segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Gato Preto



Temos um gato. Um gato preto.
Nylon é seu nome, não epiteto.


Seus olhos amarelos são moleques e brincalhões.


Nunca gostei de bichinhos de estimação, mas quando minhas filhas vieram morar comigo, eu sabia que algumas coisas iriam mudar.
Uma das coisas que mudou, foi que a minha primeira filha quis um gato, e tanto quis que ganhou um bebê-gato pretinho, com as orelhas e patas mais escuaras ainda que o tronco.. ele veio vindo, entrou sem pedir licença... e agora é mais um habitante desta casa...
E passei a amar o felino, que é um gato!

Cristal e Augustante



Augustante, irmão de Cristal, era arquiteto de prestígio no vilarejo Flocos Azuis, que fica acima de Lagoa Negra, no distrito de Calamar, em uma republiqueta qualquer, no sul de um desses continentes que sabemos a existência.
Todas as mansões daquela vila, famosa por produzir cristais finíssimos e excelentes porcelanas, tinham sua digital, contudo ele era muito excêntrico.
Nunca saía de casa em dias de sol, nunca estivera numa festa, só recebia trabalhos por telefone, ou e-mail. Não namorava, não casara, não tivera filhos... Tinha somente sua irmã Cristal.
Abnegara de sua vida para cuidar de seu querido e criativo irmão, também não casara, não tivera filhos, e pouco se sabia de namoro seu.
Às vezes viajavam, passavam meses fora. Uns diziam que viajavam a serviço; não, era para tratar da saúde debilitada do rapaz; ou era a moça que era doente? As especulações eram tantas... o certo é que ninguém sabia ao certo a certeza de suas vidas.
Cogitar e falar dos outros é de graça, não paga imposto e diverte, então, por quê não fazê-lo!
Numa viagem dessas, Cristal voltara sozinha... Fechou a porta da chácara onde moravam e ficou trancada por nada menos que quinze dias...
A fofoquosa turba impacientou-se, pois não tinham o que falar. Todo fofoqueiro sofre quando não tem o que inventar, de quem falar, ou ouvidos para ouvir, mas fazer o quê (?). Assim, se um dia você quiser calar um fofoqueiro, não o ouça.
Quando saiu, pálida, todos na pequena cidade queriam saber o que acontecera para ela ficar tanto tempo assim, onde estaria seu irmão, que não voltou da viagem, como isso, cadê aquilo, por que aquilo mais... - provavelmente queriam as respostas mais para terem o que falar do que por preocupação com o casal de jovens irmãos.
Cristal passeou pela cidade, foi até o pequeno pier da Lagoa Negra, nadou com roupas mesmo, depois foi até o bar da esquina sem dizer uma palavra. Comprou um maço de cigarros, ante o olhar atônito de todos...
- Ela fuma?
- Ela fuma!
- Ela... fuma... meu Deus!!!
- Nunca pensamos que ela fumasse!
- Mas é claro, pessoa esquisita assim só pode ser cheia de vícios...-
- Mas como nunca soubemos disso?!
- Blá, blá, blá, bl...
Foi até à praça que tinha nome de um ladrão qualquer que fôra político anos atrás e graças a Deus já havia morrido, sentou-se de frente à fonte em que figuras bizarras criadas por seu irmão jorravam finos jatos de água, escorou-se, colocou os pés estendidos num latão de lixo, deu uma looooonnnnnga e gostosa tragada, riu sozinha...
Depois Cristal voltou para casa. Nunca mais se teve notícia sua, nem de Augustante.

Voltando à Labuta



"Não há sábado sem sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça".
Pensaí, e se a segunda for o primeiro dia depois das férias... é lôco, meu!
Hoje tô voltando das férias... cheio de falta de novidades, e como todo bom trabalhador achando que as férias poderiam ter se prolongado por mais umas duas semanas...