sábado, 7 de fevereiro de 2009

Talício honra a estação das chuvas

Xegô as chuva no sertão. Os açude pegano água, a terra bebeno e enxarcano, se preparano pra gente pranta o míí e o fêjão. E se Deus quizé, e as chuva durá inté maio, ramo tê muito caju, e todo tipo de fartura.
Mas como a gente nunca fica sastisfeito, lá vem recramação:
- Talício, pra quê esse riso no rosto? Num ta veno que as chuva traz inseto?
- Vixe Maria, meu Deus, se essa chuva cuntinuá, vai arrombá os açude tudo, né não seu Talício!?
- Que droga de chuva é essa, todo ano que tein-o inverno forte, min-as galin-a pegam gôgo... arre égua, Talício, era bom se chuvesse menos...
- Veja só, seu Talício, se houver bom inverno, não iremos contratar caminhões pipas, meus discursos sobre obras pra proteção da seca serão inócuos; os orçamentos superfaturados para cavar e construir poços profundos, serão adiados... pra mim, ano de seca é melhor, assim me mostro como "salvador da pátria" e o povaréu fica todo com sentimento de dívida comigo...
- As rôpa num vai mais inxugá, vai mofá tudo, seu Talíço!
- PQP, as estradas vão ficar sem condições de passar...
- Como vou dar aulas? O caminho até as escolas no sertão estarão sem passagem, e ir pra quê, se as crianças nem vão por causa da chuva!!?
- Àh mór Deus, as gotêra na casa vão moiá tudo...
- Êta, começo de chuva vai encher o hospital de casos de diarréia e doenças de pele; no meio do tempo chuvoso, lá vem as picadas de inseto e afogamentos, e no final das chuvas muita febre, dengue e doenças respiratórias! Talício, acho que vou tirar uma licença médica, pra fugir desse período aqui no hospital!
...
Êta, povo cumpricado e insastisfeito... mas num há milhó bênção prum povo que chuva im tempo de chuva e sór im tempo de sór.

Um dia após o outro

Minha veia poética anda meio obstruída não consigo mais transcrever para signos linguísticos o que vem de minha mente de minha vida e de meus esforços para ser compreendido ou descompreendido. Levo minha vida diariamente como quem leva o andor sério, quase sisudo, feliz pela caminhada e sentindo nas costas o peso de minha fé de minhas aspirações de minhas desilusões de minhas queixas e de minha própria existência. Como menino, erro sempre, como homem, assumo meus erros, e assim a cada dia que passa viro a página do ontem para ler o que o hoje me propõe.