quarta-feira, 30 de abril de 2008

Safira fala de amigos virtuais


Eu nunca pensei que fosse tão divertido escrever num blog.

Eu achava que era coisa de adolescente... eu formara um estereótipo de que "agenda eletrônica" não teria nada a ver comigo, ledo engano! Postar é como comer chocolate, pois pode viciar, mas a gente liga??!!! (risinhos)

Quando Ótimos me convidou para compor aqui vez em quando, topei devido nossa relação de amizade, mas fui gostando, gostando tanto que já estou até pensando em criar meu próprio blog.

Aqui fiz boas amizades, e vez por outra recebo e-mails comentando meus posts, em especial de uma grande amiga paraense, lingüísta de primeira linha e que me honra com seus comentários.

Conheci muita gente legal, com quem converso vez por outra.

Há uma deusa que conheci neste mundo virtual, com quem tenho menos contato que gostaria, mas nossos papos sempre me são muito enriquecedores, hoje ela mora no Rio - eu não, eu não moro em canto algum, sou completamente virtual, não como a S1mONE.

Não sou cosmopolita como os nômades, artistas e políticos... sou fixa, mas viajo mentalmente por muitos lugares.

Meu vento paira em muitos lugares por onde fui, e sei que corro em muitas veias de muitos amigos que fiz, sei que pertenço a muitos corações que me amam e me arrasto pelas muitas linhas que me escrevem e que escrevo.

Minha amiga virtual (que agora mora no Rio, que já está marcada pelo sol) mais que no Rio mora em minha memória, mais que as marcas do sol e de sua pouca idade, já marcada, já marcou meu 2008 como um ano de muitas e grandes vivências.

A vantagem dos amigos virtuais é sua própria desvantagem: a distância...

Sim, é muito vantajoso você só estar disponível para eles quando você quer estar com eles; os amigos físicos às vezes se chateiam se você não pode lhes dar atenção, e se você não quer lhes dar atenção naquele momento são capazes até de acabarem ou racharem a amizade. Chegam na sua casa e você não pode só dizer: "tchau, minha amiga, tô com sono", já aos amigos virtuais, eles te acessam e você sem dó, nem pena, sem licença nem perdão, diz que vai desligar porque tá com sono, e desliga e o outro não se zanga...

Mas essa distância às vezes te faz mal, porque você não tem às vezes com quem dividir um chope, ou rir, ou ver um filme, ou só insultar.

Outra vantagem-desvantagem diz respeito às confidências e cobranças. A um amigo físico às vezes você teme contar tudo o que sente, seus planos, suas gafes, suas indiscrições, seus atos impudicos e suas disvirtudes - ele vai lhe cobrar em algum momento isto, ou pode contar para terceiros.

À virtual-friend, você pode desmascarar-se completamente, ela nem sabe se você existe mesmo ou não, não tem teu endereço, e o que tem pode ser mudado em 10 minutos, sem burocracia. E esta pessoa não pode te cobrar muita coisa, pois a virtualidade da relação te protege.

Eu pensei que amizades virtuais nos deixassem frios e desamorosos, outro engano, porque tenho crescido muito com estas amizades que me vêm em sinais elétricos, nos milhões de bits, ciberneticamente... riu, choro, aprendo, ensino, viajo, vou, chego, declaro meu amor e tezão, recebo declarações, vivo este mundo virtual, sem perder a materialidade...

Bem, como adoro viajar, já posso ir a Porto-Velho, Fortaleza, Salvador, Itabuna, Ilhéus, São Paulo, Rio, Bagé, Porto-Alegre, Sidney, Cataluña, Oshkosh (Wisconsin - EUA), Guarda ou Lisboa (Portugal), Ribeirão Preto, Belém, Manilla, Cairo (entre outras localidades do mundo), pelo menos recebi convites virtualizados para viagens materiais...

Como a amizade é um sentimento, e não um relacionamento, percebo que travarei novas e novas amizades a cada novo post. Mas amigos leitores, faço-lhes um apelo: ao lerem quaisquer blogs, comentem, nem que seja um simples "Gostei" ou "Não gostei", porque nós quando postamos gostaríamos de ter o feed-back de nossos leitores...

Grande beijo sarado, cheio de safirinhas coloridas para animar teu feriadão.


Conversando com a poeta


Foram tuas letras que me trouxeram a ti

e por mais que eu tenha tentado,
não consegui fugir de tua teia,
da sedução que proporcionas nas palavras.
Ter te conhecido
me fez me conhecer mais
e assumir uma dimensão
que eu sequer sabia a existência - a dimensão da poesia!

Viu poetisa!
Tá na veia...
em tuas veias não correm sangue
correm pontos, acentos, letras, idéias...
sempre falas em sangrar
as palavras rebentam de ti como hemorragia,
tu sangras palavras,
com ritmo, poesia
Como não fazer poesia a ti, deusa,
que encanta meu passado como farol
lançando luz para meu futuro
Temia voltar,
porque sabia
teria que deixar brotar
toda a poesia que guardo aqui dentro
brotar toda a poesia que guardo aqui dentro
e que pede explodir,
mas que os km de distância me doem
e só eu sei como sofri sonhar tão distante
tão perto
tão teu
tão longe
só eu
Me doía tanta distância
e tanta desesperança
de vivenciar o que minha alma clamava
e o tempo e a distância
qual deuses cínicos e cruéis
não me permitiam tocar, ver, cheirar, ter...
Que deuses tão cruéis são esses,
“que mostram a terra onde mana leite e mel, e estas terras são de deus”!!

Sim, sou melhor que você,
sei que sou melhor poeta que qualquer poeta
porque a musa que me inspira
é a mais digna das musas
e toda a inspiraçãoque eu sempre jurei que não existia
existe e vem de ti
Nunca existiu inspiração, porque não existias em mim
você não sabe como lutei contra mim mesmo
preferi enfrentar a solidãoa
doença sozinho
teu desprezo
até teu ódio
para não me expor assim
porque essas coisas do coração ficam guardadas,
platônicas,
até a gente expô-las
aí, minha amada,
tamo fudido...
depois que a gente resolve assumir que tá apaixonado:
tamo ferrado
Sabemos que ficou uma lacuna
que criei um abismo que jurei nunca procurar transpor,
mas me sinto enfeitiçado
e fugia, não de você, de mim
agora...
Foda-se o mundo