- Viva o seguro total!!!O ar esnobe, estava cada vez mais esnobe... Solépatra vai à calçada e pede um celular emprestado de uma adolescente que via tudo... Ligou pro escritório:- Mande Agonivaldo vir me buscar... dá o endereço, e atravessa a rua para não ficar do lado daquela gente que só usa Avanço ou Très Brüt de Marchant.Quando sobe na calçada, uma Brasília 1900... e alguma coisa passa e levanta uma parede de água que lhe cobre... lhe lava da cabeça aos pés...Quando Agonivaldo chega, Solépatra pega seu celular e liga pra seguradora... e volta para casa... e manda recado para dona Sonambulina, sua secretária, que só irá trabalhar à tarde, e que transfira todas as ligações para sua casa.Ao chegar em casa, ouve aquele silêncio sepulcral... as crianças na escola... só o jardineiro e a cozinheira em casa, quando escuta alguns gemidos na cozinha...

domingo, 21 de setembro de 2008

Olhando e partindo

Olho para ti e não te vejo teu brilho outrora constante é fosco e tua viva perspicácia apagou-se. Procuro em teus olhos a chama vejo-os apagados, só cinza e tua pele que antes brilhava está seca... E te dou flores que preferia não dar beijo tua face antes quente e macia, agora fria e pétrida, e te dou o último adeus que preferia não existisse... mas te guardarei vivo em todos os momentos que a memória não apaga, nos risos que demos nas plantas que cuidamos juntos e até naquela velha blusa do flamengo, rôta, velha, rasgada, que brigamos e que traz as alegres memórias de nossos infindáveis jogos da adolescência... parte meu amigo e vá regando o gramado do céu e preparando um bom churrasco por lá porque não sei quando mas qualquer dia certamente me juntarei a ti, pra mais umas peladas celestiais.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Safira "discute a relação"

Conversava com casais de amigos e percebi como ficam aflitos quando um dos parceiros diz que precisam discutir a relação... Normalmente, quando queremos discutir a relação, estamos cheias de boas intenções - pensando que podemos edificar o "viveram felizes para sempre", porque esquecemos ou não sabemos que vivemos constantemente em mudanças. Eu não sou a mesma de ontem, nem você é a mesma pessoa que acordou hoje... nossos quereres mudam, amadurecemos, desistimos de coisas, desejamos outras coisas que não desejávamos... Como disse o mestre Raul "metamorfoses ambulantes" é o que somos. Não queremos encurralar os homens na parede e forçá-los a fazer o que queremos, mas de certa forma queremos, sim, que eles façam o que queremos, porque queremos que eles pensem como a gente e sintam o que sentimos... por fim, acabamos os encurralando e os cerceando de qualquer possibilidade de fuga. E para terem paz, ou nos deixa, ou nos conforta! E como a maioria dos homens não consegue acabar um relacionamento... Na maioria das vezes que queremos conversar a relação é porque alguns de nossos anseios, desejos ou pedidos não estão sendo atendidos e queremos mais atenção, mais carinho, um parceiro mais carrapato... às vezes, quase cantamos como Caetano "por que você me deixa tão solta, por que você não cola em mim", porque apesar de discursarmos sempre que não gostamos de homem grudendo, gostamos menos ainda de homem que não tem ciúmes, que não nos olha, que não nos telefona, nem nos nota. Não queremos ser um prêmio, um troféu... até queremos, sim, mas queremos mais que isso - queremos que nos dignifique a existência com o suprimento afetivo que carecemos. Quando estamos no período arredio, em que nem queremos ouvir falar em carícias, um chocolate sempre cai bem, porque a dose etílica das barrinhas, logo despertará à afetividade o desejo pelo afeto e pelo beijo... mas sem carinho, sem atenção e sem chocolate - meu amigo, pode esperar: vem chumbo grosso!! Quando o homem vem querendo discutir a relação, das duas uma: ou ele quer acabar a relação, ou quer nos mostrar que é sensível, porque tá doidinho pra nos deitar... e sabe que um homem sensível consegue isso com muito mais facilidade que um bruto, e nos faz delirar muito mais e melhor. Mas cuidado, minhas amigas, não vamos fazer de qualquer cois um motivo pra papo sério - o seu carinha quer assistir um futebolzinho vez por outra, tudo bem, faz bem pro ego masculino a roda de machos se vangloriando de serem os tais no esporte e na cama. Nós temos os cabeleleiros, as manicures, as costureiras, os banheiros em boates e barzinhos, os telefones (viva Graham Bell!!! VIVA!!!!) onde fazemos nossas rodinhas e falamos tudo o que queremos, mentimos, nos fazemos de vítimas e de vilãs, os fazemos de vítimas e vilões, esnobamos as que achamos mais bonitas e gostosas, aconselhamos as mais reprimidas e infelizes... mas nada de deixá-los muito soltos, eles gostam de se sentirem propriedade de alguém que finge que não os domina... Não exija dele o "eu te amo", nem o "eu também", mas meça-o pelo beijo, pelo abraço... ah, nunca faça joguinho, como mandar uma amiga ligar pra ele e passar a cantada, ele pode cair - aí você só cavou um buraco e encheu de lama. Aprendamos com eles, que fingem que confiam em nós para vivermos bem, e só discutem as coisas que realmente importa na relação - nunca exija que um porco voe, porque porcos não voam, e se seu porco voar, ele nunca mais volta!!! Não exija que ele seja o que não é, mas faça-o se sentir como ele pensa de si próprio... mas coleira curta, viu meninas, porque eles são mamíferos e reprodutores, que não avaliam muito o valor de sua fêmea se o negócio é cruzar, eles sentem o cheiro do cio feminino e ficam loucos... E, antes de tudo, saiba onde parar a conversa. Quando você perceber que o assunto está descambando para as acusações (lembrem-se que nós podemos acusá-los, eles NUNCA), ou para a falta de respeito, antes que chegue nesse ponto, entre com a frase: "pois é, meu bem..." e deixe o tom ameno entrar, mude a página do assunto e deixe o amor rolar... Grande beijo... PS: ontem li no Exagerado um texto sobre DR e senti-me muito impulsionada a falar sobre isso, então peguei um texto que eu já tinha há algum tempo, desenterrei-o, dei uma pequenas melhoras (ou pioras) e taí, prontinho pra vocês comentarem

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

NOVELA DE SEGUNDA FEIRA - Capítulo 3

Falaí alguma coisa

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Talício odeia alguém

Hoje o Mizerivaldo, irmão do Porranenhumagomes, fíi do Fracassildo Giramerda véi aqui nimin-a casa, fazê as pazes... brigamo quano eu tin-a uns 25 ano marromeno...
Brigamo pur causa da Margôt, uma moça que era linda como uma instáuta de mármre, até decidíi ficá cum Mizerivaldo, aí ela virô a Merdareth pra mim!!!
A casa dels pegô fogo na sumana passada e quano eu vi o fumaçá... corri pra socorre eles - tirei ele, a Merdareth, os buchudin dos netos dele e a fía dele que ta prein-a di novo...
Aí ele vêi todo amigo:
- É, seu Talíço, vin lhi agradicê pelo que você fez por min-a família
- Tudo bem - disse eu com aquela cara de paizage - tava nem aí pra ele!!
- Ainda bem que num existe mais dizavença entre nóis, né!? - dize ele, todo amiguin
- Num confunda as coisa, Mizerivaldo... eu nunca vô tomá uma cachaça contigo, nem cumê na tua casa, e voce num é bem vindo aqui... Eu num gosto de vancê nem di sua famíi-a... até odeilho vancês... mas eu num pudia dexá vancês morrê dexe jêto...
Ele ficô cum cara de poste!!!
Ora, ora, eu sô gente boa, sô do bem, como diz min-a netinha...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Amor - e os dois serão um

"Amaram o amor urgente, as bocas salgadas pela maresia, as costas lanhadas pela tempestade... amaram o amor serenado das noturnas praias, levantavam as saias e se enluaravam de felicidade... amavam o amor proibido, pois hoje é sabido, todo o mundo conta..." (Mar e Lua - Chico Buarque)
A proibição feroz da mãe dele, os perseguia, e ele sabia que ela o mataria se pudesse, mesmo assim fugiam para se encontrar... no mar, nas grutas e cavernas, no meio ao milharal... ele a levava aos ares, flutuava entre as nuvens enquanto sua mãe não chegava...
A pequena aldeia que ela morava temia a fúria da sogra poderosa - arrasaria as lavouras e todas as pragas que pudesse vingariam violentamente sobre aquela gente tão pobre e tão mortais.
Ele era o símbolo da perfeição masculina humana; ela, a beleza e perspicácia feminina personificadas... quando se viam seus olhos ardiam de paixão e libido, suas mãos suavam perfume e seus sexos se desejavam sempre e mais...
O dia amanheceu meio nublado, como é comum no Mediterrâneo naquela época do ano, o casal de amantes se encontraram nas cavernas ao sul de Chipre, enroscaram suas pernas e num ardente beijo se despiram... ele a conduziu no braço, num abraço, às nuvens, subiram e se esconderam entre as densas nuvens-chumbo que se precipitariam sobre as lavouras, trazendo prazer aos agricultores e pastores... abraçou-o com suas pernas brancas e lisas e sentia seus sexos se afagarem, se penetrarem, se amarem... rodopiavam no ar...
Ah... tanto ardor, tanta felicidade, tanto medo... a sua sapiência divina percebeu a aproximação de sua mãe... ela vem furiosa à procura do filho - esse ingrato que se envolve com qualquer uma...
Mas ela não era qualquer uma... era a mais bela, mais meiga, mais gentil, menos dissimulada e mais perfeita criatura nascida de um ventre humano...
O medo, o amor, o desejo fizeram com que se abraçassem mais e com mais intensidade apertando-se, entranhando-se, tornando-se um só...
Num assaz que somente a divindade permite, Hermes e Afrodite se fundem num só corpo, indissolúvel, inseparável, uno - tornam-se uma só critura, hermafrodita, criando no Olimpo e na Grécia o primeiro ser que traz em si os dois sexos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Eu, por mim

Tenho chorado muito ultimamente... não sei bem o porquê, mas meus olhos logo choram... choro até assistindo propaganda... se eu fosse mulher teria certeza estar na TPM - MEUS NERVOS ESTÃO À FLOR DA PELE e oscilo facilmente (estou bipolar????)
Sinto falta de uma família para amar, amigos de infância para ler e conversar... todos os meus estão tão longe... tenho comigo minhas duas filhas, mas estão na adolescência e sei que lhes incomoda ver seu pai se derreter em carinhos - mantemos uma distância respeitosa e afetuosa, mas sem toques, sem abraços...
Sofro a falta de irmãos (somos onze), o mais próximo mora a 150 km, e não posso visitá-lo, pois vive viajando...
Sofro a falta de amigos de infância - nunca os tive... viajávamos tando que quando os colegas começavam a tornar-se amigos, tínhamos que pegar as malas e viajar novamente - a vida de viajante trouxe muitas experiencias boas e conhecimentos, mas eu quero a solidez das amizades... raízes... sinto falta de raízes, de algo que me prenda a alguém ou a algum lugar...
Ando tão falto disso tudo que enquanto componho este post já fui duas vezes ao banheiro lavar o rosto - afinal estou no trabalho e pega mal um tiozão de seus 43 feitos recentemente, ficar com olhos d'água...
Desculpem-me meus leitores, mas eu tinha que falar isso senão explodia... lá vem água de novo, bye

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Safira fala de finanças

Contam que Sócrates gostava de passear diariamente pela feira de Atenas, que era enorme, supermovimentada e hipervariada, contudo,não comprava nada. Homem rico e conhecido todos queria que ele viesse às suas bancas, mas nunca comprava nada. Até que certo dia um comerciante lhe indagou porque todos os dias ele passeava na feira e nunca comprava nada. Sócrates respondeu: "Eu gosto de ver quantas coisas eu não preciso para viver bem".
Vivemos numa sociedade extremamente consumista e competitiva, meu carro tem que ser melhor que o seu, minha roupa mais bonita, meu perfume mais cheiroso ou mais agradável, meu vinho mais caro, meu emprego com mais vantagens ou melhor salário... mais, mais, mais, melhor, melhor, melhor... sempre e contantemente numa competição olímpica (falo como as competições olímpicas gregas, que muitas vezes só acabava com a morte dos concorrentes).
Contudo, algo que tem me chamado a atenção é que esta competição toda não é contra os outros, mas contra si mesmos - para lapidar meu ego, tenho que estar mais bela ou ser mais forte ou mais inteligente, possuir mais bens ou mais caros, usar grifes mais famosas - que nem sempre são de qualidade superior, para que eu me sinta melhor tenho que consumir...
Para quê ter uma Ferrari que parte do repouso a 100 km/h em 4 segundos, e puxa 300km/h em 15 segundos, se não posso dirigir a mais de 80? Para quê ter um computador portátil com 5 GB de RAM, 250 GB no HD, com todos os superrecursos da tecnologia moderna, se só utilizarei 4 GB ? Para quê tantos pares de sapatos, outros tantos de tênis e outras tantas sandálias, se só possuo dois pés? Pra quê 2 ou 3 automóveis na garagem se só utilizarei um?
Essa febre de consumismo faz com que as coisas tenham seus preços majorados e muitas pessoas não tenham acesso à sua propriedade ou uso...
Não precisamos de tanto para viver, precisamos, sim, de afeto, de pessoas, de amigos, de risos e sorrisos, de confiança e confiabilidade, coisas que cada vez temos menos porque cada vez o ostracismo nos ensimesma, e nos aleja do convívio social saudável.
É bom repensar o que realmente é importante para vivermos bem.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

NOVELA DAS SEGUNDAS - Capítulo 2

Este é o segundo capítulo da novela das segundas-feiras... houve um empate entre a segunda e terceiras opções na enquete, então, como sou democrata, acontecem as duas coisas: Solépatra cai com seu BMW em um enorme buraco, mas também desiste de jorrar lama nos pedestres da parada de ônibus. Não esqueçam de escolher o que acontecerá na semana que vem: CAPÍTULO 2:
Solépatra fez com que sua possante aumentasse para 130 km/h, mas viu ,naquele momento, que entre os trabalhadores, crianças e estudantes na parada, haviam alguns idosos e uma idosa em especial.
Nossa mente é muito rápida! Como centenas de pensamentos passam por nossa mente em frações de segundos!... ao ver aquela mulher, Solépatra lembrou-se de sua doce avó, que lhe ensinara a viver, desde seus cinco anos de idade, porque sua mãe morrera.
Uma vozinha ecoou em sua mente: "quem não respeita aos mais velhos, não merece respeito algum", num ímpeto lembrou-se que em altas velocidades a freagem deve ser feita em pequenos toques no pedal do freio, e Solépatra começa a reduzir a velocidade da BMW e brecou bruscamente... seu carro travou as rodas e patinou sobre a água nas ruas - se houvesse sido filmado, o filme poderia ser usado em aulas sobre aquaplanagem...
E o veículo veio reduzindo a velocidade, mas mesmo assim entrou naquela enorme poça de lama, de mais de seis metros de diâmetro...
As colunas de água que o carro levantou, não foram suficientes para molhar ninguém, o carro porém caiu numa enorme cratera de 80 cm de profundidade...
Atônitos, os que aguardavam o ônibus correram para socorrê-lo, mas não tinham como fazê-lo sem entrarem na cratera cheia de água, ficaram então aguardando para ver se ele estava Solépatra estava bem...
A lama das ruas, misturada às águas da chuva e à sujeira que saía do esgoto, entraram em sua BMW novinha, enxarcando seus bancos de couro legítimo e pondo em pane o computador de bordo...
Na queda, foram-se pras cucuias os amortecedores dianteiros, o eixo traseiro e boa parte da flandagem dianteira, lateral e traseira...
Seu lap-top também se perdeu, e com ele toda uma enorme gama de informações inúteis, como slides, curtas pornôs e fotos que capturara clandestinamente (como de sua vizinha trocando carícias com o porteiro do prédio vizinho, ou a moradora de uma casa de praia nua tomando banho de sol, dentre outras patifarias), alguns documentos sérios também se perderam, com o afogamento de seu computador de colo.
Entre pânico e pânico, Solépatra não sabia o que fazer, se chorava, se gargalhava em desespero, se ficava ali imóvel...
Solépatra saiu do carro em estado de torpor, as pessoas vêem lhe consolar, mas numa fúria desumana, Solépatra pega sua arma no porta-luvas do carro e...

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