sábado, 31 de maio de 2008

A vida de Sergiolêncio

Núvens céu azul vento ar ar ar Pássaro pedra montanha pico dor ar ar ar Núvem saudade riso beijo abraço deuses demônios suor amor vento ar ar ar Beijo saída viagem avião passagem passagem táxi casa passagem quarto gemidos gritos suspiros gritos gemidos amante amigo traição pressa revólver sexo gemidos gritinhos disparos fumaça sangue silêncio morte passagem táxi avião ar ar ar Lembrança saudade lágrima ódio núvem altura vôo ar ar ááááhhh Pára-quedas telefonema latrocídio riso... alívio

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A indústria da pesca

Praia, sol, areia e um passeio descomprometido me pregaram uma peça. Eu caminhava pela praia, quando vi um certo senhor, 25 anos, deitado numa rede amarrada nos tronco de dois coqueiros: - Bom dia, meu amigo. - Hum... bom dia, doutor! - São oito e meia da manhã de uma quarta-feira e você aí, deitado, numa rede!!? - Pois é, né... a sombra é boa, o vento do mar... - Você trabalh com o quê? - Sou pescador. - E fica aí, deitado, numa hora dessas? - Pois é, né doutor... eu saio pro mar às cinco horas, volto às oito, vendo minha pesca, pago o aluguel do barco eas compras na bodega, aí venho deitar... - E quanto você apura numa pescaria dessas? - Bem, hoje eu vendi meus peies por cem reais... depois que paguei o frete, a bodega e comprei as coisas de casa, ainda sobrou trinta reais... - Veja só... você apurou cem reais em três horas de trabalho... se você voltar pro mar, vai apurar duzentos reais por dia... se trabalhar de segunda à sexta, dá mil reais por semana, mais ou menos quatro mil por mês... se você ecnomizar a metade, em dez meses você tem vinte mil e compra seu barco... vai lucrar mais porque não precisa pagar o frete, com mais dez meses outro barco, e assim em quatro anos você terá cinco barcos e pode fretar todos eles, sem nem precisar ir pro mar vai ganhar um bom dinheiro e aí pode comprar casas e alugar... - É... mesmo... mas pra quê tanto trabalho? - Pra investir no futuro... - Pra quê se vivo no presente? - Pra quando chegar na velhice, aposentar e descansar... - Mas eu sou novo e já tô descansando... meu amigo, doutor, a gente precisa de bem pouca coisa pra viver bem, quanto mais coisas você procurar pra você, menos paz tera e curtirá menos a própria vida Virou-se pro lado, e dormiu... e eu segui pensando que tenho que levar a ganância que tenho menos a sério.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Meiassim

Ando meiassim seim sabê onde ficá, num sei se vorto pra casa num sei se me poin-o a vuá... num sei pra quê tanta istrada que leva a nin-um lugá num sei pra quê tanta gente pra gente num con-in-ecê nem pra quê tanta lágrima pra gente nunca chorá... Ando meiassim cun vontade de ficá bein quietin drento de mim que é pra eu num minspantá cuas coisa que vô vê naquele ôtro arraiá qui se chama de cidade e que leva a gente toda a tê baita vontade de vortá. Queruma vida quieta sem asfarto, treim ou moto, que num veja ôinbus nin-úm nem vião, nem o zocrópto... quero vê o sol nascendo por trás do jacarandá e de noitin-a siscondeno no fundo do lago, lááá onde pego meus peixin prum armoço de fartá... quero orvi o vento mexeno as fôia do coqueirá o chêro gostoso dos bicho lá drento do véi currá e aquele bolo-di-míi gostoso só de pensá cum um cafézin moído no arpendre do quintá... Ah como quero o balançá da rede cu-uns grilo a grigrilá, veno as maripôsa anunciando o chuvará e senti os braço gostoso da pessoa mais ispiciá vino divagar, meloso, abraçá, beijá, niná como se eu fosse criança pra do seu cólo quentin-o eu nunca me afastá!
- II -
Êta prédio disgracêra onde fui me arranchá, aqui só só un-as tranquêra, nem nome tein-o nesse lugá só me chamum de caipira olham pra mim de soslái mas quano viajum de féria e vêin pro meu rincão são ricibido bunito, cum riso, cumida e prazer purque cada um nessa terra só dá o que tem in ocê... Êta disgraça dusinferno aqui é tudo disgraça, gente cumeno gente numa ambição taman-i-a quinté parece os jacaré atacano garça cum fome, o egoísmo aqui reina e em tudo que é grande cidade só olham prus-seus-zumbigo e sisquecem que são gente neste mundo disgraçado.
- III -
Áh que saudade que eu tenho das noite no arraiá, das quermesse, das novena, das prosa, das carçada, dos riso sem cumpromisso das moça ino e vino, dos rapáiz só a zói-á e dos pai das moça de longe veno quem vai singraçá... da vida simples que um dia Bandeira achô de chamá de "vida besta", mas gostosa no meio dos laranja... a vida lenta e cherosa dos tempo que num vai vortá mas que nunca foissimbora purque de tudo o que há pra min-a mente cabôca
pudê se alembrá, é dessa vida simpres dos cumpade das amizade dos respeito e divisão que eu gosto de pensá. Ai que sardade taman-in-a será vô vivê pra um dia essa sardade matá? Ô essa sardade um dia me mata de tanto chorá!
- IV -
E a lua carinhosa, desceu um pouco esta noite e calma, risonha e marota deixou um anjo apear que veio devagarinho, à esteira de talício e deu-lhe um beijo na testa enquanto ele dormia... ele sonhou caprichoso que um dia voltaria pra casa e o anjo levou o velho pra visitar todas as terras e rever as pessoas só para lhe consolar... e a viola caiu do cólo, a baba caiu da boca, o corpo caiu na esteira devido tanta canseira. E quando talício acordou via-se de novo menino alegre, traquino e feliz, juntou seus panos de bunda e disse:
- V -
Não me confunda ó cidade, tá na hora d'eu vortá pro lugar em que deixei o meu coração, a terra natá, obrigado São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus, obrigado Belo-Horizonte, Fortaleza e Natal, Florianópolis, Porto-Alegre, Brasília, Aracaju e Recife, Macapá e Porto-Velho, Rio Branco e Boa Vista, Palmas e Cuiabá, estô grato a ti também Vitória e Salvador, Goiânia, Manaus, Curitiba, João Pessoa, Maceió, Campo Grande, Teresina e meu gostoso São Luis, por receber todo dia milhões de Talícios que vêem de todo lugar dividino o coração ao mêi, e cum essas viage tôda aprendi uma côsa que levo no peito guardado e pra todo mundo insino: viver é nosso distino, e se gostamos dum lugar mais que de ôtro é disatino purquê o certo é saber que somo cidadão du mundo somo cosmopolita e im tudo lugar que habita um ser humano, intão, é lugar pra si amá e a todos respeitá, purque nossa terrin-a tumém tá recebeno gente nexe exato momento que vem de longe.

domingo, 25 de maio de 2008

Talício e o amigo suicídio

Tein vez que a gente num pode fazê as coisa que quer porque num pode fazê. Eu sempre sôbe que num se pode tomá leite com manga, nem toma bain-o assim que acorda, nem cumê fejão de noite, ô tumá bain-o asdispôis de tumá café, todas essa coisa pode matá. Aí me disserum que num erassim, que isso era história furada e mito. Eu tin-a um amigo que se chamava Elderôncio, ele era mei fraco de juízo e vivia se paxonando. Paxonô por sua fessôra de religião, pela namorada do irmão dele e até pelas mulé que via na televisão. Mas nada comparado ao que sentia por Ritalurde. Ele sincontro cum ela, se paxonô e cumeço a namorá. Bejim-bejim, agarra-agarra, alisamento e pimba... cama! O homi só falava nela. A gente ía pescá, e ele falano nela; se a gente viajava, ah meu Deus, só falava nela, inté nos carteado, no trabái, im tudo que é canto, só falava na Ritalurde... o que ela fêiz, o que ela dixe, o que ela pensa, o que ela num fêiz... dava pra ficá retado de raivoso cum tanto elogio prela. Mas coração de mulé ninguém intende... ela cumeço a gostar de Jeorjidolêncio. E dexô meu amigo Elderôncio mais triste que cachorro que cai de mudança, mas acabrunhado que noive menstruada na noite de nupcia, mais isquisito que frêra grávida. A tristeza foi bateno forte no coração de Elderôncio, ele foi si deprimindo e decidiu por fim nesta tristeza, ía se matar. Numa noite bem iscura resorve íi pro açude se afoga... aí quano chegô na bêra dágua e colocô o primêro pé na água, deu um berro: - Valha meu Deus que água fria - e cumeçô a entrá na água quano parô e saiu correndo da água: - Valjameudeus minhanossasenhora... posso mergula na água não, terminei de tomá café quente.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Safira se compadece

Desde os meus dez anos que percebo a existência do macho da raça humana, esse ser ignóbio, egoísta e que só pensa em prazeres imediatos - coitado!
Quando crianças, nós brincamos de bonecas, de casas, de designer de modas; exercemos profissões de professora, médica, veterinária, cozinheira, donas de restaurantes, além, claro, de termos as atividades costumeiras de mãe, esposa, dona de casa... passamos nossa infância aprendendo a gerenciar recursos, tempo e as vidas que nos cercam. Desde nossa infância aprendemos a administrar tudo, e quando crescemos continuamos administrando nossas vidas profissionais, conjugais e maternas.
Já, os homens, não, estas pobres criaturas injustiçadas e fracas. Sua infância se resume em brincar de carro, bola, brigas ou comer. Quando adultos continuam jogando, dirigindo carros, brigando e comendo.
Quando nos vemos com problemas, nos fechamos em nós mesmas à procura de soluções. Quando muito, procuramos amigas para juntas pensarmos.
Eles, quando enfrentam problemas, saem, vão à busca de lazer ou comida, para fugir dos problemas. Mas quando ficam mais velhos, maduros, aí mostram sua capacidade armazenada.
Eu não gostaria de ser homem.
A sociedade exige que todo homem maduro seja bem sucedido em sua carreira - se aos 40 ele não tiver um carro do ano ou for um dos melhores na empresa, as mulheres o consideram fraco, ou fracassado.
Têm que ser compreensivos, afinal não têm TPM; é necessário que ame a sogra, cunhados e as piadas indiscretas e preconceituosas do sogro. Tem que aguentar com carinho aos filhos da mulher, e aos seus bichinhos domésticos. Nao pode deixar faltar nenhum dos bens essenciais à casa, como a máquina de lavar, a TV de plasma, os milhares de modelos de multiprocessadores de alimento, o forno microondas.
E além de tudo têm que ser atleta sexual. Nós podemos dizer que estamos cansadas, com dores de cabeça, indispostas ou simplesmente sem vontade, mas vá um homem dizer pra sua namorada, noiva, amante, esposa ou ficante que não tá a fim... ele corre o risco de no dia seguinte estar sendo o assunto entre sua mulher e as amigas dela.
Assim, o machismo imposto nas sociedades por tantos séculos deixou uma seqüela aos machos: as cobranças a eles de tudo o que eles sempre se vangloriavam de fazer e ser. (há há há há há)

Ai, ai, ai...

  • Gordon Brown, Primeiro Ministro Britânico, às vésperas da eleição do Parlamento Inglês fez defesa clara e aberta às pesquisas com embriões humanos, dizendo que tais pesquisas podem salvar muitas vidas - as questões que abordam o tema são sempre muito pertinentes: o que determina ser ou não uma vida é o fato da concepção ter sido feita in vitro ou não (e as inseminações artificiais são o quê)? se achamos conveniente milhares de pessoas morrerem numa guerra para defender interesses que (na maioria das vezes) nem sabe quais são, não seria justo 'sacrificar' embriões criados em laboratório para que se erradiquem doenças epidêmicas? até onde é justo e ético matar em nome da vida?
  • Bin Laden pediu ao povo palestino que lute contra o bloqueio à Gaza - ô novela velha e sem fim essa guerra dos filhos de Abraão... briga de família é coisa que não acaba nunca, mas economicamente é viável para os fornecedores de armas, de mantimentos e para aqueles que gostam de posar pro mundo como pessoas que querem promover a paz mundial...
  • a União terá um aumento recorde na arrecadação de impostos neste ano, estima-se algo em torno de R$ 15 bilhões a mais do esperado - aí o Governo vem falar em criar um imposto pra ajudar na saúde... será que as diversas pastas não se comunicam entre si? se uma solto fogos porque terá arrecadação recorde, outra solta láqrimas porque o dinheiro não vai dar pra suprir o essencial que é a saúde... - vá entender!!
  • José Aparecido Nunes (aquele que está com o pescoço na guilhotina no momento), confesso da quebra de sigilo funcional, protegeu a Ministra Dilma Rousseff [presidenciável], contudo a oposição não acredita na confissão dele - bem, o ônus da prova é do denunciante, então a oposição que se preocupe em provar. Demitido, Aparecido logo estará assumindo algum cargo bem remunerado em algum páço estadual ou municipal do país... é assim que as coisas andam no mundo da política: "aos meus pão, aos seus cão"
  • Caça às bruxas - Tarso Genro falou em "punição aos agentes da ditadura" e imediatamente o MP abriu processo contra a União e coronéis da ditadura - como eu leio isso? Populismo: o Governo sabe que um processo desses durará anos, daqui a dois anos fará o maior estardalhaço na imprensa que está punindo os "vilões" da ditadura e a comoção popular estará a seu favor. Quando foi assinada a anistia, o acordo firmado era que nem um lado nem o outro teriam seus militantes perseguidos... mas sempre paira aquela vontade de vingança e revanchismo disfarçados de justiça. Cuidado para que não hajam excessos...
  • FHC avaliou o Governo Lula, afirmando que nas áreas da jutsiça, do Ministério Público, da economia e dos programas sociais houve significativo avanço, contudo, disse que a relação do Executivo com o Legislativo piorou - como não piorar! Lembro-me claramente que quando FHC negociava a aprovação de reeleição foi perguntado por um repóorter sobre as denúncias de aprovação de projetos dos senadores e deputados e mais verbas para certos estados em troca da aprovação de sua proposta e em claro e bom Português ele disse: "É assim, que se faz política, toma lá da cá", com esta proposta política era quase impossível haver uma má relação entre os Poderes...
  • Ai, ai, ai...

sábado, 17 de maio de 2008

A partida

Partiu hoje para a viagem que a todos aguarda e que não existe quem não a fará uma de minhas primeiras musas e que (embora muitos discordem) escrevia melhor que seu também falecido marido Bom será se ela estivesse enganada e Deus exista, e ela esteja feliz na grande mansão celestial. Sou muito grato a ela, embora ao mesmo tempo que ela nem sabia que eu existia, sabia que existem milhares como eu. Já li muito dela e adorei suas fotos. Zélia Gattai só não mais fará falta, pela riqueza da obra que compôs e que inspirou.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O ato


Nos espasmos que teus sussurros me causam
e nos arrepios que tuas mãos me levam
derreto-me secretamente em ti
que se expandes em mim
e te ocupo os espaços
rompendo e invadindo o caminho já preparado
com o tapete vermelho da sangria
escorres para que em ti escorra-me.
Em rompantes frenesis
te possuo, possues a mim,
dores, risos, contrações
indescritivelmente íntimas são as sensações
arfar, arfando, gemendo,
sussurrando coisas initelegíveis
vamos, vimos, não saímos, nem ficamos,
num abraço suado
os risos se formam nas bocas
que não se desgrudam de beijar...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Talício deu vexame

Tava eu numa quermesse quano vi Maria Luciovaneida, morena bonita de mais, pernona redonda como tora de carnaúba, e seus zói se faiscava pra mim, fiquei todo moleque pro lado dela, mas num dei in cima dela logo, não... fiquei na min-a que é pra mulé sabê que o homi aqui num tá a pirigo.
Chamei Bronilha, mulhé formosa, branca de cabelo amarelo, formosona, e fumo dançá. Uma, duas e trêis dança. Rebolava Bronilha pro lado, virava carrapeta cum ela, num saía do ritmo, e as vez incostava meu corpo naquele corpão. Luciovaneida só vendo e dançano parada, como se tivesse alugado aqueles dois mosaico do salão onde ficava arvorado os pé dela.
Chamei uma pitu, pra calibrar a temperatura e o ritmo, aí pronto virei sensação no salão do Arquibaldo. Naquela noite dancei com Marcelina, com Ritantônia, com as gêmea Adriosvalda e Osvaldriana, e até com Santinha (que adispois do seu aniversáro daquele ano arresolveu ser frêra, mais isso é uma ôtra história, que conto num ôtro dia).
Quano deu umas duazora da madrugada pensei, agora ta na hora de pará de dançá e se agarrá um pôco, que é já que a festacaba e num sô homi de saí de festa sozin.
Aí cheguei perto da Luciovaneida:
- A minina num qué dançá uma comigo?
- Num sei dançá não, mas vi que cê dança munito...
- Se ocê quizé pósso lhinciná uns pacin...
- Hoje não, eu queria ficá era de prosa cum ocê...
- Eu não, eu quéro ficá de bêjo, prosa a gente dêxa pros amigo...
Ela riu... ôche que riso mais porreta de uma égua... paxônei...
Saimo dali, fumo pruma mesa assentá, e fica veno os casá dançano e passano... tomamo umas canin-a, ela começô a ríi, pronto era só invisti...
Saimo da festa e fumo prum cafôfo ficá mais a vontade e fazê uma insculhambaçãozin-a, que todo fi-de-deus tem suas hora de fi-do-capeta...
Aí cumeçô aquela agarração, aqueles chêro no cangote, aquela apalpação que inmté parecia que tava dando busca-de-arma, e o negóço foi ficano bom, e bom, e miórando... deitamo e a égua da Luciovaneida pidiu pra fazê cachorrin-o...
- Arre égua, que diacho é isso! - perguntei, mas dipois fiquei sabeno que estas côsas de amô carnal tem nomezinho safado.
Ela fico como cachorrin e o negóço rolô de todo jêto... pense numa noite boa, mas o árco me pegô e capotei, durmi mermo.
Quano acordei, vixe-meu-deus-mí-a-nossa-sin-óra... tumei um baita susto... a Luciovaneida era um macho que tava durmino nu de meu lado... aí é que o negóço ficô ruim, insprico:
Invês de eu mandá ele íi simbóra e interra o assunto, gritei com o cabra e butei ele pra corrê lá de casa... aí todo muno viu o Luciovaneida saí nu de min-a casa, e sobéro que durmimo junto... arre égua, a vergoin-a foi tão grande que fuisimbóra de Lagoa de Dentro e inté hoje, nunca mais pisei nas terra do pPiauí, cum vergôin-a do acontecido.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ai, ai, ai...

  • Segundo o Wall Street Journal, o Brasil se juntou à linha das novas potências econômicas - quando eu era criança aprendi o significado de potencial: a condição do que se pode fazer ou alcançar ou atingir, mas não necessariamente que se fará, se alcançará ou se atingirá. Por exemplo: O tiro de um revólver tem o potencial de matar pessoas, mas isso não quer dizer que o fará. "o Brasil tem o potencial natural, econômico, social e cultural de ser o país mais rico e desenvolvido do planeta, isso não quer dizer que o será" - com essa explicação tomei um banho de água fria, maldito professor de Geografia
  • Os seguranças do filho do governador do Rio foram assaltados e tiveram suas armas roubadas - mermão, o negóço tá mermo ruim hein!!
  • A Ministra Marina Silva entregou o cargo por vaidade, afinal o projeto que circularia quantias vultosas não seria mais administrado por ela - magoei e fiz biquinho... tem gente que não quer dividir o bolo, mesmo sendo muito grande o naco
  • Pesquisa recente sobre a eleição nos EUA mostra que McCaim perderia tanto para Obama quanto para Clinton SE as eleições fossem diretas e a popuação fosse quem escolhesse o presidente, contudo como a eleição é indireta e os delegados votam de acordo com seus interesses pessoais, fica difícil dizer quem será o pr´poximo presidente dos EUA. Eu ainda acho que MacCaim vencerá este pleito, devido sua postura mais autoritária e bem texana
  • Terremoto na China... me condôo com o que vejo nos telejornais... isto sim poderia ser noticiado exaustivamente para ver se sensibiliza o mundo para lembrarmos que só temos uma vida e que sua perda trará dores a muitas pessoas... quantas vítimas! quantos mortos! quanta perda! Pessoas morrendo de fome, de dor, de asfixia, lentamente, sob os escombros... pessoas ouvindo gritos de socorro dos soterrados e nada poderem fazer para ajuda-los... e nós aqui, jogando comida no lixo, mudando o canal quando sai este tipo de notícia... isto sim deveria nos comover mais
  • ai, ai...

Súplica Cearense


Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

Esta bela composição de Gordurinha e Nelinho,
que foi gravada por Luiz Gonzaga, Elba, Fagner e
tantos outros é uma demonstração de sentimento
de culpa pelas enchentes no Noedeste.
Há cinco anos que as chuvas não caíam com
tanta intensidade no nordeste brasileiro, e os açudes
e reservatórios de água encontravam-se bem aquém
de sua capacidade ideal.
Mas neste ano as chuvas têm causado calamidades
na região normalmente massacrada pela seca.

domingo, 11 de maio de 2008

O réu

Num país em que o poder judiciário era o Poder, um rapaz foi preso por matar um outro por motivo torpe: bebedeira.
No julgamento triplamente qualificado (por motivo torpe, sem condição de defesa da vítima, com crueldade) todas as provas eram contra o jovem assassino, que confessou o assassinato.
Contudo, naquela monarquia, havia uma pergunta que o juíz deveria proferir antes da execução capital de qualquer réu.
Uma vez confirmado o crime e sentenciado à morte, o juiz fala à numerosa platéia que assistia ao tribunal:
- Este jovem assassinou brutalmente a um jovem no bar, por motivo torpe, sua embriaguez; ferindo pelas costas e sem condição de defesa da vítima; após o assassinato, o jovem disse a todos que aquele nunca mais mexeria com mulher casada novamente. Desta forma, o sentencio ao enforcamento. Contudo, como manda a lei, pergunto: Há alguém que deseje assumir a culpa pelo crime no lgar do réu, e ser sentenciado por ele?
Silêncio geral na plenária do júri, até que uma voz feminina se escuta:
- Eu, eu aceito a pena pelo jovem!
Todos se viram para aquela mulher de 40 anos, e o juiz lhe pergunta se ela tem consciência do que está dizendo, ela afirma positivamente o desejo de pagar a pena por ele, e o juiz lhe pergunta por qual motivo ela aceita morrer pelo jovem:
- Quando, há vinte e um anos atrás eu conheci o pai deste garoto e me entreguei a ele, eu engravidei. Todos os dias, durante a gestação, eu sentia seu corpo se formando. Eu sabia que o meu sangue é que correria nas veias daquele feto, e depois do menino. Eu sabia que ele não seria formado pelo que eu comesse, mas, sim, por minhas próprias células. Eu sabia que o que compunha meu corpo é que iria compor o corpo dele, meus ossos cederiam cálcio e ferro para seus ossos, meu sangue cederia as hemácias e os leucócitos para o sangue dele, meu fígado, coração, pulmão, tecido adiposo, permitirism que células migrassem ao meu útero para formar aquela criaturinha e fazê-lo saudável. Eu sabia e sentia ele se formando em meu interior com substâncias que originadas em mim e que era assim que eu cumpunha e o formava no silêncio de meu corpo, no escuro de meu ventre, diariamente, a cada segundo. É por isso que estou disposta a assumir seus erros, não poque julgue que o criei mal, ou que eu tenha culpa por seus erros, mas porque o amo.
- É belo este seu ato, senhora, mas a senhora está realmente disposta a morrer por ele?
- Quando, há vinte anos, sujeitei-me à sala de parto, para o parir, lá eu fui como que à morte... as dores lancinantes que senti no romper de minha bacia, na abertura de meu corpo para seu nascimento, eu sentia dores de morte... eu me entreguei à morte na quele dia que o entreguei à vida - sim, como mãe, morremos na hora do nascimento porque sabemos que desde aquele dia em diante nossa vida é de nossos filhos...
- A senhora tem mita coragem... mas temos que exercer a justiça.
- Não é coragem meritíssimo, é amor. Não peço justiça a ele, peço misericórdia para ele e justiça para mim, porque não é justo para comigo deixar-me vivendo o resto de minha vida sem a presença deste a quem dei minha vida, há vinte anos.
(Este post foi feito a pedido - Jo e Clau me pediram um post para as boas mães... espero que gostem, não só elas, mas todos)

Safira desconfia da história bíblica

No tribunal de Jerusalém levaram um caso para o Rei Salomão julgar, o caso envolvida duas senhoras Alizafe e Beteami:
- Majestade, eu e Beteami demos luz aos nossos filhos ontem, e ficamos no mesmo quarto de recuperação... contudo, de noite, quando dormíamos, esta senhora deitou-se sobre seu filho e o sufocou à noite, aí, hoje de madrugada, ao perceber que seu filho estava morto, o trouxe à minha cama e trocou seu filho morto pelo meu... portanto senhor, esta criança viva é meu filho!
- Não Majestade, Alizafe mente. Ela deve ter dormido sobre a criança à noite e o matado, agora quer meu filho para si...
- Tragam-me a criança, disse Salomão.
Ele pegou uma espada e a criança, aí disse:
- Como não temos como saber de quem é esta criança, pois o teste de DNA ainda não foi inventado, então eu partirei a criança ao meio e darei uma metade para cada uma e acaba-se a dicussão.
Beteami disse, "isso senhor, faça isso que a justiça será feita".
Alizafe começou a chorar e disse:
- Não meu senhor, não mate esta criança, que é meu filho... eu prefiro que o senhor o dê para ela, para que eu não o veja morto.
Segundo a narrativa bíblica, Salomão deu a criança a Alizafe, porque compreendeu que a mãe prefere ver a criança com outra mãe que tê-lo morto.

SALOMÃO ACREDITOU NAS LÁGRIMAS DA MULHER!!!


Suponhamos que Alizafe dissimulara o choro para convencer ao Rei que era inocente, como muitas pessoas fazem. Mas se ela tinha o sono tão profundo que não sentira alguém tirar seu filho de seu colo, não poderia ter tido o sono tão profundo que não percebesse esmagar seu filho com o próprio corpo?
Será que Beteami não estava tão furiosa com a acusação e a grande possibilidade do rei acreditar na mãe-assassina? Será que ela não sabia como Salomão era misericordioso e por isso tinha certeza que ele não sacrificaria a criança, por isso o desafiou? Será que ela, simplesmente, não "jogou" com o rei, como ele estava jogando com elas?

Moral da história: não se tem certeza de um fato levando-se em consideração principalmente as manifestações emotivas das pessoas. É muito fácil mentir, chorar, rir e falar o que se quer.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Boa Oportunidade!!


- Minha amiga Margentilde está com um grande problema...
- E você acha conveniente me contar os problemas de sua amiga?
- Sim, acho, afinal ela é minha amiga...
- Mas ela não é você, e eu nem a conheço!
- ... :(
- Você tem certeza que quer que eu saiba do problema de sua amiga?
- Sim, eu tenho certeza e quero que você saiba!
- Você acha que eu posso ajudar?
- Claro que pode!!
- Eu estaria ajudando você ou à sua amiga?
- Ora... às duas...
- Eu estaria ajudando você porque você aliviaria sua vontade de fofocar a vida da amiga? Ou lhe ajudaria porque procuraríamos a solução do problema?
- Bem... ora, não me confunda!
- Qual o problema?
- Esquece, já resolvi!
- Você resolveu o problema de sua amiga? Assim, num estralar de dedos, sem fazer nada?!
- Sim, assim, num estralar de dedos sem fazer nada.
- Então não havia um problema algum!
- Se eu disse que havia um problema é porque havia um problema; se eu dizia que você poderia ajudar, você poderia ajudar; se eu disse que resolvi o problema, o problema tá resolvido!
- Margentilde é uma menina rica, com bons estudos, está fazendo mestrado na França e tudo. É muito, muito bonita mesmo, é sarada, bonita, bem feita, inteligente, gostosa pra caraí - Ah, se caísse na minha cama eu saía matando... que problema tão grave assim ela teria, e que você resolveu tão rapidamente?
- Sim, mas tinha um problema, mas terminei de resolver por ela, afinal ela confia em mim...
- E qual era esse problema?
- Lembra daquela festa no Gato Preto, que nós fomos?
- Lembro, foi quando eu a conheci...
- Pois é, faz uns cinco meses, mais ou menos...
- Cinco meses e três dias!!
- Isso... pois é foi aí que começou o problema dela...
- Drogas? Gravidez?
- Não ela se apaixonou por ti, tentou não levar a sério, mas não consegue tirar você da cabeça - esse era o problema, mas já resolvi...
- Ãh, como!?
- Vou dizer pra ela que você é um saco, pousa de ético mas é fofoqueiro, não respeita mulher e se namorasse ou ficasse com ela era pra exibir como um troféu - resolvido o problema!
- Mas...
- Tchau, chato!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vitoriosa

Midiã resolveu fugir de casa. Pegou sua mochilinha da escola, juntou três camisas, duas saias, dois calções, um par de chinelas meio corcomido pelo tempo, um lençol, alguns biscoitinhos recheados, um sabonete (prevenida), um papel com todos os telefones que seriam úteis (do pai, da mãe, do tia Ardósil e de uma irmã de oração da igreja).
Na saída roubou a bíblia de sua mãe e deixou um bilhete em cima da televisão: "Fui embora, não me procurem."
Sua família viajara para João Pessoa (Congresso da Igreja Evangélica na qual seu pai era pastor) e a deixara na casa do Tio Alderlânio.
Foi à praia, à rodoviária, ao museu, à gare onde subiu num cargueiro que só-Deus-sabe-pronde-vai... e foi.
Não queria se preocupar com a preocupação de seus pais, para não sentir remorsos... e foi.
Frio, calor, medo, fome, escuro, sol, sol, sol, sol, sol e sede não lhe fizeram desistir... e foi.
Saudades não lhe fizeram telefonar, doenças também não... e foi.
Sem notícias algumas de São Joaquim de Muzabem vivera sua vida, dos 10 aos 45... vivera tudo o que pudera viver... estudara, trabalhara, criara, fabricara, enriquecera, crescera, crescera, parira, rira, chorara, rira, chorara, sentira dor, aliviara dores, amara, odiara, amara novamente, fôra palhaça, fôra esperta, fôra meticulosa, crescera, vivera, amadurecera, envelhecera...
Chegou em Muzabem, que já não era mais São Joaquim - destituíram o Santo nos idos dos 1986. As quinze casinhas devem ter cruzado entre si, pois haviam mais de 5500... a população já formava uma pequena cidade, mas certamente a casa de seus pais seria achada, afinal quem desmancharia um lago?
O lago virara represa - a casa não existia mais, mas um velho sentado numa casinha modesta e limpa, com jarros de plantinhas e chamarizes de beija-flores nas calhas, lia uma bíblia bem velhinha... como não reconhecer aquelas mãos, aqueles olhos azuis clarinhos, aquele jeito calado... eram onze horas da noite.
- Pai, vim lhe dar boa noite - de soslaio olhou para dentro da casa: sofá, uma rede na sala, uma senhora andava pelo corredor com a dificuldade dos seus 80 anos e 120 quilos, lentamente vindo...
O velho levantou os olhos, esboçou um leve riso no rosto sofrido pelas perdas que a vida lhe dera:
- Isso são horas de uma menina chegar em casa?! Meu amor, bota água prum chá que Midiã tá com aquela vozinha de quem quer tomar chá com biscoito...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Não me permita

www. virginsuicides.no.sapo.pt/frozentear.bmp


Eu sei que eu te disse:
já vou!


Sei que disse que iria te deixar
que minh'alma sangrava lágrimas
que meus olhos choravam sangue
que meu peito não mais te cabia
que teu peito não mais era minha morada

Sei que eu disse que não eras mais
a minha sinfonia - que eras batuque e ruído.



Quem me dera a ombridade
de não ser tão orgulhoso
e soubesse pedir perdão...
E soubesse sentar-me na varanda
tocar meu violão que tu guardas
e cantar-te "Chega de Saudade"...


Mas sou rude e bruto,
não sei acarinhar
não sei chorar
- me perdoa mesmo sem eu pedir,
porque sabes que quero ser perdoado
e que queres me perdoar.



Não, não, meu olhar te clama
não me permita ir embora,
convence-me a ficar
me abraça, me arranha, me rasga,
tu que só destilas amor em teu suor
me ensina a amar suave
e não me permita sair,
nem me permita pensar em desamor
não me dê liberdade de arbítrio
não me permita
eu ser dono de mim
porque só faço besteiras
contra mim e contra ti.

Niversáro!

Hoje minha filha n.º 01 está fazendo 20 anos de idade... por isso não postei nada... Ela é tão inteligente que há anos, quando perguntam-me: "Essa menina é a tua?" ela responde: "Não, eu sou de mim mesma!" E quando perguntam se ela é minha filha mais velha, ela diz: "Não, sou a primeira, porque a palavra velha ainda não combina comigo" Feliz 20º Niver, Li, sou muito abençoado em ter você nestes meus últimos 20 anos.
Como guerreiro vindo de batalha e lança sua espada à porteira de seu sítio, lançando sobre a distante e bela casa o olhar tênue, choroso e fito... aguçando aos ouvidos à voz da mulher amada que em casa haveria à espera ficado com o coração a pulsar descompassado deita seu corpo débil na estrada, faço minhas idas e vindas a mim mesmo, lanço fora de mim a espada-caneta em sempre empunho e olho para mim, verme imundo e vejo, um homem desarmado, fraco, morto, em pensamentos funesto absorto, tendo certeza que melhor que ele próprio um aborto, pois sem dor, sem fadiga, sem amor e sem intriga viveria melhor e sairia mais de mim.´ ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁHHHHHH, quem me ouve se grito para dentro e nem eu mesmo estou mais em mim...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Comentário de um post...

Passeando por um blog de uma amiga, ela perguntou onde andava o Presidente Lula, que ela nunca mais viu ou ouviu, e eu respondi assim: Meu bem, o Lula tá aí... a questão é como eu falei, o caso Isabella toma o espaço da mídia não pq ela era linda e meiga, ou pq o crime foi brutal e tal, mas sim porque é interessante pra quem comanda:
  • Dilma depôs?
  • cade a CPI dos cartões?
  • cade a crise do petroleo?
  • tens ouvido falar da\aliança entre as FARC e PCC?
  • ouviu algo sobre a CPI das ONGs?
  • as mortes no RJ confirmadas pela dengue passou a casa das 70 alguém noticiou? e nas outras capitais têm aumentado também!
  • cadê a crise da alta dos alimentos - a cesta básica subiu em média 6% em TODAS AS CAPITAIS do Brasil, alguém ouviu isso?
  • o dólar subiu e baixou e subiu de elevador, foi falado na mídia?
  • e a crise das bolsas americana e européia e asiática?
  • o mundo vai negociar com euro no lugar do dólar, alguém sabia?
  • os alimentos tiveram alta em todo o mundo - por quê? por causa do etanol, meus óis, mas porque o $ que circula nas indústrias de alimentos é 5 vezes maior do que o que rola nas de veículos, nas de informática, nas empreiteiras... é uma forma de tentar recuperar as bolsas.

Nada, nada mesmo Tita, surge ou some da mídia por acaso!!! Prefiro acreditar em fada madrinha, fada do dente, coelho da páscoa que em coincidência na mídia

BLOGAGEM COLETIVA: Safira e o ciúme virtual

Primeiro, quero discordar de meu guru:

Hoje é minha vez de participar desta blogagem que o grande Bruno, Exagerado nos convidou. Na verdade, ele convidou o Ótimos e estendeu o convite a todos os blogueiros. Como o Ótimos também me convidou, eis-me aqui.

Primeiramente quero discordar de meu guru:
Ótimos, nem todo ciúme é virtual. Nem tudo o que é abstrato é virtual, uma coisa não é virtual somente porque não vemos, tocamos, cheiramos e porque tal coisa está fora de nossa capacidade sensorial. Amor é virtual? Ódio é virtual? Riso é virtual? A virtualidade refere-se a uma realidade imaginada, não a uma realidade abstrata. Um sonho, enquanto dormes, sim, é uma realidade virtual; uma novela ou um filme, são realidades virtuais, embora os sentimentos que aflorem no sonhador e no telespectador, são sentimentos reais (desculpe Talício - mas você teve sorte, se sua mulher estivesse na TPM poderia ter causado um pintocídio).

Sanada a dúvida, e feita a queixa, vou discorrer sobre ciúme, em especial o ciúme virtual:


Sou ciumenta, sou possessiva, qual mulher não é? Aí entramos com a desculpa: "se for um ciumezinho que norteia a relação, tudo bem; só não pode ser doentio ou exagerado". Doentio e exagerado o cacete, ciúme é ciúme e pronto... se o carinha pisa na bola e dá margem para paquera e para a imaginação de outra mulher, é pra ser condenado, sim...

Quem determina o "grau" de ciúme, se ele é exagerado ou normal! existe algum ciúmetro? Não estas coisas são incomensuráveis, o que pode acontecer é a pessoa perder o juízo e sair por aí dando bolacha em todo mundo e atirando pra todo lado - descontroladamente. Se for uma mulher, a gente desculpa devido às cargas adrenalínicas da TPM.

Confessem aí, mulheres, é ou não é gostoso sentir ciúmes? Aquele sentimentozinho de posse, aquela cara de má que fazemos, aquele olhar que lê a alma masculina e deixa o cara menor que uma formiga anã?! E as piadinhas que soltamos! E aquelas ameaçazinhas: "pois quem te garante que sou fiel?", "se você olhar de novo, amanhecerá com a fronha rasgada"...

O sentimento do ciúme começa com o aumento de nosso batimento cardíaco, aí a adrenalina vai crescendo e tomando conta de nosso juízo, de nosso raciocínio, aí passamos a odiar e queremos esganar, trucidar, esfolar vivo - a mente feminina é muito, mas muito fértil mesmo (ainda mais se for ciumenta), aí a gente começa a conjecturar: ah, por isso não me telefonou; naquele dia que tava com o celular desligado era pra não receber ligação da piranha, aquelas-zinhas do msn que nem sei quem é e de quem ele nunca fala só podem ser umas vacas! E quando ele sai daqui de casa será, que vai pro direto pro apartamento? Será que na hora do almoço, ele aumenta as estatísticas de motel? (vocês sabiam que os horários que os motéis são mais cheios são na hora do almoço e em dias de jogo?)

Pronto, o barraco está montado, só falta derrubá-lo...

O sentimento de ser traída é uma maravilha, principalmente quando não somos traídas (fica só na impressão), porque acuamos nossos homens na parede, como bandido cerca o mocinho num beco sem saída (a gente sabe que ele vai se safar com uma mentira ou desculpa qualquer), mas a gente quer mesmo é a endorfina de depois da briga, aquele sentimento de cansaço e de domínio dão lugar a um sentimento de carência afetiva... aí começamos a acariciar nossos cabelos (sinal clássico que queremos xamego), abaixamos a cabeça (sinal de que queremos ouvir palavras boas e bonitas), choramos (sinal que queremos um leve abraço, companheirismo e segurança na relação), aí beijamos e beijamos (sinal de que queremos encerrar a briga com uma trepada ardente, carinhosa e muito cheia de beijos).

Não tenho nada contra os ciumentos e as ciumentas, contanto que tenhamos o controle para as agressões serem só verbais, porque passados alguns minutos estaremos bem... e passados anos riremos muito disso tudo - quando envelhecermos, riremos de todas as estupidez da juventude e seremos felizes velhinhos saudosos de nossos amores ardentes nas pias, jardins, semáforos, praias, cinemas, escadas de serviços, praças...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

BLOGAGEM COLETIVA: Talício também foi vítima de "Ciúme Virtual"

Fui cunvidado pelo Ótimos (que nome insquisito prum cara), que foi cunvidado dum tal de Ixagerado (vixe mãe dideus - será que ele é ixagerado purquê é ixagerado mermo ô purque é insculhambado? - xá pra lá), o negóço é esse, vim dá meu tristemunho de min-a insperiênça cum esse tár de ciúme virtual:


Meu amigo, vô lhe contá que esse negóço de sentí ciúme é uma côsa do capirôto, mermo. Magine você o que aconteceu comigo... lá pros ido dos 76...
A min-a mulé quiria purquê quiria que eu lhe comprasse uma televisão. Aí eu, bobão como cachorro treinado, fui comprá a mardita da caxa preta com vrido na frente que amostra as pessoa.
Chegô em casa, liguei logo, trepei no tei-ado, coloquei a antena.. aí foi a festa... a molecada correu pra vê, a muié dixe: agora quero vê a Constantina vi mi dizê que o Instupido Cupido ela assistiu e eu não!!

Már no dumingo, dispois da missa, chegano im casa, liguei a Televisãun e apariceu um tár de Fantástico, e né que exe pograma apresentava umas muié pra lá de linda.
Elas tava tudo dançano, se balançano, na maió insculhambação... eu como sô bicho macho, adorei o que via.
A muié lá dento, butano os minino pra durmíi, e eu na TV (já tava todo íntimo), assistino tudo, intendeno nada, már cuns óio grilado nas parte da muierada dançano.
A min-a muié vêi divagarin por ditráis de eu, viu o que era aquilo, olhô pra min-a carça que já parecia tê um poste dentro... e voltô pra cuzin-a.
Eu inté pensei bestêra... hoje o négóço lá no quarto vai sê buniiiiito...
A muié voltô pra sala com duas panela, uma jogô na coitada da televisãozin-a, que soltô fumaça pra tudo que é lado, uma faisquêra medôin-a, e antes que eu dissexe quarqué côsa ela jogô a panela de água quente nemim, que meu pinto tráis as marca inté hoje, e asdispôis, me deu umas panelada...
Hoje eu rio dixo tudo... essa foi min-a premêra inspiriênça com o tár de ciúme virtual.

domingo, 4 de maio de 2008

BLOGAGEM COLETIVA: ciúme virtual

Fui convidado por Exagerado para participar desta blogagem coletiva, a primeira que participo, então, lá vai bala:


Procurei no Google e no Cadê material pra meu post e me vieram 798.000 resposta em 0,26 segundo no Google e 112.000 em 0,27 no Cadê, contudo nada mudou o foco que eu trazia para postar...

Vê só: o carinha ta lá na dele e fica pensando no que a pessoa amada pode estar fazendo, aí começam a surgir suspeitas: pode ser que esteja falando com alguém que não conheço, pode ser que esse alguém seja mais interessante que eu, pode ser que eu seja mais caído ou feio, pode ser que esta pessoa seja mais bem humorada, mas amiga, mais legal... nisso o ritmo cardíaco de quem tá só conjecturando começa a aumentar e a incerteza começa a criar corpo, começa a sair da possibilidade e entra na realidade-virtual... tá ferrado(a) meu amigo(a)

Por isso, tenha o pé no chão e lembre sempre: o único ser vivo que usa palavras para se comunicar é o ser humano, então converse, dialogue, desencane... e tenha certeza que quem está contigo só estará até o dia em que ela ou ele ou tu quizerem estar, por isso nêgo viva intensamente tua relação com bom-humor e excelente-amor.

Se entendermos ciúme como o sentimento oriundo de suspeita, não de certeza, da infidelidade ou deslealdade de outrem, e que esse sentimento causa perturbação emocional, confusão de raciocínio e sentimento de impotência e raiva/revolta, conduzindo a comportamento depressivo ou agressivo... e...

Se considerarmos virtual como a condição do que não é real, ou físico, ou do que não se pode materializar; como algo que não se pode ter ou presenciar fisicamente...

Quanto ao tema da blogagem, só posso inferir que todo ciúme é virtual.

E quanto ao ciber-ciúme, vou deixar pra Safira e pro Talício falarem nos outos dias da blogagem.

Beijos virtuais e reais

sábado, 3 de maio de 2008

A Bíblia tem histórias interessantes - O chifre de Abraão

Abrão era um camarada muito rico que morava na cidade de Ur (perto do que é hoje Teerã) e sob ordens divinas sai de lá com seus rebanhos, empregados, pai, sobrinho e esposa (Sarai)... e peregrinam à fabulosa Canaã... Deus faz uma aliança com Abrão, assim ó, de grátis, porque foi com a cara de Abrão, que já tinha dado sinais de ser um cara crédulo às pampas. Os termos deste acordo eram: 1. te darei um novo nome, a ti e à tua mulher - ela será Sara e tu Abraão; 2. toda essa terra que vês será tua e de teus descendentes, até onde tua vista alcançar; 3. tu terás um filho em quem depositarei minhas bênçãos, mesmo sendo já velhos, tu e Sara, eu lhes darei um filho - Sara não acreditou e riu, daí o filho deles se chamar Isaque (riso); 4. de tua descendênca nascerá o Messias; Abrão, agora, Abraão queria saber o que tinha que fazer, para receber tudo isso: - Não precisa fazer nada~, Abraão, basta me adorar como teu Deus! Abraão topou, é claro! Chegou um tempo de seca e Abraão foi com sua mulher pro Egito, mas Sara era uma gata... muito bonita meeeeessssmo. Abraão com medo que o Faraó quizesse pegar Sara e pra isso o matasse, combinou com ela, para que dissessem que ela era irmã dele, não esposa. Faraó se encantou da mulher e crau, levou ela pro palácio... quando ele soube que eles eram mesmo marido-mulher ficou furioso: - Pô, Abraão, te recebi como amigo e tudo... e tu me deixa pegar tua mulher pra ser minha esposa, faz o seguinte, pega ela, teus cacarecos e panos de bunda e te manda daqui!!! Abraão voltou pra sua terra!!!! Vejam só... o "pai da fé" prefere ser corno que brigar pela mulher dele, deixou que o Faraó levasse sua mulher a dizer a ele: Êpa, arreda o olho que essa aqui tem homem!! Merecia mesmo o par de chifre que levou, sim, par, porque levou o chifre de Faraó e depois de Alimeleque... Até onde Sara aceitou essa situação por ser submissa? Será que ela não gostou de provar outras camas, outros perfumes suores???
O cara entra n sala do chefe sem ser anunciado, tom grave e ríspido: - Chefe, eu sei que eu sou o seu melhor engenheiro... me desculpe, mas eu quero um aumento!! Se nem levantar a cabeça: - Tá desculpado..

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Que lógica essa da sociedade!!!



Jorgina casou por amor, e por uma gravidez precoce. Antonildo casou porque tinha o tezão em Jorgina e queria que ela nunca mais desse pra ninguém.
Como o principal tempero pra um casamento estava em falta na cozinha de Jorgina-Antonildo, o respeito, logo começaram as brigas. O cara, morto de ciúmes, não permitia que Jorgina trabalhasse fora de casa, contudo seu soldo de soldado da polícia militar não permitia que tivessem uma vida financeira-econômica-material confortável.
Problemas financeiros + falta de respeito = porrada, muita porrada na coitada da Jorgina.
Durante a gravidez, Antonildo deu-lhe uns sapecões tão violentos que, segundo a Dr.ª Loriette, com dois tês por favor, isto fôra o motivo de Bejami nascer surdo do ouvido esquerdo e com as duas perninhas tortas, tortas como um alicate quebrado.
Antonildo teve uma idéia maravilhosa:
- Vamos morar na casa de minha mãe!
- Mô, a gente aperta um pouco, mas fica numa casa só pra nóis é melhô...
- Eu num perguntei, eu disse! E foram pra casa da mãe dele, sogra dela...
Acho que dona Gerzalina leu todas as revistas pejorativas e piadas sobre sogra, porque fazia valer o título...
Quando Antonildo dava porrada na Jorgina, Gerzalina saia de casa com Bejami pra não ouvir os mau tratos, nem os ais e muito menos os xingamentos:
- Veja dona Claraleusa, a vadia da mulher do meu filho fica chamando ele de viado, de bandido, de Satanás, só porque ele deu umas porrada nela!
- E o que ela fez pra merecer as porradas? ela nem sai de casa!
- Ah, sei lá... mas se meu filhinho bateu, deve ter tido seus motivo...
E assim se passaram dez anos, três filhos, muitos olhos-roxos, muitas costas-roxas, muitos dedos-queimados, muitos tufos-de-cabelos-arrancados, muitos dentes-quebrados, muitos quartos-trancados-por-três-dias-pra-ela-aprender-a-não-pedir-comida-que-não-posso-comprar (um churrasco com baião de dois, de boteco - 4 reais - no dia do aniversário dela!!), mas nem um BO na delegacia da polícia, nem uma visita a médico pra ver os hematomas ou a costela quebrada em sua segunda gravidez, nem o sexo violentado num dia que a puta do cabaré negou-se pra ele porque tava menstruada e ele a amarrou na cama e violentou-lhe o ânus (pô se dizem que dói com consentimento, pensem à força) - Gerzalina no quintal lavava roupa e aumentou o volume do forró que tocava no rádio:
- Esses chôro dessa mulhé me deixam nervosa, prefiro nem ouvir...
Ontem, até agora ninguém sabe o porquê - talvez pelo costume de bater, e cada vez com mais violência, ou teria tentado ver quanto era resistente o crânio de sua ex-posa Jorgina - Antonildo, deu umas pauladas na cabeça de Jorgina, partindo seu crânio, levando-a a óbito imediato.

Casos como esse se vêem todos os dias no Brasil e no mundo todo, independente da classe social, do poder econômico ou do prestígio social, religioso ou político.
Mas o que mais me deixou triste e revoltado, foram os comentários que ouvi:
- eu nem consigo ter pena dela, uma mulher que se deixa apanhar assim, procurava isso (uma professora disse)
- ela fazia era gostar (um comerciante)
- tem gente que precisa levar umas pêia, senão não presta (um servidor público)
- eu bem falei pra minha filha que esse casamento não daria certo (a mãe de Jorgina)
E o que aconteceu com Antonildo? você pode me perguntar.
Só posso lhe dizer que perguntei para diversas pessoas e nenhuma, nem o delegado de polícia, soube me dizer...
Que Deus e todos os anjos protejam vocês Jorginas, contra todos estes Antonildos e Gerzalinas e Claraleusas... porque não se bate nos outros nem com palavra.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sabendo-me


Meu, vô, meu pai, meu irmão
o mundo em construção;
ninguém constrói sua vida sozinho,
ninguém constrói-se só, também;
pudera saber quem eu sou
ou quem eu estou sendo
para me re-construir.

Quero saber quem eu sou para ti
saber quem eu sou em ti, em ti e em ti...
todos que lêem aqui
ou ali...
quero saber quem eu sou para mim.

Ah, como é bom saber-me mutante
e senhor de mim
podendo tornar-me no que quero,
tijolo a tijolo construindo a mim
e meu mundo
dentro e fora do que sou
neste constante por-vir.