domingo, 30 de dezembro de 2007

BLOGANDO

O bom de bloguear é saber que se é lido... Não sou piegas nem tão vaidoso, sei que poderia fazer melhor e procuro chegar lá... não na perfeição, porque ser perfeito deve ser o maior tédio... Escrevo para compartilhar idéias e porque gosto de escrever. Claro que fico lisonjeado com alguns comentários, principalmente porque ninguém tem que ser hipócrita com quem não conhece, a gente guarda a nossa dosagem de hipocrisia e falsidade para os conhecidos: - Meu bem, esse vestido ficou bom? (rapidamente o pensamento processa milhões de informações: ela tá bem hoje? quaqnto custou essa roupa? tá na moda? pra onde nós vamos essa roupa é conveniente? quem vai estar lá? só amigas esnobes ou gente humilde? se eu disser que tá como ela vai agradceer? se eu disser que não, ela tem outra roupa melhor pra ir? o olhar dela está daqueles que dizem "te quero" ou "quero só te medir"...) - Claro que tá meu bem, mas se (aí a resposta pede criatividade, para ela não pensar que vc esta concordando sópor concordar, tem que dizer alguma coisa, pra ela ver que você nota nela) ... se você usasse aquele brinco não ficaria melhor? ou aquela pulseirinha fina dourada... Escrevo porque gosto, se vão me postar comentários fico feliz, se não, não tem problemas... não sou tão narcisista... Por que escrevo? Quando eu lia os papas da literatura e crônicas nacionais (claro que não ouso me comparar ao Fernando Sabino, ao Stanislaw Ponte Preta, e aos outros fera) eu pensava que nunca teria conteúdo, nem paciência para todo dia escrever sob um novo tema... Surpreendi-me, todos osm dias me vêem novos temas, novas letras, novas brincadeiras com as palavras... Não escrevo e depois transcrevo ao blog, até agora tenho criado direto no computador... o que me tem sido uma grande e nova experiência, mesmo porque sou muito preguiçoso e crítico, se eu escrever um texto, na hora de transcrevê-lo certamente vou mudar muita coisa ou até nem postar, então... mando bala direto na net... De qualquer forma, este post vai para desejar a todos os que me lêem uma feliz entrada de ano (o trocadilho é uma coisa!!) e que em 2008 possamos estar juntos com mais novos colegas neste mundo virtual. Desejo que vocês que me lêem continuem me lendo, pois os lerei mais ainda e àqueles blogs que fazem parte de suas listas, aos que eu acxhar interessante. E que tenhamos um ano maravilhosamente promissor, com escolhas certas e erradas, como novas amizades e amores, com os inimigos de sempre (que nos ajudam à autopatrulha), e que tudo o que desejares para ti, se realmente te for o melhor, se realize. Xero a todos...

Ufa!!






Rapá, cê viu aquela mina que chegô nas parada?
Aquelalí com um decote do tamanho do túnel reboças... é... só a coisa, vei rebentá!
Vamu lá dá umas parada na dela?
...
E aí gata veio pro agito?
É isso... vamo lá pra pista que o som tá manêro?
Tá fria? Quer umas birita pra aquecê? Tomaí, é um uísque legal...
Sei não, se é legítimo, mas que é bom é... tôm...
É bom mermo...
...
Gustêncio, e o seu? Mira! Jóia...
Ó quei, vamu... e a amiga vai também?
...
...
TÁ BOM... O SOM TÁ MUITO ALTO
ALI, Ó... LÁ... LÁ...
...
É aqui tá mais calmo mermo...
Se eu tenho bagulho?
Têio... Que vai sê?
Tenho pó, pedra, erva...
Daqui e a turca...
Lá... ali, no baiêro...
...
Mira, tu é escolada hein... Mil anos...
Tó...
Eu preparo, sim...
...
Olha o cachimbo do Satã!
...
O quê, tu é cana?!!!
Tô fudid mermo?
Que é isso mina, se eu saí daqui levado por tu vai chovê bala no pedaço...
Hã... Corta esse papo, meu...
Ei... e vocês... que é isso pessoal?
Tira a mão de mim!
Que negóço é esse de pulsêra, vou botar algema não...
Devagar... êêêpa, peraí... eu sô gente bem, vocês tão engana...
Ui... ai... uuhhff... ááái... uuhhf, huum...
Calmaê... ái!!!
...
...
Seu dotô eu tava na boate e esse pessoal plantô isso aí em mim...
Tô limpo...
Quê, tarficante, tá ficando é doida... sô só um cara da noite, aê...


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Uááááhhh
Que sonho esquisito meu Deus,
Deve ter sido porque eu falei que estava cansado do seminário e deveria curtir mais meus vinte anos, ir pra boate e curtir o que as pessoas curtem...
Valha, meu Deus!!!
Me perdoe, eu vou é rezar...
...
"Ave Maria cheia de graça..." (mas aquela policial disfarçada era uma gata, áááffff)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Talício, velho amigo e suas prosas

Conheci o velho Talício já velho, cabelos bem nuvens esvoaçantes, olhões azuis-celestes, senso de humor como ninguém... soube mais tarde que fora ruivo, com cabelo bem vermelho mesmo, e isso lá pros idos dos 1915, quando nascera, lhe fazia uma festa com a mulherada. Vou contar algumas desse velho amigo. "êta porcaria... fui tangê o gado e me perdi nesses cafundó... merda! peguei o bezerro, mazanoiteceu e num tenho a mínima idéa donde eu tô... arre égua, tô areado... deixa eu olhar pro céu, há de cê que eu cunheça arguma instrela... putaria, sô, é tudo iguá... "ô sono bom, nem parece que dormi nesses cascái, agor avô procurá um lugar... "treis dias! treis dias e treis noite e num vejo um siná de gente, meu Deus, quié isso!?... Esse chêro... é... é lenha queimando, fazeno armoço... huuuummm veim dalí, tá gostoso..., lá istá o teliado da casa... - Ô gente boa, tem arguém im casa? ... - Bom dia madame, é q eu tava tocano gado e me ariei, tô a quatro dias e treis noites vagando como arma nesse mundo, sem ver viva alma... com uma sede da moléstia e com uma fome de tomar sopa de cascái... ... - A sin-óra tem arguma coisa prêu me dá de cumê? ... - Tem pobrema naum, pode butar assim mermo... ... - Sim, mar num é o mermo fejão? Qui importa si tá acunzinhado, cru ou desincuano... eu quero assim mermo... ... - Não, sin-óra, pode acolocar assim mermo, o chêro tá muito gostosu, o gosto deve tá bom tamém... ... - Huuuummm, ô comida gostosa... pois lhi digo, sin-óra, quano chegá em casa, vô dizê pra min-a muié que só vô cumê agora fejão desincruano, num quero mais sabê de fejão marduro, nem bem acozinhado... lá em casa vai ter pra mim agora é fejão sem sal e desincruano, isso é que é comida de rei... ... - Obrigado sin-óra pela comida, apois agora me diga, onde nós estamo? ... - Poço do porco? már é mais de treis légua da fazena carrapinho... ... - A sin-óra coniece a fazena carrapicho? ... - Naum, nãu moro lá nãu, moro no Córgo dos Mato, pero do Córgo das Moça, perto dos Imbuiá Grande ... - É longe... mas intonce eu vô ino que têin-o que chegá lá... inté pra sin-óra... "Valia mer Deus, já tá anoiteceno... mar tô perto... olha lá a casa dos Berzantino... é tô im casa... - Muié cheguei.... carma gente... ô fiiarada boa... carma papai só tava no mei do mundo ... ... ... - Muié, a aprtir de agora só vô cûme fejao desincuano, você vai cunzinha o fejão pra mim e quano tivé desincruano você me traga na mí-a tigela... isso é que é comida boa... ... - Como eu discubri isso? foi assim, eu... ... - Brigado muié... éra isso que eu quiria... hum... Ééééérrrghh, qui coisa már ruim, é o cão que come isso!!! ... - Esse é o fejão desincruado muié?? ... - E pur quê tá tão ruim assim? ... - Porque a fome é o melhó tempero, pai...

TESTAMENTO


Não me tenham por má, vocês não sabem o quanto sofri para conquistar estes pequenos bens que agora disponho neste testamento para minha família. Fui viúva três vezes; e confesso:

que Zódino, grande alpinista, achou de subir o Aconcágua sem a minha autorização, serrei-lhe as cordas, para que ao perceber que não pudesse escalar sem cordas voltasse para mim... perdoem-me a minha insegurança dos vinte e dois anos de idade. Perdoe-me Zoriula e Zoé pela morte de seu pai;

que não agüentava (adoro os tremas, dão um ar requintado às palavras), sim, não agüentava as noites sem fim de Vidomar, aquele alcoólatra inveterado... coloquei veneno em todas as bebidas da casa e lavei as taças em que ele bebia em uma solução para disfarçar o sabor... era pra ele não querer beber, pena que esqueci de lhe avisar...Maria Cuba, Marinoza e Mérico, perdoem-me o esquecimento que levou a óbito seu pai;

que não fui à ópera naquela noite com raiva de Olestário. Ele me flagrou conversando com Farkas... e deu a maior surra no pobre e desafortunado mecânico, que tinha um jeito rude e macio de falar com as mulheres, que tinha uma mão forte e um dorso duro, que agüentava tapas, beliscões e mordidas, sem reclamar, que tinha força para levar uma mulher no cólo e ao céu quantas vezes ela quisesse em uma noite... Farkas jurou que se vingaria incendiando o teatro com nós três dentro... ah, issome deu uma indisposição... que tomei um calmante e dormi a noite inteira.

Eu não sou má... sou sofrida...

Se Púlia estiver presenta na leitura desse testamento quero que ela saiba que as quinze tentativas de abortá-la e que lhe deixou cega de um olho, sem orelhas, com o lado direito praticamente paralítico e sem condições de nascer cabelos, não foi porque sou má... eu só achaa que não teria condições de sustentá-la... e que mentem quando dizem que lhe joguei num latão de lixo, numa lagoa, dentro de uma jaula de lobos... eu!?... você era muito franzina, mas forte e fiava saltando de meus braços o tempo todo, e como eu estava fraca devido às tentativas frustradas de aborto e você me caía dos braços o tempo todo.. sei, sei, você tinha duas semanas de nascida, mas já era muito forte...

continua...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Está na hora de cada um viver sua vida e sua morte!

Quando me descobri soropositivo, eu tinha 35 anos e estava indo para meu terceiro casamento. Crisólita contara-me de sua condição de +, no início de nosso namoro, porém não tive preocupações quanto a isso, pois sei que com o tratamento adequado a doença pode nunca desenvolver-se... arrisquei-me.

Se não tinha medo, não tinha porque fugir disso. Tomávamos mais cuidado para evitar uma gravidez, que a transmissão do HIV. Assim, passaram-se alguns anos, até que casamos.

Ela, com todos os cuidados, deu-nos dois filhos: Iklácio e Xinfona... a quem aprendi a amar logo de cara... Gestação cuidadosa, parto de gêmeos sempre inspira cuidados, nesse caso então...

Parece-me que quanto mais cuidado temos por uma pessoa, mais nos apegamos a ela. Não sei se Exupèry estava certo ao dizer que ficamos muito presos às pessoas que precisam de nós, e vejo que às vezes nós sentimos necessidade de cuidar de alguém...

O certo é que éramos muito felizes, os quatro.

Crisólita foi excelente mãe, até o dia em que viajou em um ônibus que ía a Recife. O ônibus desviou-se da rota e levou dezessete pasageiros ao céu, entre eles a mãe dos órfaos que criei sozinho.

Não casei novamente para não dar madrasta aos meus filhos...

Fomos a um centro de especialidades médicas em Manaus que cuida de doenças infecto-contagiosas para as consultas regulares de Crisólita e pegar os resultados de meus exames religiosamente trimestrais...

Desta vez, a assistente social me chamou à sua sala... disse num tom cerimonioso que já podíamos esperar por um resultado desses, afinal manter relações sem o devido cuidado pode levar ao contágio...

Eu pensei que reagiria melhor, quando a notícia me chegasse, mas nunca transpareci para Crisólita que estava em choque com a infecção... iniciei imediatamente o tratamento...

Dois anos depois, minha Crisólita fez aquela viagem.

Fiz o que pude para criar nos meninos o desejo de serem pessoas de bem... Hoje Iklácio e Xifona são médicos, e bem conceituados em sua áreas...

Sempre que posso cuido deles, os visito, providencio que seus planos saiam da melhor forma possível para eles, lembrando que nem sempre o que agrada é o que é realmente bom...

Assim, Senhor, vim à sala do trono, dizer-lhe que aceito deixá-los à sua sorte, e que comandem suas vidas sem o meu auxílio, afinal, como o Senhor mesmo falou, já faz nove anos que morri e eles têm idade suficiente para andarem sozinhos.

BRO... BRO... BRO... BRO...

www1.folha.uol.com.br/.../images/crian%E7a.jpg




M*is um *no de sec* eu n*o *guento... est*mos h* *lguns *nos que n*o chove muito... o sert*nejo sofre * *ngústi* d* sec*, d* fome, d*s doenç*s que sempre se torn*m m*is presentes qu*ndo o corpo est* m*is fr*co...


Como * primeir* letr* é import*nte p*r* * escrit*, * *gu* é p*r* o corpo...


Que as chuv*s cheguem logo, que n*o suporto m*is ler sem o *, e qu*se n*o ter m*is suor pr* derr*m*r...

Rapidinhas

www.radio.usp.br/papaleguas

  • Will Smith falou a um jornal escocês que não existe ninguém mau o tempo todo, e falu que acreditava que o próprio Hitler não ficava pensando em quais maldades iria fazer amanhã... como a imprensa não perdoa e adora colocar palavras na boca dos outros, tablóides disseram que Will Smith teria dito gostar de Hitler...
  • Embora a aviação brasileira esteja com sérios problemas e estejamos em altíssima estação, graças ao bom Deus, o caos no Natal foi menor que se esperava... vejamos no ano novo e Carnaval... ainda bem que Deus não precisa de avião pra socorrer seu povo...

  • Viram, as argh, socieligth Paris e Nick Hilton foram deserdadas por seu avô, o patriarca Hilton, que alterou seu testamento deixando às netas, somente 3% de toda a herança, sendo que os outros 97% serão destinados a instituições humanitárias que trabalham na África e Ási, cuidando de doentes, desenvolvendo projetos de irrigação e produção de renda...

  • O maior detetive do mundo (há controvérsias entre Poirot, e Bond), Sherlock Holmes completou seus 120 anos bem vividos e comentados em toda a Terra...

  • Vocês conhecem um cara chamado Ibo Katari, presidente de um país sul-americano fronteiriço com o Brasil, no qual o cultivo de coca é permitido e é um calo em nossas negociações petrolíferas internacionais? Esse é o nome legítimo de Evo Morales, que adotou o nome espanhol como projeto marketeiro. Índio também sabe negociar e aparentar o que quer...

  • Se você ama a vida e lamenta o caos de nosso trânsito pode cooperar para um trânsito melhor e mais pacífico, com seus talentos e tempo. Conheça os ANJOS DO TRÂNSITO (www.cidades.gov.br/anjosdotransito)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

CURSO DE PUXA SACO !!!

As eleições / 2008 se aproximam, não perca a oportunidade de puxar o saco de seu político e garantir favores na próxima gestão
Se desejas te dares bem na próxima gestão, não perca essa oportunidade e aprenda como puxar o saco dessa gentalha que governa o país e o teu município:
  1. Sempre ria quando ele contar uma piada, mesmo sem graça;
  2. Quando aquele papudinho chegar perto com o bafo de onça que a cachaça lhe dá, abrace o pinguço, deixe ele babar tua camisa - proteja teu candidato;
  3. Quando os manifestantes jogarem pedras, tomates, lixo, cocô ou côcos no teu candidato, meta-te na frente para seres o alvo;
  4. Se alguma CPI apresentar o nome do teu político como acusado de qualquer coisa, diga que eras tu. Mesmo que o nome dele seja Astrogildo Divino do Espírito Santo e o teu nome Manoel da Silva, insista que entenderam errado o nome, e se houver testemunha ocular ele se confundiu, mesmo que teu político seja alto, gordo, chinês e tu baixo, magérrimo e índio... a testemunha se confundiu;
  5. Dizem que o melhor cabo eleitoral é o que o homem tem entre as pernas... se a mulher do candidato suspeitar que ele está usando deste artifício para conquistar eleitores e eleitoras, diga que a camisinha é tua, o filho é teu, o chifre é teu, e leve porrada do marido traído, por ele;
  6. Naquelas intermináveis caminhadas populistas porta-a-porta, leve teu candidato nos ombros, afinal ele tem que ser visto e não pode gastar as solas de seu belo sapato italiano comprado com o dinheiro da população;
  7. Receba as cusparadas por ele, e sorria sempre;
  8. Quando o adversário soltar impropérios contra ele, ofenda-te, descabela-te e morra de chorar;
  9. Se ele fizer as pazes com seu arqui-inimigo e maior adversário, com o fim de ganhar as eleições, digas aos puxa-sacos do ex-inimigo que ele sempre admirava o cara e em rodas de amigos íntimos dizia que não esperava a hora de se aliarem;
  10. Se ele romper com seu amigo de infância, trair a confiança do eleitorado, fizer tudo errado em relação às boas maneiras e bons costumes... indigne-te com eles e diga quanto são falsos esses lobos com pele de cordeiro que sempre sugam o dinheiro de teu candidato e que são uns ingratos;
  11. Se depois das eleições teu candidato não for eleito há duas opções: a) se ele não for mais candidatar-se no futuro, mate o cachorro dele e diga pro teu futuro alvo de puxassaquismo que ele nunca te pagou e que era um tremendo 'coxinha' (aqui no Ceará Coxinha é o cara falso que fala nas costas o avesso do que fala na frente); b) se ele ainda tiver pretensões políticas, mate o cachorro dele e diga a ele que foi o adversário, chore em sua presença Nilos de amargura pela derrota e não te esqueça de falar pra todo mundo como ele é justo, honesto e os adversários só ganharam porque compravam votos;
  12. Se depois das eleições teu candidato for eleito, não te preocupes ele continuará cuspindo na tua cabeça, te desprezando e te usando para os piores trabalhos (de lavador de fossa a aliciador de meretrizes), não considerará teu esforço, não te pagará um centavo pelo vitupério que te infringe... mas tu acharás o máximo ter quem te trate assim, afinal tu és um puxa saco de verdade, daqueles que não sabe o que é orgulho próprio nem auto-estima.

A ACROBATA SUICIDA


Amecides está muito triste hoje... nascera e vivera sempre sob as lonas no Majestoso Circo Platô. Em toda a sua vida de quinze anos estivera envolvida com malabares, trapézios e animais circenses, aquela era sua vida... cidade a cidade, o mesmo picadeiro, pipocas, músicas, estradas, caras novas... mas (sempre tem um mas) ano passado tivera sua primeira paixão: Artamírio, o novo domador de leões.

Artamírio, 28 anos, jovem, forte, lindos olhos verdes, bíceps e lábios irresistíveis, mais pela lábia que pela aparência...

Amecides ficou à mercê do domador, às escondidas, seu pai, o domador mais antigo, jamais sonhara com tal aproximação entre os dois.

Em quatro meses de namoro, Amecides entregara-se a Artamírio, que a transformou em mulher precocemente.

Ela já apresentara-se como palhacinha, malabarista em solo, mas hoje, sua festa de debutante seria a estréia como trapezista...

Seu corpo leve, sua flexibilidade e agudez de percepção estão a seu favor para o espetáculo da noite... só o que Amecides não contava era ver Artamírio no camarote da assistente do mágico... ela vira os dois no mais absurdo momento de intimidade, que nunca caberia um dos dois dizer "não é nada do que você está pensando", haja vista que por ver aquilo não precisava se pensar em nada.

Desnorteada, Amecides, a Deusa do Ar, iria estrear com grande dor em sua alma adolescente... como ele me troca por aquela, aquela, velha.

Ainda ecoam em sua mente os sussurros e gemidos que Artamírio dissera aos ouvidos da assistente de vinte e um anos de idade: "quem precisa de garota se tem uma mulher nas mãos..."

Trêmula, Amecides subiu os mastros sem saber o que fazer, sua alma angustiada lhe dizia que ela deveria saltar da vida naquela noite...

Os pensamentos suicidas estavam cada vez mais fortes em seu latente coração juvenil... o desejo de vingança...

Este ato faria com que Artamírio se sentisse culpado pela sua morte.

Este ato faria com que Artamírio se sentisse culpado pela sua morte?

Já fizera o bilhete suicida dizendo que não suportando a dor da traição, sua decisão estava tomada...

Degrau a degrau da escada, mais decidida estava a menina em saltar para a morte....

Grande estréia, casa cheia, manchete no jornal, entrevista na televisão...

Amanhã seria a notícia da cidade, talvez até do país.

No alto do mastro, aplausos, o balanço dos trapezistas mais experientes, o delírio da platéia pela grande estréia, o coração amargo, as luzes, as músicas, o estrelato, a televisão, a fama...

Divina, Amecides saltou, pegou o trapézio como ensaiara, fez piruetas, flaps, mortais duplos, mortais triplos, de frente, de costas... os aplausos...

Descera como astro que nasce, bri-lhan-te...

Subira como menina magoada, descera como mulher que sabe o que quer da vida: brilhar.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Safira respira



Seu Andálio me ligou esta semana:
- Safira, quem fala aqui é seu pai...
- Meu, o quê?!
- Você sabe... estou indo para Florianópolis esta semana e quero que você vá me pegar no aeroporto, porque eu...
- Peraí, quem você pensa que é pra dizer o que quer?
- Me respeita, menina, eu sou seu pai!
- Pai? Não me faça rir... Não pense que porque depositou espermas em minha mãe lhe dá o direito de ser pai...
- Você deixou ela na cama com o nariz quebrado e foi embora...
- Se eu bem quis nascer, fui EU e ninguém mais, que correu ou nadou até chegar ao óvulo...
- Fui EU quem arrebentou o óvulo e ganhei a corrida, deixando para traz quinze milhões de irmãos meus que queriam tanto quanto eu nascer, mas fui Eu quem consegui...
- Não você... você não fez nada por mim...
- Você voltou pra mamãe, e a largou no sexto mês de gravidez...
- Fui Eu quem arrebentou a placenta e saí sozinha, no quintal, quando mamãe lavava roupa pra uma senhoras, esposas de funcionários da Prefeitura em Ponta Porã...
- Fui EU quem cismou de crescer, o peito seco de mamãe, a falta de leite lá em casa, porque faltava dinheiro...
- Fui EU quem me fiz adulta aos dez anos pra ir ao colégio sozinha, fui Eu quem aprendeu a andar de bicicleta sozinha e a consertar também uma velha bicicleta que peguei no lixão...
- Fui EU quem aprendeu a ler e a contar sozinha, e quem fazia todos os meus deveres de casa...
- EU é que no final do ano pedia pras coleguinhas os restos de seus cadernos para formar um caderno para meu próximo ano escolar...
- Fui EU que chorei quando tomei minha primeira coca-cola aos dezessete anos...
- Fui EU quem ralou pra cacete pra terminar o Ensino Médio e, entrar numa faculdade...
- Fui EU que não escolhi o caminho de abrir as pernas para ter dinheiro, mas me valorizava e não tinha um ícone masculino em quem encontrar referência de homem, por isso namorei tarde e ainda não encontrei um homem a quem eu possa me entregar sem reservas...
- Fui EU quem passei pela infância e pela adolescência sonhando com uma vida adulta com dinheiro...
- Fui EU quem me acompanhei, sozinha, na minha festa de formatura, porque mamãe ficou impossibilitada de andar depois que você a atropelou no seu belo carro importado - vagabundo!!...
- Fui EU quem me ensinou a dirigir, EU quem escolheu meu primeiro carro e que me auto-socorri quando de meu primeiro capotamento...
- Você não é, nem nunca foi pai... nunca te vi ao meu lado a não ser para fazer chantagem...
- Você lembra do enterro da mamãe? Não, não tava lá...
- Lembra do meu primeiro dente, nem 'fada do dente' tive, porque criança miserável cedo aprende a não acreditar em contos de fada...
- Lembra do meu casamento... do meu primeiro filho, e do meu segundo... sabe pelo menos os nomes deles...
- Lembra quando fui convidada a ganhar um prêmio em Barcelona por ter inventado técnicas de parto para salvar crianças prematuras...
- Lembra do atentado do trêm na Espanha, que ceifou a vida de meus dois filhos e de minha mãe...
- Lembra do que sobrou deles para eu enterrar? Você sabe ao menos em qual jazigo estão? Sabe ao menos do cemitério?
- Não... você não sabe nada... nem de mim, nem de ninguém que me seja importante... você não sabe nem quem eu sou... e não porque eu tenha me escondido, quem se escondeu foi você... até o dia primeiro de dezembro esperei que você me ligasse, mas meu aniversário de ## anos foi o limite de minha espera...
- Como você nunca quis saber de mim, não queira mais saber, ok... esqueça...
- Que ironia, você nem tem o que esquecer, porque nunca viveu nada de minha vida...
- Deixe-me em paz com minha vida, que quero sair daqui, ir lá na no topo daquela pedra, dar uma bela fungada nesse maravilhoso ar e...
respirar

Haicais

farm1.static.flickr.com/68/166490319_c65a32f5...




Bem que me disseram: num cumplica!!
Me disseram hoje que meus textos são muito longos e dá preguiça de ler.
Prometo: farei o possível para resumir, farei mais haicais, tão pequenos como coice de porco, tão rápido como asa de beija-flor,
bye.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Safira comenta Triângulos Amorosos


Nunca fui muito boa em matemática, em especial geometria, tanto faz analítica ou trigonométrica, portanto não me dou muito bem com trapézios, quadrados, círculos, muito menos com triângulos e se forem amorosos então...

Mas para a gente saber lidar com esta modalidade de relacionamento a gente tem que primeiro definir qual é a nossa posição no triângulo, que vértice eu sou, ou você é?

Se você for o vértice que tem um olho no fixo e um olho no 'variável";

Se você for o vértice traído, de maneira que seu vértice é quem está de olho no vértice fora da relação;
ou Se você é o vértice intruso... depois de tomar pé de sua condição na tríade, veja se está disposto a ser um ponto sem catetos ou hipotenusa, ou se deseja ficar sendo um vértice ainda ou uma das extremidades de uma reta...

Depois de definir seu papel na aula de geometria, procure entender qualé a do vértice amado e qualé a do vértice odiado...

Veja, em secret, os pontos fracos dos dois vértices, veja se o vértice amado não terá outras recaídas ou reincidências, veja se você não terá outras recaídas ou se já não é reincidente... analise cada itenzinho besta da relação aí, meu amigo, minha amiga... comece a vingança ou a fuga.

A Bíblia tem histórias interessantes (1)

http://www.desktopscenes.com/Autumn%20Scenes%20from...

Já ouvi muita gente discordar da veracidade da Bílbia, outros tantos concordarem com a inspiração divina em sua totalidade... Sei que quanto mais a gente estuda suas letras, mais a gente se encanta.

O que eu acho mais interessante da narrativa bíblica é que os heróis bíblicos são pessoas cheios de fé, mas com claras limitações e muitas falhas de caráter. Vamos ao princípio:

Criou Deus os céus e a terra, e a Terra era sem forma e vazia... aí vêm a citação dos dias cósmicos, colocando a criação numa seqüência que a própria ciência concorda... quanto à criação da luz antes dos astros é plausível, haja vista que há luz química em muitos locais dos cosmos, onde não há astros...
Bem, aí... tudo feito, Deus faz o homem... começou a desgraça... depois vem a mulher(ajudadora) pra tentar dar uma melhorada na administração do Éden... beleza, só o casal, como um monte de bicho, e a única missão divina que eles tinham era crescer e multiplicar... e a única restrição era não comer uma determinada fruta, para que provassem a fidelidade a Deus e o auto-controle... qual o quê... (essa fruta poderia ser uma fruta qualquer, que provavelmente não era a maçã, a história da maçã surgiu na Inglaterra alguns milênios depois, mas é outra história).
Tão logo a curiosidade (dizem que foi a feminina) viu o fruto, cheirou, sentiu sua cica, não deu outra: croc... comeu... deu pro cara, que croc também (dizem que o homem comeu porque os homens são mais solidários que as mulheres, ela teria dito a ele, 'meu filho comeu sozinho se lasque sozinho também, assuma o que fez, eu é que não vou me ferrar por causa da tua desobediência'), daí pra condenação foi um passo.
Agora a mulher iria parir com dor (talvez nunca houvesse parido, talvez não houvesse a noção de dor, talvez parisse como os bichos e a dor de parto surgira como castigo - isso está acima de minha compreensão, então nem quero questionar pra não queimar os poucos neurônios que tenho).
O castigo para o homem é o trabalho, agora ele iria ter que trabalhar para comer; A serpente, que levou a maior culpa por tudo, passou a ser comparada com o capiroto...
Mas aí começou a reprodução humana... o primeiro incesto, se Eva foi criada a partir de Adão, era-lhe filha, então coabitaram e tiveram Caim, Abel, Sete e filhos e filhas (conforme Gênesis 4), também ocorreu o primeiro homicídio, um fraticídio, por motivo banal: inveja; e a primeira forma de "vista grossa" da autoridade, uma vez que Deus mandou Caim sair vagando pelo mundo, mas colocara-lhe um sinal sobre o frontal para que ninguém o matasse, e aquele que o matasse seria vingado sete vezes, pelo próprio Deus.
Mas tudo bem, porque se não existia lei, não existia crime, porque as leis não são criadas para dizer o que se pode fazer, mas para dizer o que não se pode fazer... como não tinham leis, incesto e assassinato não eram nem pecado nem crime, o pecado era comer o fruto proibido...
Tal pai tal filho, papai incestara com sua filha, vamos incestar com nossos irmãos e irmãs, e assim caminhou a humanidade...
Nem todos eram ruins, surgiram alguns 'fiéis' a Deus. Daí vieram Enoque, Matusalém, Noé... e a primeira hecatombe, uma hiper-inundação que destruiu tudo...
Pense aí, um cara fazer um barco sozinho, sem ferramentas, para colocar uma pancada de animais, e passar cem anos construindo... isso é outra história...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Safira diz




Procuro andar por caminhos seguros, evito noites nubladas, praias desertas, e-mails de desconhecidos... nem sei ao certto como aceitei compor para este blog, pois adoro ser anônima... não gosto muito de ser vista, nem visitada... meu telefone serve mais para eu ligar, poucos têm meu número.
Saio à noite, sim, com poucas amigas, nem bebo pouco, nem muito... normalmente sou a sóbria que vai deixando cada uma em sua casa depois da farra, e fico com o carro de uma delas, para devolver no dia seguinte.
Sou metódica e me pergunto às vezes se isso é viver, se não seria melhor eu ser uma porra-louca nesse mundo? Sonho os heróis da televisão, pouco vou ao cinema...
Mas às vezes sou mordaz e firo, mordo e mastigo... cuspo fora as cascas e não me deixo abater... às vezes finjo ser quem não sou e às vezes finjo ser quem quero ser...
Sou enigmática...

Beijins

Meu caderno de espirais

Estou inaugurando uma seção neste blog: Caderno de Espirais, espaço em que pretendo fazer rápidas citações sobre temas específicos. Ao comentar com amigos sobre isso, me propuseram que eu colocasse temas que as pessoas pedissem, e me pediram: medo.

Não terei problema algum em repetir temas, nem em aceitar sujestões dos amados e amadas. Não são definições de grandes autores, são mais pequenos pensamentos, às vezes brincalhões. Divirtam-se e reflitam-se:




- MEDO:


  • a sensação de que existe algo que não existe

  • a percepção de ser o único a saber o insabível

  • é a representação do desconhecido, em uma mente que não gosta de novidades

  • de tanto a pessoa se arriscar e não conseguir atingir seus objetivos, o medo do fracasso pode ser uma atitude natural

  • o medo não é antônimo de coragem, porque a coragem não supõe a ausência do medo, mas seu domínio, normalmente a ausência do medo se chama tolice

  • medo da morte é falta de qualquer tipo de fé em qualquer tipo de Deus e desconhecimento da doutrina de qualquer religião. Duvida? pense no Deus de tua religião e nos ensinamentos que ela adota... dá pra ter medo da morte?

  • se o passarinho tivesse a metade do medo que o ser humano tem, não se lançaria do ninho ao vôo, sem nunca ter voado... se somos feitos para sermos felizes, porque o medo de nos arriscar?

  • Mãe, tô com medo!!! De quê, meu filho? Não sei mãe? Como você pode ter medo do que não conhece? E como a senhora pode ter medo de algo conhecido?

  • o futuro é tão incerto, que se não justifica o ter medo

  • as mulheres não dominam o mundo conscientemente porque têm medo

  • os homens pensam que dominam o mundo, porque lhes é próprio impor medo, pensando que está impondo respeito... desta forma os líderes sempre serão mudados


terça-feira, 18 de dezembro de 2007

O silêncio


Tem silêncio que incomoda, tem silêncio que contagia, tem silêncio que nostalgia qualquer um...

Há silêncio sepulcral, que amedronta, atemoriza, dá frio na espinha.

Há silêncio entre amigos que diz mais que mil palavras; silêncio que abraça, que acaricia, silêncio que silencia a gente na hora de fazer besteira.

Muito nos fala o silêncio, muito nos fala o calar, o dizer com olhar, o dizer sem dizer, o deixar-se entender...

Há vezes que olhar o por do sol, ou a aurora, ou um ato qualquer, o admirar, o pasmar, não precisa palavras, e nos surge o silêncio contemplativo...

Quantas vezes alguém quer fazer algo como se fosse a coisa mais essencial de sua vida, o fazer seria sua cartase, e calamos, damos de ombros, ou se calam para nós, dão de ombros para nós, num interpretar com quase mil palavras um silêncio de palavra alguma.

Um beijo não tem palavras, nem que o defina, nem que o ensine (alguém já ensinou alguém como beijar?: abra a boca suavemente e a encoste na boca do outro, aí num leve movimento de respiração, introduza a língua... que é isso!!!) o beijo é silencioso; estralado, mas silencioso; úmido, encharcado, mas silencioso.

Quando tormentas nos vêm, um amigo real, um abraço, um apertar a mão, um ficar calado imóvel do lado, já compartilha tanta coisa, sem dizer nada, dizendo tudo.

Às vezes o silêncio é tão grande que quase dá pra ouvir as lágrimas escorrerem na face.

Às vezes o silêncio é tão grande que incomoda, que perturba.

Mas é no silêncio do silêncio que conversamos com nós mesmos, pode estar torando a maior guerra lá fora, tocando o maior rock, Mahalîlla (http://www.mahalilla.com.br/) pode estar tocando em sua maior inspiração, e dentro de nós estar o silêncio que faz com que nos encontremos, que encontremos o outro, que percebamos nossa magnitude e nossa insignificância.

O bom do silêncio é que tudo isso pode ocorrer no barulho, na bagunça... num momento silente da alma.

Rapidinhas


- A novela da CPMF acabou, mas parece que não querem enterra o assunto; vamos olhar para o horizonte; bem sabemos que os criadores da CPMF quizeram destruí-la agora por não lhes ser mais útil, a utilidade populista estava favorecendo quem outrora fora oposição. Temo, sinceramente, pelo nosso futuro, haja vista que os próximos mandatos presidenciais terão que espremer um pouco mais a população;
- Led Zeppellin voltou em grande estilo, arrebentou na venda de discos e souvenirs... o diretor de marketing deles deu um graaannde tiro;
- Aproximando-se as eleições 2008, o Brasil começa para uma onda de populismo sem igual: milhões gastos no Carnaval carioca; se os bonecões de Recife e Olinda, os blocos de Olodum e similares baianos, as escolas de Sampa, se sentirem ultrajadas, terá o Governbo cara-de-pau de não dar mais alguns milhões de reais aos foliões mominos do Brasil;
- Há quem diga que estas medidas servem para que os pobres narcotraficantes que apoiam estas festas, economizem o dinheirinho para gastarem em campanhas políticas, não acredito nem duvido, só comento que a oposição (ex-situação por décadas) fez o maior estardalhaço para acabar a CPMF que de alguma forma ajudava a saúde pública, mas não deu nem um pio sobre esta dinheirama que vai para o carnaval (ai, ai...);
- Após a Copa de '50, aqueela do Maracanã, que perdemos pro Uruguai, Juscelino perguntou a Avelange quando seria a próxima Copa no Brasil... "por quê, ora Avelange, neste período de Copa, mudei três ministros, denunciei quatro governadores, foram pra cadeia dois senadores, e ninguém disse nada...", vejamos só:


  • o Brasil passou trinta anos cantando esse é um país que vai pra frente, ou noventa milhões em ação pra frente Brasil, salve a Seleção, porque ganhamos o tri em 1970, o regime militar passou e nós, os menos intelectualizados, aceitamos tudo, porque os mais intelectualizados ou eram presos, mortos, sumidos, expatriados, ou mudavam a casaca;

  • já estão brindando todos os super-atletas brasileiros, não desmerecendo o que são, mas o fantoche que fazem deles é que me entristece, e como a maioria deles é a-crítico em relação à sua prórpia condição de ídolo nacional, e de ícone a favor da opressão;

  • ontem a imprensa alardeou que os prêmios do esporte mais importantes do mundo foram entregues a brasileiros, peralá!!!, é muito ufanismo, o que será que vai acontecer?;

  • ano que vem tem os jogos olímpicos de Beijim... cuidemos a nos alertemos, desde o tempo de Nero (a lei do pão e do circo) que o esporte serve como lenitivo e tapa-olho a favor dos governantes, não sejamos ingênuos;

- Acho que o Lula tem vergonha de ser presidente da maior nação da América Latina, da economia mais sólida e da maior potência em armas e em recursos naturais, senão o que explica ele se agacjar tanto a Evo e a Chavez? Eles deveriam vir pedir licença ao Brasil quando quizesse nos cutucar, às vezes lembro de um quadro que tinha num programa de humor, no qual Kate Lira sacneava com um brasileiro, que pedia perdão a ela por ser ulktrajado e ela dizia: "Brasileiro é tão bonzinho!!" e dava uma piscadela à camêra, como quem diz "idiotas!!", não temos que explorar aos outros por sermos maiores, mas somos a solução da América Latina, não temos que nos deixar dominar desse jeito...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Peraí que o pé que tá doendo é o meu!!!



Tem muito filho de uma égua que não se toca. Se toda a plantação de se mancol do mundo fosse desmanchada em chá pra ele, ele simplesmente olharia pra você com aquele olhar pela metade e diria: é comigo?
A cara de pau do sujeito é tão grande que no inverno dá mofo e no verão racha... aquelas crateras nas bochecas do indivíduo não são marcas de espinha, são locais atacados por cupim.
Tô indignado com uma porrada de gente que merece um sei lá o quê, sei lá onde, sei lá dado por quem, pra vê se muda esse negócio que nem sei como definir... é isso aí!!! É muita indignação!!!

Se eu fosse violento ía estourar a cara de uns babacas...
Uns se transvestem de políticos (que ao pé da letra quereria dizer que era o indivíduo que mora em uma polis e tem o direito e o poder de decidir pelo bem da comunidade, bem como aquele que vive e atua na polis), e transvestidos se esquecem que quando deixarem seus cargos serão cidadãos comuns... baralho!!! Enquanto não deixam seus troninhos, legislam todos os tipos de merda que temos que engolir; pagar todos os tipos de micos que temos que passar; sofrer todas as espécies de afrontas que podemos suportar; presenciar as mais variadas formas de injutiças, preconceitos, injúrias, que conseguem impor aos outros...
Ah! um livre arbítrio bem grandão!!, daqueles do tipo "O Todo Poderoso", num peido eu destruiria essa gente envergonha a espécie humana. (Sim, num pum, porque não iria fazer biquinho com a minha boca em direção a eles);
Mas não são só os políticos, tem aqueles comerciantes que sonegam todas as formas possíveis e impossíveis de impostos, reclamam seus pseudodireitos (porque quem não paga tem direito a quê) e exploram ao máximo aos trabalhadores que mal têm o que comer depois do dia quinze do mês...
E aquelas peruas que andam na rua com o pescoço tão empinado que seus chifres quase encostam nos fios de alta-tensão!!! Fazem de conta que desconhecem a vida dura de quem tá na rua, mas sua pose é sustentada por um tipo de prostituição menos digno que daquelas meninas na beira-mar, que trocam sexo por drogas, cerveja ou murros daqueles que não querem pagar.

Assim existem os que primam pela irresponsabilidade profissional; os que sentam nas calçadas pra fazer chacotas dos idosos, dos doentes, dos loucos, dos cães e gatos, que passam...
Tem ainda aqueles "politicamente corretos" que se sabem tão corretos que enchem o saco dos outros porque fumam, bebem, comem carne, e se tornam "socialmente incorretos e inconvenientes"...
Tem os religiosos que criam fábricas de dinheiro nas consciências maculadas dos fiéis que procuram desesperadamente expurgar seus pecados e culpas, embora eles mesmos não sintam culpa alguma pelo que fazem, afinal "não estão fazendo o mal, estão fazendo o bem em amaciar os fardos dos outros"...

O pior de tudo é que se a gente chegar até um desses e disser isso, ou eles não aceitam as carapuças, ou dizem: "É, eu também conheço gente assim" e começam a citar nomes de seus adversários e, ou, desafetos...
Tô cansado dessa gente tão cheia de brio, como disse Fernando Pessoa, eu desejo encontrar seres humanos como eu, que acertem e errem, que digam a verdade e mintam, e saibam que mentem; que têm virtudes e defeitos, que cometem atos impensados, que se arrependem de um mal-feito, quetambém não se arrependem de outros mal-feitos e até os repetiriam. Pessoas que cometam atos profanos, que façam o errado às escondidas, pelo prazer de fazer o errado... Cansei de super-heróis e de pessoas-corretas!
Por favor, no dia que encontrarem pessoas normais, me chamem pra conhecê-las

Na construção

"Operário" - Cândido Portinari

Antônio levantou-se às cinco da manhã, abraçou Alvinar com tanto ardor naquela manhã, com tanta paixão como se fosse a primeira, ou a última vez. Alvinar entregou-se despudorada, sabendo que apesar de seus trinta e dois anos de idade, Antônio seria o último a possuí-la como mulher.
Ela o sentiu magnífico como uma máquina: enérgico, rijo, rápido em seus movimentos.
Beijaram-se ardentes, como se pressentissem o último beijo. Ela se sentia a única mulher dele, não a primeira, a única. Esquecera-se de Margarida, de Delícia, de Delorges, de Clelea e sua irmã Claura, de Liliose, Libera, e todas as demais.
Amor feito, caminho seguido, não sem antes um grande e ardente beijo. Como o cartão que ele batia ao entrar na obra, tinha que selar a saída de casa com um beijo, lógico! Senão, se preparasse para chegar em casa e encontrar um barraco feito:
- Por que você não me beijou quando saiu de manhã? Tava pensando em quem?, etc, etc.
Enquanto a mãe de seus filhos lhe preparava a mesa do café da manhã, ainda com as pernas trôpegas, Antônio fora beijar seus pequenos Antinar, Alvônio, Antinavônio, Alvinatônio e Aanário, o caçula de meses de nascido.
Cada um lhe era único, cada um lhe era a alegria e a preocupação, o motivo de regresso do trabalho, o motivo do trabalho, a terra firme que visitava todas as noites antes de dormir e todas as manhãs antes de partir ao labor. Sabia que todos lhe deixariam um dia, a ele e a Alvinar, mas também sabia que no dia que quisessem retornar, a porta estaria aberta.
Com a marmita de bóia-bem-quentinha, que estaria bem friazinha na hora de comer, atravessou a rua com aquele passo de quem não sabe olhar para cima, de quem não sabe encarar aos outros, cambaleando suas pernas pelo cansaço, logo chegou à construção.
Subiu a construção com a destreza de quem já tem anos de ofício na construção civil, nem parecia que há poucos dias aquela parede era um misto de areias e água. Junta massa, cimento, areia e água; liga a argamassa, junta com tijolos e rápido ergue as paredes sólidas, num desenho lógico, dois-um-dois, fazendo a mágica da união das paredes com as colunas, com as vigas, com os tetos, umbrais das portas... paredes flácidas com a massa molhada, sólidas quando a massa secar, indestrutíveis para os moradores, quando ficarem rebocadas.
Antônio pensou como o operário em construção, de Vinícius. Negou-se pensar, pois via seus olhos lacrimejarem, “como eu irei explicar pros colegas porque tô chorando!!?”
Seu olhar corria o horizonte e viu num instante de tempo todos os prédios, todas as obras, as casas, praças, museus, escolas, igrejas e ruas... o tráfego intenso formado por pequenos carrinhos que mãos como a sua ajudaram a criar. Criaram, como ele criava agora aquele prédio.
Vertigem, vertigem... resolveu sentar-se um pouco para o café.
Sentou-se tranqüilo, como se não precisasse levantar depois; ficou de cócoras como um pássaro e tranqüilo como um príncipe. Pegou seu feijão-com-arroz que trouxera de casa e sonhou-se nababo com uísque, caviar, que só conhecia pelo nome. O cansaço e a fome que o cansaço traz fizeram-no engolir rapidamente a comida, como uma forrageira devora as palhas e as tritura. Tomou seu gole de q-suco como se fosse champanha, engoliu o líquido como se tivesse sede de náufrago.
Brincou com os colegas ao se levantar, ouvindo aquele velho radinho que nos domingos de tarde lhe narravam o futebol e de noite lhe embalavam o sono. Saiu e tropeçou num cabo de aço que não percebera havia deixado pendurado, para puxar o próximo elevador que iriam colocar na obra de mais de dez andares.
Tropeçou, saltou, voou.. flutuando, sem jeito de escapar, Antônio viu o chão se aproximando rapidamente, braços abertos como um pássaro; vento no rosto e silêncio, como num sábado na praia, flutuando como se soubesse o que fazia, como se tivesse todo o poder nas mães.
No chão, Antônio encontrava-se agora torcido, múltiplas fraturas, disforme como um pacote vermelho, sem nada dizer, sem grito soltar.
Morreu Antônio, como milhares de antônios, no meio da rua, sozinho. Morreu no meio da rua atrapalhando o tráfego e os motoristas insensíveis que reclamam o engarrafamento: “Logo agora, que estávamos prontos para sair da cidade e irmos curtir o final de semana na praia!!”

Saudade de ser pobre

Hoje eu vi um casal andando de bicicleta, tinham por volta de vinte anos de idade, feições de casados; ele pedalando, ela sentada no varão, olhares tristes, mas felizes em terem um ao outro... senti-me nostálgico, deu-me saudade de ser pobre... Relembrei o tempo em que andava a pé, indo e vindo do trabalho debaixo do sol-do-meio-dia do nordeste brasileiro, mal chegando em casa, tendo que sair a pé novamente para a faculdade... Os dias nos quais ía fazer compras na feira, sol da manhã de sábado pelando o cocoruco, contando as moedas no dia quinze do mês, passando o resto do mês a pão e água para minha filha ter pelo menos leite e ovos para degustar e não morrer de inanição... Lembrei-me das noites choradas junto à esposa, pela falta do que prover para o dia seguinte; das noites em claro brigando com todos os deuses e demônios que permitiam aquele misêre, sem sequer palavras de consolo... o que é que consola a fome? o que é que consola um pai, quando a filha arde em febre, a chuva cai lá fora, o crédito na farmácia não existe e não há medico que consulte de graça? o que é que consola a geladeira vazia, a despensa vazia, a esperança vazia, a mente vazia, a barriga vazia? Lembrei também de coisas boas: o tempo em que me contentava em irmos a pé a uma fazenda que ficava a treze quilômetros da cidade, para tomarmos um banho no açúde e nos sentirmos bem, embora o retorno fosse um cansaço de morte. Em tempo de vacas magras, qualquer ovo cozido consola! Um passeio na praça servia como estímulo, não tínhamos tantas necessidades, bastava-nos comer, vestir e acordar no dia seguinte. Eu não tinha as preocupações deste milênio. A última vez que perdi 1% do investido em ações, perdi o equivalente a vinte vezes o que recebia em dois anos naqueles tempos... Minhas últimas preocupações: o seguro de milhares de reais do carro importado; uma aporrinhação na classe econômica da Air France quando fui a Madrid, embora tivesse comprado "A" colocaram-me na "turista" com um pessoalzinho mal-educado; o tempero do faisão... e outras coisas desse tipo. Tive até saudade do tempo de pobre, quando morava na periferia e fiquei exultante em poder comprar uma televisão preto e branca da Telefunken e uma bicicleta Caloi, com o mesmo décimo terceiro... quanta alegria senti em poder pagar todo o fiado na mercearia da esquina... tempo em que os sequestradores não rondavam minha casa, não tinham pego minha filha e eu tive que pagar muitos dígitos para reavê-la (que não sei porque se apaixonou pelo sequestrador e foi visita-lo às escondidas três vezes no presídio). Senti saudade do tempo que minhas doenças eram gripe, virose (nome que se dá pra qualquer doença que não se sabe o que é) e diarréia. A preocupação não tinha nome de estresse; as dores de cabeça não era enxaqueca; as tonturas que sentia eram causadas por fome e não por um aneurisma; as doenaçs me levavam para a cama, não para o túmulo... Vi o casal pobre de bicicleta e senti saudade do tempo em que vivia

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A maldição de ser bonita


Tanto homens como mulheres trazem formado o estereótipo no qual quem possui beleza física não pode ser inteligente, principalmente se a beleza tiver um forte efeito de sedução.
Vemos muitas belas mulheres sofrendo o estigma da beleza, mulheres inteligentes, alegres, bonitas (muitas delas lindas), capazes, práticas, etc, etc. Mas encontram-se fristradas por não conseguirem espaço digno de sua competência profissional.
Quando seus patrões são homens, muitos procuram logo "tirar uma casquinha", ou promover o mais rude e descarado assédio sexual. O machismo deles faz com que sempre olhem para as mulheres como excelentes pedaços de carne que andam, riem, cheiram bem e transam. Estes exemplares da espécie humana (se os trato como animais, é porque não passam disso: mamíferos) ao olharem para uma mulher tiram as seguintes conclusões:
- se ela encara - ganhei, essa encara a gente de frente;
- se ela fica rubra e abaixa a cabeça - essa é minha, olha como ficou tímida, já ganhei;
- se ela o encara - ooba, decidida, ganhei essa;
- se ela o afronta "qualé meu!" - tá violenta pra esconder, né, safadinha, já ganhei também;
- se ela nem olha pra ele - esnobe, quem desdenha quer comprar, ganhei;
- se desvia o olhar - é tímida, por quê? porque já ganhei;
- se ela diz que não se interessa por homens - tá fgindo de quê, você precisa é de um homem como eu;
E assim, estes homens tem suas mulheres como troféus.
Se o patrão da mulher bonita e inteligente for uma mulher, a concorrência entra em campo. A patroa vai procurar defeitos de todas as formas, física, emocional, intelectual... e se não achar tais defeitos, a coitadada mulher bonita tá perdida! E ainda corre o risco da patroa dizer que ela está usando roupas provocantes, dando em cima dos funcionários, ou pior, de seu marido...
A gente vê o estereótipo bem presnete quando alguma aluna bonita desenvolve um bom texto, ou consegue decifrar bem Espinoza, Lacan, Voltaire, Comtè, Gaddamer etc, e vemos na cara dos professores aquele olhar incrédulo "de quem ela pescou isso??!!"
Meninas e mulheres, que as pessoas com quem vocês estão ou estarão valorizem seus dotes intelectuais, porque não há nada mais belo numa mulher que a inteligência, pois todos, todos os corpos envelhecerão, todas as peles enrugarão, todas as musculaturas ficarão flácidas e se forem inteligentes todas as mentes amadurecerão.
Nós não somos as cascas, somos o recheio. Os corpos são as embalagens, o recheio é que somos nós. O que adianta uma bela embalagem de um flan de bosta??
Quem pensa que Vinícius acertou ao dizer que as feias que me desculpoem, mas beleza é fundamental deveriam assistir "Vanila Sky", vejamos o que realmente é belo e definamos o que é efêmero e o que é real.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

LENTO



Hoje acordei letárgico, moroso, tão lento que se o anjo da morte me visitasse hoje, eu só chegaria no além daqui a uma semana... Nem melancólico, nem triste, lento. O café cairia em câmara lenta na xícara, o pão me pareceria mais macio, se eu tomasse café com pão pela manhã...

Depois de trinta e cinco anos acostumado a acordar com Yaperi do meu lado, sua ausência de hoje me fez pensar que esta ausência pode se prolongar pelos anos que me restam.

Há pessoas que se queixam da relação, dizendo que estão acostumados um com o outro, como se ter costume fosse ruim.

Acho muito gostoso ter o costume de acordar do lado de Yaperi, o costume de discutir com ela sobre o futuro de nossos dois filhos, quatro netos e o bisneto que vem aí...

Gosto do costume de sentir aquele cheiro de sua pele depois do banho, e de reconhecer seus perfumes, de com os olhos fechados tateando-a saber que roupa usa, ou não usa...

O que mais me agrada nesses 35 anos de casados é o costume do sabor de sua comida e os elogios quando quem cozinha sou eu. O costume do beijo que já sei como agrada e como não agrada, o costume de descobrir gradativamente em que época do mês ela é carinho, ou carente, ou uma dinamite, ou pimenta...

Acostumei-me a saber o que quer mesmo sem pedir, pelo olhar, pelo respirar, pelo não olhar, pelo que diz e pelo que cala... foi bom acostumar-me com as consultas mensais ao diabetólogo, e de alegrar-me pelos elogios que o Dr. Zuírio lhe fazia pelo cuidado à saúde.

Também acostumei-me com as cadeiras nas calçadas, a prosa sem fim, histórias infindáveis e infindas que contávamos um ao outro, como respostas dos livros que líamos sozinhos para termos o que comentar... acostumei-me com os papos com o pastor Zunulato e com o padre Valindo, até com aqueles tristes testemunhas de jeová que vinham dizendo pregar o evangelho do reino, mas que saíam sem dizer nada do tal reino se comprássemos uma "A Sentinela", e de seus horários sempre incômodos, pelas manhãs, na hora em que fazemos o almoço...

Lembrei-me da festa de casamento de nossos mais que amigos Venelina e Mikolas, que se casaram na praia e a festa foi um baile à fantasia... e tomei meu porre mais ridículo... festa de três dias na Caponga...

Levantei-me e de pijama, ainda, fui regar o jardim, as roseiras de Yaperi, as nove horas de Yaperi, as palmeiras de Yaperi...

Inconsolável, não ousei chorar... Reli o bilhete deixado ontem sob minha fronha, em que Yaperi me dizia no mais violento haicai que já li, um versinho: Ao resto de minha vida eu vou.

Este pequeno verso estava em uma foto em que Yaperi, não mais a minha Yaperi, mas a dela própria, abraçava seu personal trainner, de vinte anos de idade.

Ao ler aquilo, corri ao meu porão, fiz rápido um vudu do casal, amaldiçoei o amor, bendisse o ódio, espraguegei o casamento, abençoei a viuvez, e fui dormir.

Hoje, como sempre, acordei às sete horas, liguei a televisão para as notícias locais matinais: "grave acidente na marina em Santos, uma lancha vira em alto mar e a Srª. Yaperi Dradavicius e um jovem chamado Dédulo Gaturano morrem afogados, seus corpos foram encontrados nus no camarote da lancha do casal Vencri e Yaperi Dradavicius..."
. Voltei pra cama e num misto de alegria, solidão, vingança e dever cumprido, passei o resto do dia meio-lento, pensando como o amor é traiçoeiro, como não conhecemos ninguém, nem nós mesmos: como minha mulher foi me trocar por aquele rapazote, esquecendo tudo de tão belo e importante que vivemos?

Eu conheci papai noel

Dizem que estes seres fantásticos como coelho da páscoa, saci pererê, boitatá, bicho papão, fada madrinha, anjo da guarda, deus e papai noel não existem... bem... vou contar pra vocês que alguns deles existem, sim... Eu andava em minhas noites insones, como quem vai a-lugar-algum, sentei-me num banco da Praça da Estação em Fortaleza e fiquei vendo o movimento daquelas mulheres de poucas roupas, para fazer propaganda do corpo, via também algumas vítimas do álcool que os seduziu até transformá-los em sobras de seres humanos. Vi também uma combi branca chegar, abrirem sua lateral e cinco a seis pessoas descerem e começarem a servir caldo. Mais tarde, soube que uma dessas instituições religiosas que procuram agradar a Deus dando esmolas - ou as dão como forma de sublimar seus pecados, mas que expiá-los -, sempre distribui caldo nas praças da capital alencarina aos desafortunados que vagam nas noites. Vi um homem, cuja barba grande lembrava um misto de Santa Clauss e de Marx, mas sua roupa rôta lembrava coisas que pequenos burgueses não gostam de lembrar, veio com andar sóbrio, pegar alguns poucos pratos de sopa. Alguns, sim, quantos, não sei. Vi aquela criaturinha de menos de 1,6 m de altura, vindo, pegando dois pratos, voltando; logo, vinha novamente, pegava dois pratos de sopa e sumia na escuridão da ladeira que desce ao IML... repetidas vezes fez isso... Após a aproximadamente a oitava viagem de vai-vem deste homem, resolvi segui-lo de longe, mais com o olhar que com as pernas, para ver o que fazia... Sim, era exatamente isso que vocês imaginam, ele levava sopa para um grupo de crianças e mulheres que se envolviam em trapos debaixo de umas rampas de acesso aos fundos do IML. Mas não eram só mulheres e crianças, tinham também alguns gatos e alguns cães... Paciente, o homem trazia aquele banquete... Na noite seguinte, por curiosidade, fui à praça, e vi o tal homem fazendo a mesma caminhada... passei algumas semanas observando e verifiquei que a clientela dele modificava-se, haviam rostos novos, alguns não estavam mais, outros sumniam por uns dias, depois retornavam... só a figura daquele homem barbado não mudava, nem sua diligência em atender aqueles lá da rampa do IML. Intrigado, procurei conversar com ele, ele se negou, ao perguntar seu nome: - Noélio dos Santos E percebi que ser Noel, é ter espírito natalino, espírito de quem quer que todos tenham vida e um dia de hoje melhor que o de ontem

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Indecifrável

Vejo o por e o nascer do Sol e da Lua que já não encantam tanto porque já os compreendo, o encanto está no maravilhoso jogo de cores que sai do branco ao rubro do azul ao rubro do amarelo ao rubro num jogo de luzes e cores que não entendo. Vejo o mar e o amo e o admiro, mas grande parte de seu encanto morreu porque o entendo. As coisas que não conhecemos são as mais mágicas, mas belas, mais importantes e embora eu te veja em minha mente todos os dias, te escute todos os momentos te ame intensamente não consigo decifrar este amor e por isso é tão belo, tão mágico, tão importante.

O Inconvencional

"Raramente pensamos por imagens, mas sempre pensamos com palavras..." (Parafraseando Olavo Bilac)
Aqui estou eu, huum... minha cozinha. Como é interessante observar as coisas. Eu vejo tudo... e posso sentir muitas coisas também. Agora eu sinto meu bumbum na cadeira, o cheiro do café que a mamãe ta fazendo pro papai, o cheiro do leite que ainda está deixando o gosto na minha boca, será que to sentindo o gosto ou é o cheiro do leite? Ou serão os dois? Não sei!
É legal sentir meus olhos se mexendo, sinto as bolas dos olhos roçando na pele das pálpebras por dentro, quando mexo dum lado pro outro, é legal! Minha mãe nem percebe como eu brinco com a minha mente e vejo todas as coisas, a janela, a pia, o balcão, o liquidificador, as panelas, a cafeteira, a colher de açúcar, a colher de pau, a colher de café... ih... cada coisa tem um nome, um nome bem específico: colher de café, colher de sopa, de sobremesa, colher de pau, de arroz, xícara de café, de chá, copo de água, copo de uísque, copo de cerveja, que papai falou que é tulipa, o caneco pra chope.
É... cada coisa tem seu nome, que legal!!! A mamãe, o papai, eu... e temos nomes bem específicos também. A mamãe é a Iolanda, meu pai o Francisco Antônio, ele prefere Antônio porque é o seu santo de devoção, eu sou o Gerniel, minha irmã é a Sônia e a outra irmã é a Rita. Peraí... irmã, outra irmã, às vezes a gente tem que explicar melhor as coisas, porque irmã é a menina que nasceu da mesma barriga que outra menina ou que um menino, e o feminino é irmão.
Irmão ou é parente, ou... pode ser pessoa criada na mesma família, a Mariana é irmã da Telma, mas foi adotada... irmão também pode ser da mesma igreja, ou um grande amigo que a gente chama de irmão, ou ser membro de uma mesma associação, que aí a gente chama de irmandade. É isso! A Rita e a Sônia. Cada coisa tem seu nome, até as coisas que a gente não vê, como a dor, o sono, a fome, o cheiro, a preguiça, pensamento... pensamento também tem nome. É cada coisa tem seu nome. Por quê? Meu nome é Gerniel, alguns me chamam de Niel, outros Nielzinho. Mas... por que meu nome é Gerniel? – Maiê, por que meu nome é Gerniel?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Matando a Velha

- D. Abizaide, a senhora lembra que eu tive aqui há um ano atrás pedindo um remédio pra... (baixinho, olhando prum lado e pro outro)... matar a minha sogra? - Hum... lembro naum mia fía... me arrecorde, a véia tá véia e sisqueceu... - Eu vim aqui, porque foi assim: eu me casei, e como meu marido é filho único, fomos morar na casa da mãe dele, mas aí não deu certo, porque a velha implicava comigo... - Então fomos morar sozinhos, eu e ele. Como ela era velha e meu marido filho único, ela veio morar conosco... mas ela não gostava de mim, e vivia fazendo fuxico ao meu marido, implicando com minha comida e assim vai... - Aí, eu vim pedi pra senhora umas ervas pra matar a velha minha sogra, mas que não deixasse vestígio do veneno. A senhora preparou umas raízes pra mim e disse que eu colocasse na comida dela, de pouquinho em pouquinho, pra ela não sentir o gosto... - A senhora falou que eu a tratasse bem, porque o veneno só faz efeito se o coração dela estiver feliz, e ninguém nunca ía suspeitar de mim afinal eu ía ficar boa pra ela... - Fui pra casa sastisfeita, fiz um chá pra ela, e coloquei um pouco das raízes; levava café da manhã pra ela, almoço gostoso pra ela, lavava a roupa da velha, conversava com ela... - Fiquei sendo bem boazinha pra ela. Daqui a pouco, ela cumeçou a ser boa pra mim, me deu presente de aniversáro, fez ceia de Natal, a gente passou a fazer feira juntas, passear, e comecei a gostar dela, que começou a gostar de mim... - Hoje, nós somos amigas... gosto de D. Agda, minha sogra, como se fosse minha finada mãezinha, que Deus tenha lá no Céu... - E vim aqui pedis pra senhora me dar outras ervas que desfaçam o efeito dquele veneno, porque se Agda morrer, morro junto... - Hê hê... mia fía... num tem remédio pra disfazê aquele não... - Não!!! Ai meu Deus!!! - Óia, você quiria matá a véia purquê a véia num gostava de vucê, num era?! - Sim, era... - Pois é, a maior verdade do mundo é que, todo mundo gosta de quem lhe trata bem, você começou a tratar bem a véia sogra e hoje, hê hê, não tem purque querê matá ela...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Campanhas de Natal

- Bem sabemos que quem não tem o que comer no Natal, normalmente também não tem o que comer durante o resto do ano... Se o Natal é pra lembrar o nascimento de Jesus Cristo como Salvador da humanidasde, por que não salvamos nossos irmãos todos os dias? Você já pensou que todos os dias você joga comida no lixo? Faça uma quentinha e dê pra alguém, certamente você conhece alguém que não tem o que almoçar hoje, nem teve ontem. Um cento de quentinhas custa cerca de cinco reais... - Bem, se o Natal tem pra voce a finalidade de distribuição de presentes, então adote uma carta, vá a qualquer agência dos correios e chore com as mensagens que você lerá das crianças inocentes que ainda crêem em bons corações... elas lá querem saber se Papai Noel existe ou não, a maioria delas só quer um coração que pense nelas. - Aqui no Ceará, os amigos do Papai Noel leram uma carta na qual a criança pedia um pedaço de pão com manteiga, porque nunca havia comido pão com manteiga e queria pode experimentar, - Uma menina me abordou em uma associação da periferia de minha cidade e me pediu um abraço, porque tinha a vontade de ser abraçada por uma pessoa importante. A importância que eu tinha era, pasmem, eu era o diretor de um hospital municipal... carga de somenos importancia do município... - Tem gente que clama por um carinho, mas clamam pra dentro, porque sabem que clamar pra fora não serão ouvidos, aguçemos nossos ouvidos, não só no Natal, mas a partir de agora e sejamos mais gente - Na década de '50, falava-se muito sobre o ter; nos anos '60 e '70 clamava-se na importância do ser sobre o ter; nestes anos 2000 o importante é o aparentar, essa lógica do impressionar aos demais é ridícula, por isso tantos carros importados e tanta gente faminta, ou seja aparentamos ser uns esnobes-egosístas...

Nossa mente é MUITO LOUCA

Vejam essa mensagem que recebi de uma amiga e colega de profissão: O nosso cérebro é doido !!! De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Sohw de bloa! Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito: 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

Amigos não morrem

O que é uma amizade? Imagine você ser separado de uma pessoa por um período de 25 anos, isso!!! Ou seja 300 meses, 9131 dias ou ainda 219.144 horas... Tanto tempo sem contato algum, nenhum telefonema, nenhuma carta, nenhum e-1/2, nada, nem uma sombra de notícia... só distância, e de vez enquanto um pensamento sbre aqueles belos tempos vividos. Aí, um dia, sem mais nem menos, um contato... alguém me achou no orkut, ninguém menos que sua filha, daí travamos novos contatos, passamos a saber mais da vida um do outro, às vezes nos conversamos, falamos sobre os filhos que temos (que não são os mesmos, logicamente), sobre nossos casamentos e fracassos amorosos, sobre problemas que enfrentamos e assaltos que sofremos, e nos doemos com a dor do outro que agora sabemos, falamos sobre perspectivas de vida... a afeição re-tomada, re-inicia uma amizade em uma nova dimensão. Muitos supunham um envolvimento em nossa adolescência, que nunca houve, seria algo meio incestuoso... enfim, estamos aqui há 1984 quilômetros de distância e percebi que o que sempre imaginei é real: "amizade não é relacionamento, é sentimento" e sentimentos não morrem, podem ficar ali, guardados, esquecidos, letárgicos, aguardando o momento propício para a ressurreição, para a fexiscização. É quase impossível, não falar em ti, quando tu és uma das imagens mais lindas que trago de Belém em minha memória e em meu peito.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Abaz sofre

- Ontem, a noite foi chata... saí com uma amiga (da onça). Fomos a um barzinho porque ela queria me dizer muitas coisas. Falou de todo mundo da Faculdade... aí, lá pras onze e meia, me lembrei que tinha que acordar cedo, porque tinha que visitar um amigo que estava hospitalizado, mas ela continuou sua infadigável tesoura no pessoal... - Olha pra mim, que tô falando contigo... - Nessa hora chegou um par de homens lindos. Um, o moreno gostosão, parecia aqueles executivos de alta linha, cabelo muito bem cortado, rosto comprido, blazer, cara de inteligente, fala mansa. Alto, esbelto, provavelmente barriga de tanquinho... muuuuiiiito simpático, ao passar pela mesa deu uma rápida olhada e um levantar de sobrancelhas... meu Deus!! esse olhar e o riso no canto da boca me aguçaram todos os instintos femininos. A minha colega nem percebeu, afinal eles estavam passando pelas costas dela... - Sei... sei que nós mulheres conversamos uma com a outra pelo olhar, mas ela tava tão entretida relatando um fica ruim que tivera com o Aulívio, e outro legal que tivera com o Dorronsoro, que por mais que meus olhos gritasse e meu olkhar ardesse fogo, ela não perceberia, só olhava para seu ego de fresca. - Bem, o outro era um pouco mais claro, camisa meio aberta (terceiro botão), parecia aqueles caras das propagandas de Marlboro... garanhão, meio assanhado, barba no estilo roça em meu pescoço que arrepio e gemo, mãos firmes daquelas pode me puxar que finjo que não vou. Não olhou quando passaram, mas estrategicamente sentou no balcão, deixando o amigo de costas... - Meia-noite, hora que o da propaganda vem até a mesa e dá um beijo, inesperado no pescoço da minha amiga... ela nem olha pra trás e já vai dizendo "Que gostoso, como eu precisava disso!", aí o cara fala alguma coisa no ouvido dela, e ela responde "hum rum"... - Possessa de ciúmes e curiosidade, ca-ra-lho, esse cara não me vê aqui, não!!! moreníssima, saradíssima, libidinosíssima... e eles se levantam. Ela vem até meu ouvido e balbucia "você paga a conta? Obrigada..." E sairam, fiquei atônita... Foram até o bar e o moreno-executivo ri pra égua, dá um abraço na vagabunda, pega na mão dela, provavelmente dizendo o nome... todos risos pra mocréia... e saem, os três... ela nem olhou pra mim... foram pela outra porta, só pra não passar por mim. Incrédula, fui à porta pra ver como eles iam... - Aí... ARGHH!!! Uma loirissima saiu do carro, abraçou a minha amiga, e os dois caras, de maõs dadas, entraram no banco traseiro da HILUX, que saiu à toda em direção a Deus sabe lá pra onde... É meu gatinho, felizes são vocês que sabem o que esperar daqueles com quem paqueram...
- "Ninguém tem paciência comigo", grita o Chavez... ainda há esperança para a Venezuela, porque loucura não é contagiosa. A cidadania venezuelana está se mobilizando contra aquele déspota, atual palhaço da América Latina, que sempre usa o uniforme vermelho (como o Chapolin Colorado) - Dubai... ultimamente só se fala nos mega-empreendimentos nos Emirados Árabes. Eles estão recrutando muita gente, atualmente há 300 vagas para brasileiros e brasileiras bilíngües, com salários que variam de 3 a 8 mil reais, com moradia, passagem, uniforme e alimentação por conta do hotel. Quem se aventura!!! - TV HD (mais um estrangeirismo), em vez de se colocar High Definition (HD) por que não chamam de AD (Alta Definição)? Existem certos bens que trazem assessórios outras despesas, como ao comprar um aparelho de DVD, fica implícito novas despesas, ou com compras de DVDs ou com aluguéis (despesas assessórias), assim esta TV de alta definição de imagem, enquanto pode representar um avanço tecnológico, representa também uma despesa a mais para os lares que terão que comprar decodificadores ou televisores digitais... Uma emissora disponibilizou em sua emissão a perfeição para recepção, tanto que quem tiver antena parabólica já recebe as imagens deste canal em alta definição de som e imagem... Já pensou se as outras emissoras fizerem o mesmo, quanta economia teremos? - As trintonas Spice Girls voltaram aos palcos com a alma de adolescentes... - Se a novela do Renan Calheiros virasse filme ou telenovela, não daria ibope. Não porque o vilão vence no final, não por causa dos mil acordos escusos e antiéticos dos bastidores, não porque a corrupção é evidente, mas porque o roteiro é repetitivo e fraco, a argumentação é pobre e nada convincente, os atores não convencem, o marketing está gasto e o final da trama não traz nenhuma surpresa. Imaginem um filme differente, no qual o protagonista fosse um homem de conduta ilibada e moral inquestionável, e que mesmo sendo inocente, vendo o clamor popular por sua cabeça fizesse como Sócrates, que não ousou se defender, porque não reconhecia as acusações contra si (como considero ilegítimas as acusações, não as reconheço. Se não as reconheço, não tenho porque me defender) e quando sentenciado ao suicídio (os cidadãos não poderiam ser assassinados, mas ter a honra de tirarem suas próprias vidas), aceitou a pena por ser a decisão democrática do senado... No próximo capítulo da novela, o governo negociou com o PMDB a cabeça do Renan sobre o pescoço pela CPMF... brincadeira - Nossos vereadores, prefeitos, deputados, governadores, deputados, senadores e presidente deveriam se lembrar que seus cargos não são vitalícios e que ao encerrarem seus mandatos serão cidadãos mortais e estarão sujeitos às leis que eles criaram para nós

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Latrocínio

Aldegundes se sentia preterido a Alan. Gêmeos, sempre ouvira falar que Alan era mais forte, que Alan era mais bonito, que Alan era isso... que Alan era aquilo... Ressentido, Aldegundes resolveu acabar com essa história da preferência familiar, pelo belo, forte, inteligente, rápido, organizado, amigo, respeitador, blá, blá, blá, blá, Alan. Aos dez anos, atropelou Alan com sua monaretazinha azul, tinha certeza que sua bicicleta era uma grande motocicleta e que Alan não escaparia... muitas cipoadas depois, corpo cansado e quente de tanto apanhar, Aldegundes dormiu. Amanhã... amanhã eu pego ele... - Alan vamos brincar de Zorro? Sobem no telhado, quando sua mãe foi à padaria, lá de cima, despenca Alan, que cai no toldo da área de serviço, rola até uma espirradeira, cujos galhos envergam lentamente, trazendo Alan, confortavelmente ao chão... Amanhã, amanhã eu consigo... - Alan, vamos brincar de circo? Aldegundes lança as facas, Alan está no alvo... Fiishshs a faca voa, fchut, enfia na táboa... Fiishshs a faca voa, plaft, bate no peito de Alan, de lado... Fiishshs a faca voa, tooc, o cabo bate na cabeça de Alan... Alan chora... Aldegundes apanha de sua mãe mais uma vez... Amanhã... amanhã... E assim, depois de muitos amanhãs frustrados, como o tempo não permite que fiquemos crianças sempre, Aldegundes e Alan resolveram crescer... Adolescência ruim a de Aldegundes querendo matar seu irmão, Adolescencia ruim a de Alan, tentando não morrer por Aldegundes... Chega a vida adulta. Aldegundes cansado de tanta frustração, resolve fazer terapia... e percebe que seu amor por Alan é um amor que ele tem por si mesmo... e passa a orgulhar-se do irmão que tem, que sempre se orgulhara de ter Aldegundes como irmão. A vida adulta é boa, até que resolve fazer um passeio no campo. Sobem a pedra mais alta da serra, fotografam tudo... De la´, vão a uma represa e a uma ponte que ligava os oicos de dois montes. Enquanto Aldegundes para à direita da ponte para fotografar o por do sol, Alan foi ao lado esquerdo, nesse momento Aldegundes ouve Alan gritando, olha para trás e não vê mais o irmão... corre para a sacada da ponte e só vê uma grande quantidade de nuvens abaixo daquela enorme ponte de quase 400 metros, ouve a voz cada vez mais distante de Alan. Até que sumiu todo ruído. Desesperado, Aldegundes pensa logo que vão culpá-lo, pois passou a vida tentando matar seu irmão... Via sua mãe, seu pai, seus amigos, o jornal noticiando o latrocínio, os colegas de cela... Sem se conter, faz um bilhete de suicídio e se inocentando pela queda do irmão e sobe no peitoril da ponte pala pular. Seu celular toca, ele atende: - Alde, sou eu Alan... - A... Alan... como? - Eu te disse que essa ponte era ótima pra bungee jump...

CONHECIDA VIRTUAL

Quando preciso de ti me socorres, sem nunca dizer-me não, sei-te distante em metros, perto em ação, de tal forma perto que mexemos na mesma máquina, no mesmo tempo... Quantas conversas travamos, gentilezas e preocupações, quantos problemas sofremos, angústias e soluções... eu aqui, você aí, distante... perto, ausente... presente... Não te sei morena, nem te sei loira ou ruiva, não te sei alta, nem baixa, nem magra ou gorda, não te sei física, és meio etérea, és-me virtual, mas te sei física, te sei mulher, te sei que anseias por dias melhores, que o amor nunca piore, que a humanidade não ignore a importância que tem para si mesma... Assim, estás aí, distante-perto de mim numa virtuosidade quase palpável, desconhecidamente-conhecida, fabulosamente gente. É como te posso saber, é como te sei, por estes muitos anos de convivência sem nunca nos termos visto. (à Magali Silva, a conhecida virtual)

Corinthianos


Sou corinthiano sim, e daí...
Já fui palmeirense, meu; já fui sãopaulino, mano; já fui portuguesa, patrício; já fui santista, cara; já fui flamenguista, mermão; já fui botafoguense, bicho; já fui grêmista, guri; já fui fortalezense e cearense, oxente; já fui americano de natal, bichin; já fui até valeriodocista, meu rapaz. Torci seleção argentina, e via todo mundo abaixo do meu umbigo, torci Liverpool e achei que o mundo era bonito, torci bolívia e via tudo branco como pó, hoje sou corinthiano.
Mas vamo arrebentá no ano que vem, afinal o que é melhor: ser o pior dos melhores ou o melhor dos piores??? Lá, vamo tê aclamação, vamo sorrir o ano todo, impressionar e botar medo, afinal a fiel é grande...
Mas sem besteira alguma, tô corinthiano no momento devido o show de amor e camisa que a fiel deu ontem nos pampas... cantou, não brigou, chorou... a camisa 12 se comportou como se estivesse no campo, com a alma desportista, e daria orgulho a Coubertin, porque a fiel ontem mostrou queo que importa realmente é participar da competição...
Parabéns aos corinthianos... que a torcida continua sendo bom exemplo

Fêssor que é fêssor sabe arrespondê

- Fêssor, por que chove? - Bem, a nuvem é composta por partículas de água e quando o vento frio... - Fêssor, por que o lête sobe quando frerve? - A lactina é formada por moléculas que ao se aquecer se juntam... - Fêssor, por que as menina tem peito mais pontudos que os menino? - Quando as meninas crescerem e forem mães, seus seios serão verdadeiras mamadeiras naturais... - Fêssor, o que é um aicebergue? - Os icebergs são grandes pedras de gelo que se deslocam... - Fêssor, eu acordo onde eu durmo, por que o sol acorda dum lado, se ele dorme do outro? - Olhe, a Terra é redonda e está solta no espaço, o Sol... - Fêssor, se a Terra é rodona, e a gente véve em cima dela, por que a gente não cai? - Quando a Terra gira, ela cria ao redor de si um campo gravitacional. Este campo gravitacional é a força que a Terra vai exercer sobre os corpos, devido a conjunção dos movimentos de rotaçao e translção da Terra, e... Assim é meu dia na escola. Na hora do intervalo não tenho costume de ir para a sala dos professores, fico mais pelos pátios, onde os alunos me cercam e me sabatinam com perguntas as mais variadas. As crianças das terceiras às sextas séries me enchem de perguntas sobre ciências, geografia; as da sexta à oitava são cheias de dúvidas sobre reprodução, sexualidade; as do Ensino Médio perguntam sobre tudo, sexo, drogas, família, política, educação e... muitos me vêem com perguntas sobre seus problemas pessoais com seus pais, amigos e, principalmehte, namoradas e namorados. Um dia, fui convidado para palestrar sobre cidadania. Nem era ano eleitoral, e estávamos em uma escola numa localidade bastante desfavorecida (desfavorecida é ótimo!! , é o termo que políticos sociólogos usam para falar pobre), era uma comunidade paupérrima. Depois de falar sobre a importância da escolha popular dos representantes, do cuidado que se deve ter em relação aos nossos direitos políticos e de consumidor de produtos e serviços, abri o espaço para perguntas, como sempre gosto de fazer. Então, um moleque chamado Alastair, da quinta série perguntou: - Fêssor, por que a gente aqui na Carnaubinha é tão pobre, se o Brasil é um país tão rico? Engasguei na hora e decidi fazer minha tese de doutorado tendo esta pergunta como título...

Despertando


Ah... como é bom ver o sol nascer, sentir os primeiros raios da manhã, o calor do sol entrando na pele como lânguidas agulhas que penetram nossa derme, dando uma sensação de aquecimento na alma... isso nos impele a um abrir de braços, um fechar de olhos, um inclinar a cabeça para traz, arregaçar as narinas e... INSPIRAR... inspirar com tanta leveza o ar que entra em nossos pulmões, que a vida parece estar mais bela... sem gosto de leite, de café ou de cigarro, mas um doce pigarro da noite recém acordada, talvez a hortelã do dentrifício, mas certamente o suspirar do dia.

O acordar é tão ou mais importante que o dormir, é o momento de dar graças a Deus ou à Natureza, por tão grande momento de re-encontrar o mundo, deixando para traz o mundo dos sonhos...

O acordar bem nos permite um dia mais agradável nos negócios, no trabalho, no ônibus ou na longa caminhada para o trabalh depois do dia quinze do mês, quando o resto do salário mal dá para comprar pães.

O acordar bem tira todas as ressacas das noites em claro, dos porres tomados, ou das companhias em vigílias longas como a eternidade no lado da cama de um filho doente.

O acordar bem dá alegria pra enfrentar os mal humorados, para driblar os incômodos e para rir das topadas nas calçadas...

O suave clima da manhã nos permite acordar melhor, mes o que o choro na noite anterior é quem tenha trazido o sono, e no sono um snho profundo...

Aaaaahhhhh... acordar, olhar para o relógio e ver que são seis horas da manhã, e poder virar pro lado e lembrar que é domingo...