quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Safira dorme



Ááááááhhhhhh... que sono! Meu povo, me desculpe, mas parece que hibernei um inverno inteirinho.
Estive fora do ar por alguns dias, problemas de net. Aí aproveitei e fui viajar. Comecei aqui por perto. Fui à praia, mas o tempo tava tão chuvoso que preferi viajar ao Nordeste, dizem que lá é verão o ano todo, fui. Peguei uns poucos trocados que tinha, ousei pegar um avião, arriscando a crise do tráfego aéreo e cruzei o país de sul a norte.
Escolhi Fortaleza, na sorte, e porque o próximo vôo iria pra lá - os vôos para Recife ou Salvador só sairiam no dia seguinte e eu já estava ficando ansiosa - e os noticiários informavam que não estava havendo caos em três aeroportos no Brasil, neste final de ano, um era aqui, outro em Fortaleza e outro em Manaus.
Bolsas e malas prontas, afinal, mulher que se preze não viaja sem uma bolsa de princesa, para manter a beleza em dia, embarquei. Passados os medos e transtornos da viagem, cheguei à capital cearense.
Fui a um hotel indicado pela companhia aérea, na beira mar... a viagem foi uma delícia... cinco dias na "Terra da Luz" me rejuvenesceram alguns belos anos, tudo muito lindo e fofo.
As praias são lindas, e há uma beleza que não se divulga tanto quanto as praias, são as serras. Estive no Museu do Ceará e no Centro Cultural Dragão do Mar. Neste último visitei os três museus e me encantei com o Planetário e com a Casa do Vaqueiro, vir à Fortaleza e não conhecer a Casa do Vagueiro é sair devendo algo para si mesma.
Fui às praias do Futuro, Caponga, Águas Belas e às falésias do Morro Branco, em Beberibe... tudo muito encantador. Subi às serras de Guaramiranga e Baturité, tomei excelentes vinhos no mosteiro... e fiquei sabendo que estas serras no carnaval recebem um carnaval cult, tem festival de jazz e blues durante todo o carnaval... mas não tem como se hospedar, porque começam a fechar reservas em agosto... só com muita sorte dá pra se conseguir hospedagem nessas maravilhoss pousadas neste período em 2008. Mas este festival já é antigo e tradicional, certamente não acabará logo, e vou fazer o possível para no ano que vem vir aqui.
A culinária também é deliciosa no Ceará, as lagostas não são caras, comi muito camarão, moquecas, carangueijos, carne de sol e baião de dois (excelente mistura de arroz com feijão, queijo e temperos caseiros), e provei uma lingüiça caseira fa-bu-lo-sa...
As noites no quarto do hotel é que eram muito longas. Senti falta do amor passado, como sei que era inviável, senti falta de todos os amores do passado, e senti mais falta ainda do amor futuro.
Encontrei-me um pouco neste final-início de anos e trouxe algumas coisas como lembrança além das trocentas fotos que enchi os cartões da máquina digital e do celular, umas garrafas com areias coloridas que desenham casas, uns bordados lindos feitos à mão e na minha frente por uma bordadeira no Mercado Central de Fortaleza, e cinco litros de cachaças, duas de marcas famosas locais e três garrafas de alambiques domésticos, muito mais fortes que tudo que já havia provado.
Ontem, achei de bebericar um pouco daquela "serrana" (como chamam lá) e fiquei completamente fora de mim, que se alguém tivesse me dito que me viram subindo pelas paredes laterais do prédio em que moro, teria acreditado - pois pelas paredes do quarto já estou subindo todas as noites -, sem álcool.

Um comentário:

Vênus disse...

Que lindo.Rui
E que inveja...adoro viajar,mas o faço tão pouco!
Adorei o"saudade do amor passado e do amor futuro"..Isso é tão verdade,às vezes pinta algo assim..
grande beijo,amigo