quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Safira é poetisa



Mesmo que a espada rasgue a carne nua e crua
e que todas as gotas de sangue se espalhem na rua
e meu coração não pule, não pulse, não bata,
e minha dor me seja latente, forte, inata
não deixarei de cantar minha vida
porque desta arquibancada dividida
em que vejo o jogo da lida
não quero cadeira cativa,
não quero camarote ou guarita,
neste jogo desleal, surreal, desigual
eu quero jogar, driblar, ser driblada,
bater, apanhar, perder, ganhar...

Mesmo que tua lâmina afiada
dilacere minha alma e minhas esperanças
vou pro salão, rodo em danças
que nunca dancei
e sob os holofotes, subo a escada
vôo entre as torres
ao encontro de mim mesma
ao encontro de ti
um ti que não é ninguém, é todo mundo, é qualquer um,
e neste voar alucinado
na lancinante dor
de sentir-te enfiado em mim
como lança
derramo meu sangue no ar
mas não perco a esperança de amar
um amor tão forte e presente
que me arrebate das dores
e que me enebrie
em toda a minha sórdida alegria

3 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

Bela poesia! Versos densos que falam de amor!
adorei!!

Van disse...

Sangrar......
Sangrar......
As luzes me ferem.
O palco me prende.
A dança me paraliza.
Amar dói.
O desejo é uma faca dilacerando.
......

Viver sangra.

Outra obra prima, querido.
Lindo, lindo, lindo!!!!

Anônimo disse...

Simplesmente achei lindo!
Parabéns!

Beijos.