sábado, 23 de fevereiro de 2008

Santa Vingança



- Seu nome, por favor!
- Josinaldo Divanildo Gomes Cavalcante Sousa Cintra Coelho.
- E o seu...
- Adelaide Ermenegilda da Silva Pinto Cavalcante Sousa Cintra Coelho.
- O seu...
- Edmilson Florisbaldo Aparecido Loiola (com i) Brandão Júnior.
- O que aconteceu?
- Blá, blá, blá,... blé, blé, blé,... bló, bló,bló...
- Calma, um de cada vez... Quem começa?
- Eu, doutor...
- Aos quinze anos de idade eu namorei o Edmilson Florisbaldo...
- Sim...
- Mas eu sempre fui casta, evangélica, queria casar-me virgem, doutor. Afinal, fornicação não agrada a Deus!
- Você está registrando tudo dona Robertilda?
- An rãn...
- Continue...
- Nunca tivemos nada a não ser beijos e abraços... até que um dia ele ficou... bem... ele...
- Bem, ele ficou muito excitado e... ái, doutor, tô com vergonha!
- Continue dona Adelaide Ermenegilda!
- Bem, ele pediu pra eu pegar no seu... você sabe, senhor.
- Registre aí, Robertilda, que aos 15 anos de idade o senhor Edmilson pediu que ela pegasse o XXX dele, não coloque o pênis. E aí, dona Adelaide Ermenegilda?
- Aí acabamos o namoro, fui pra casa enojada dele.
- E o que isso tem a ver com o fato que ocorreu hoje em sua casa.
- Doutor, depois fiquei sem namorar, até meus vinte anos. Foi quando conheci o Josinaldo Divanildo.
- Começamos o namoro, com um ano nos casamos.
- Hoje, temos vinte e três anos de casados, graças a Deus! Somos evangélicos esse tempo todo. Mas você sabe como é... montamos um cyber lá em casa. Aí criei e-mail, pra mim, entrei no orkut e tudo...
- Um dia, vi uma mensagem do Edmilson no meu orkut, pedindo pra eu adicioná-lo... eu fiz isso. Esse foi meu erro. Porque daí em diante ele começou a me incomodar com mansagens, descobriu meu e-mail e telefone, acho que através de irmãos da igreja, que são meus amigos no orkut. E começou a me perseguir, telefonar, mandar mensagens e tudo... tudo muito erótico, doutor. Contei pro meu marido, mas ele pensou que não fosse dar em nada, afinal ele me conhece.
- Hoje ganho um dinheirinho bom fazendo meus trabalhos via internet, doutor. Faço sites, configuro blogs, monto mensagens, dou manutenção on-line em arquivos... e ele, o Edmilson é hacker, entrou no meu computador, fez muitas coisas erradas, usando senhas minhas e meus cadastros... como o senhor pode verificar através destes documentos que mostram o endereço físico onde ficam os IPs das máquinas que fizeram os saques, as transferências e os aliciamentos, e as comprovações dos hotéis em João Pessoa, onde eu estava, nos dias em que os crimes foram cometidos.
- Assim, doutor, o senhor pode liberar minha esposa e eu, não?!
Passados alguns minutos, Josinaldo Divanildo e sua mulher Adelaide Ermenegilda são liberados, saem do prédio da Polícia Federal, ao entrarem no carro:
- Meu amor, a justiça divina não falha... esse cara abusou sexualmente de minha irmã de catorze anos...
- Áh, foi ele, querido?
- Foi, e o estupro levou ela a ter sérias perturbações de sono, pesadelos,´até que não aguentou mais e suicidou-se...
- É, Deus tem seus caminhos, mas não deixa impune os malfeitores. Eu só não sei uma coisa, quem foi que deu meu telefone e e-mail pra ele...
- Bem que eu queria saber, meu bem - disse Josinaldo Divanildo.
Ao chegar em casa, Josinaldo liga para seu pai:
- Pai, deu tudo certo. Eu sabia que o senhor ter um e-mail com o nome de um japonês um dia iria ser útil... agora aquele canalha está preso e nossa menina vingada.

2 comentários:

Anônimo disse...

RApaz... q trama complexa!

Mas curti pacas. Curto demais as crônicas o/

Abraços o/

Van disse...

Uia!!!!
Mas que imaginação!!!!!
Meus personagens agradecem, heim?
Quando você virar livro e ficar milionário por tornar-se best-seller vou querer os créditos e 20% dos lucros!
hahahahahahaha
Me dei bem.
;)

Beijuca procê