Preguntei pra Dona Leocádia porque tanta aporrinhação:
- Seu Taliço, tô triste de dá dó!
- Que hôve, mulé... me diz!
- Arre, min-a fi-a vai sê burra... e meus fí são tão intelingente!
- Por que cê diz isso, mulé?
- Ela num tem nem um piolho!
Aí me impriquitei...
- Quê que isso tem a vê, Leocádia!?
- Cê num sabe?
- Craro que não!
- Homi, é axim... cê pega o primêro piolho de seu fí e coloca dentro dum livro... assim ele vai sê inteligente
Aí num mi guentei e sortei uma gargalhada de se oví lá na cidade...
- É véro homi, vê só aqui im casa... coloquei os piolho de meus filho no livro. O mais véi faz carvão, sabe cavá as caiêra e vende tudin; o ôtro fí é mais sabido aina, sabe cuidá de porco, galinha e inté gado grande. Já a mocoronga da minina só fica fazeno uns rasbisco num chão e nos papé de imbrulho
- E como é o nome de sua fía?
- É a Cora, a Coralina!
segunda-feira, 18 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
GENTE FEIA
Na arquibancada de um ginásio durante uma partida de qualquer coisa:
- Cara, olha só que mulher feia!
- Onde?
- Ali... lá... do outro lado da quadra!
- Onde? quem?
- Ali, perto do cara do cachorro-quente!
- Qual?
- Aquela de lilás e bandana laranja!
- Aquela é minha sogra...
- Pois, é ela é a referência, a ridícula está um pouco pra esquerda dela
- É minha mulher...
- Não, mais um pouco à esquerda!
- É minha irmã caçula...
- Isso, na fila abaixo...
- É minha mãe!
- Putz, cara... que família feia!!!
- Cara, olha só que mulher feia!
- Onde?
- Ali... lá... do outro lado da quadra!
- Onde? quem?
- Ali, perto do cara do cachorro-quente!
- Qual?
- Aquela de lilás e bandana laranja!
- Aquela é minha sogra...
- Pois, é ela é a referência, a ridícula está um pouco pra esquerda dela
- É minha mulher...
- Não, mais um pouco à esquerda!
- É minha irmã caçula...
- Isso, na fila abaixo...
- É minha mãe!
- Putz, cara... que família feia!!!
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Caderno: Insistência
Insistir é bater na porta de teu coração
que não se abre
que nem porta tem, é parede.
Insistir é ver luz no fundo do túnel que não é túnel
é conceder à esperança a possibilidade de existir.
Insistir, verbo intransitivo, que transita dentre os vocábulos
espalhando anseios e angústias
Insistir, verbo transitivo direto, que não se apoia em outros
para ter a razão da persistência
Insisto em te querer até beirar a loucura
A insistência se assemelha às forças da água e do vento que corrói as duras pedras
Disse o assistente ao cientista:
- Senhor, já tentamos 2.354 formas de realizar seu experimento, e não conseguimos - desistamos!
- Meu apressado assistente, veja que coisa maravilhosa: já sabemos 2.354 formas erradas de se conseguir, logo acertaremos!
que não se abre
que nem porta tem, é parede.
Insistir é ver luz no fundo do túnel que não é túnel
é conceder à esperança a possibilidade de existir.
Insistir, verbo intransitivo, que transita dentre os vocábulos
espalhando anseios e angústias
Insistir, verbo transitivo direto, que não se apoia em outros
para ter a razão da persistência
Insisto em te querer até beirar a loucura
A insistência se assemelha às forças da água e do vento que corrói as duras pedras
Disse o assistente ao cientista:
- Senhor, já tentamos 2.354 formas de realizar seu experimento, e não conseguimos - desistamos!
- Meu apressado assistente, veja que coisa maravilhosa: já sabemos 2.354 formas erradas de se conseguir, logo acertaremos!
segunda-feira, 28 de março de 2011
Ser e estar
Quantas vezes estamos e não somos!
Da mesma maneira, muitas vezes somos e não estamos!
E daí!?
Da mesma maneira, muitas vezes somos e não estamos!
E daí!?
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Local / Mundo/ Vida
"Muito interessante uma percepção que tive ontem…
Não sei se era meu estado de espírito…
Não sei se era meu estado psicológico…
Não sei o que era …
Mas não me senti bem no mundo…
O que eu estava fazendo ali gentee???
Incrivel …
Você ouve seus pensamentos dilacerando suas vontades…
Ouve suas dúvidas cruéis se lastimando…
Tudo isso tem um motivo, uma justa causa de ser pensado?
Bem … o fato é que você olha em torno e vê…
O quê?
O que foi procurar ali?
O que te levou ali?
De repente todas as suas desculpas para sair se esvaem como areia fina
em sua mão…
Olha em volta... olha de novo… e
Você está bem?
Se sente como?
Incrivelmente insuficiente é ir embora…
Incrivelmente incapaz de se sentir bem…
como todos parecem estar...
… insegurança é %%¨&*(*#$%¨& (é isso e mais um pouco…)
Mas não é so esses ''isso''…
Nem sempre você vai se sentir assim…
Apenas quando você tem certeza, capta um aviso e entende que:
... nossa.. meus pensamentos estão à toda…
meus amigos, minhas buscas, e quando não estou aqui … penso:
Onde vou encontrar gente interessante?
O tempo está passando...
Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindoo mais idiota de todos?
Foi então que eu descobri: Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas,
com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar
mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.
A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante
uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí? ♥
Então você começa a pensar sobre teu local no mundo… Começa a filosofar, se desencontrar, se avaliar, se relevar, ou
simplesmente se deixa sentir aquela coisa sem nome, mas que te dá
um rumo novo, te mostra se aquela tal atitude é impressionante a todos
ou nao ou apenas a você… te mostra que você nao tem sempre resposta
pra tudo .. e principalmente .. mostra que você é capaz de se reconhecer
dentro de suas duvidas e buscar soluções para elas… Viver em função do mundo...
Viver em função de coisas.. de superficialidades…
Pensamentos que se relevam, que se elevam, que se esvaem e somem sem te dar uma resposta! "
Este poema é uma contribuinção de Dallyana, uma grande amiga
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Vá ver se eu tô na esquina!
- Vai ver se eu tô lá na esquina!
Saí meio cabreiro com aquele pedido, mas lá fui eu pensando...
Quando ía no caminho vi de longe minha irmã chegando na mercearia do Seu Guido, um italiano branquelo "inxerido", quis me zangar, mas sei que Indá sabe se cuidar.
Nisto passei por meu tio Prudênço, que morreu no ano passado, quis me espantar, mas ele sorriu tão gentilmente, que nem me assustei, ri pra ele, e ele me deu um pirulito de caju, como sempre fazia comigo... achei graça, e rindo comecei a andar saltando e cantando uma musiquinha besta...
Olha lá meu vô, mas meu vô mora no Amazonas: acenei pra ele, que me riu e me fez uma careta linda, daquelas caretas tão feias e graciosas que só nossos avós conseguem fazer... fiquei mais feliz ainda...
Vejo Indá saindo da mercearia, rindo e assobindo uma música que nem conheço... e daí, quem tá assobiando é ela, ela é que tem que conhecer a música...
Quando tô chegando na esquina, vejo uma ambulância passar voando com aquelas luzes vermelhas rodando e a sirene chamando a atenção... outra, e outra... três ambulâncias que parecem apostar corrida... bonitas são de noite, que as luzes piscantes iluminam toda a rua, e não ao meio dia...
Na esquina olhei prum lado, pro outro... e num é que a mamãe estava mesmo na esquina! Tava lá, mamãe, sentada na cadeira de almofada de Dona Carlinha, conversando prosa de mulher... vou chegando perto, ela me vê com aquela cara de: menino, que você ta fazendo aqui? e ao chegar bem pertinho dela, vejo o Brito jogando bolinha de gude comigo... dou uma tacada que tira três bilas do triângulo... eu sou bom nisso mesmo...
- Pra dentro, menino! Tá fazendo o quê nesta calçada quente!?
- Mas, a senho...
- Pra dentro e calado, não me responda!
- A sen...
- Vá tomar seu banho, moleque, que ta na hora de almoçar...
Ora ora, ela manda eu ir na esquina, como vou na esquina se não passar na calçada?
Ela me faz uma pergunta e manda que eu não a responda!
Manda eu tomar banho e diz que tá na hora de almoçar, vou almoçar embaixo do chuveiro!?
Esses adultos ainda dizem que a gente não sabe de nada, só porque somos criança!!
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Talício fala do amigo vendedor de água
Rapaiz, tem umas história nexa vida que vô ti cuntá.
Arabites, irmão de Andiva, era uma cara pra lá de bão... mas tin-a suas trapaiada. Ele tin-a um imprêgo certo, era funçonáro dessas impresona que tem casa in tudo que é parte do muno. Masundia, sem ninguém sabê purquê, arresolveu pidi as conta. Aí o homi recebeu um di-ê-rin inté bão, mas num dêu pra quase nada!
Dispôs de pagá umas conta, fazê uns mimo pra mulé, cumprá umas bestêra pras fíía, arresorveu invisti o resto do din-ê-ro num depósito de água minerá.
Comprô um galpão, um monte de garrafão de vinte litro, duas bicicreta carguêra, um computadô véi, num sei pra quê e otras buginganga pra pudê cumeçá a trabaiá.
Mas cadê crientela!?
Todo muno na cidadezin-a já tava de custumi de bebê água do açude... as carroça ia lá pegá os tambô de água e o povo da cidade bibia, cuzin-a-va... usavam a água do açude pra tudo, e os garrafão num vendia nada!!
Arabites se prezepô! Ficô amuado e preocupado...
Num dumingo quarqué, dispôis de um sábado que teve uma festança na cidade vizin-a, lá se vin-a todo muno vortano da festa, uns cum sapato nas mão, uns morto de bebum, uns achano graça pras fiía doutros, e naquela gazarra...
Andiva vin-a cum seu namoradin, ela uma coroona de seus quarenta e três, ele com vinte e um... todo muno falava desse ajuntamento...
- Carma pessoá, se vocêis tão cum inveja, ele tem uns ôtros irmãos que tamém tão sortêros, dizia ela pras cumade maldizente...
- O minino era coroin-a, inté mês passado, quano essa, credo-cruiz, dirvirtuô o fií alhêi... - dizia D. Floristildis.
- Num si cumóde não, Tildis, ela inda vai prová o que é bom!!! - respondia D. Gerunda Gerundina.
Lá na festa tin-a ocorrido que Tarraso e Eulâmpio tin-am se agarrado por cause de Eurídes. Impurrão, sapecão no pé do orvido, dedada nos zói, e pur fim, o punhal.
Tarraso rasgô o vento e a camisa de Euylâmpio, que empalideceu, mas rapidamente pegô duma garrafa de cerveja, e ficaro aqueles dois homi sem préstimo briugano pur uma fulana que já tava dando risada pro Floduardo...
Nessa rumação Eulâmpio rasgô o braço de Tarraso, que lhe rasgô a barriga, e quano Eulâmpio is caino, Tarrasco, no ímpeto da fúria, da raiva, da cachaça, do orgulho firido porque Eulâmpio tava bejano aquela que era só de Tarraso, inté onti (isso pensava ele), ele terminô de matar o colega de vila e de tants cantoria...
Sangue, muito sangue nas mão, no chão e no corpo de Eulâmpio que dava uns suspiro inquanto murria... e Tarrasco pos-se a corrê...
Chegaro os home da saúde, com bulância e tudo, mas num tin-a mais jeito...
A festa continuô, e Floduardo vêi conduzino a bela Eurides pra casa...
Como eu falava, naquela main-ã de dumingo, quando o povo vortava pra casa, viru dois corpo de home e um de muié mortos boiano no açude que alimentava a cidade com água limpa e boa...
Tarrasco, Floduardo e Eurides estavam mortos...
Daquele dia em diante, todo muno quiria comprá a água minerá de Arabites, que cumeçô a inricá.
Eu fui na casa dele na sumana passada, pra parabenizá pelo Natár, mas num pude perder a oportunidade de dizê:
- Cara, da proxima vêz mata uns cachorro e bota no açude, num precisava matá gente, não!!
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Talício foi fazer caridade e encontrou algo estranho
Pessoá, acho que vôrtei... se o Seu Ótimos num impricá de querê sumí di nôvo!!
Masônti, instava lá no barráco de Seu Tenóro, aí ele nus cunvidô pra gente íí lá num bairro que fica numa ladêra, nóis fumo.
Ô bairruzin ruinzin... muita lama e shujo por todo lado. Lá deve de sê um lugá bão pra vivê, purque inté o capêta num tem corage de morá lá...
Mais o que mi assutô foi que fumo pruma associação de moradores. Voceis sabe cumé, né: um bucado de gente que se junta qerendo melhorias e boas condições de vida, aí surjem os dois tipos de aproveitadores, aqueles que aproveita a associação pra se candidatá a veriadô, e aqueles priguiçoso que fica viveno de esmola e binifíço do guverno!
Fumo levá umas coisa pras familia mais pobre de lá, o Tenóro faz isso todo mêis, desde que ele foi sarvo por uma família muito pobre, numas palafita no interiô do Pará - mas isso é ôtra história!
Sei que a gente tava lá no salão da associação, quano chegô uma mulhé, mêi triste. Ela vêi devagarzin, pegô uma cadêra e levô lá pro canto, acendeu uma vela, colocô a vela na cadêra, se ajuelhô e fez umas prece baixin.
Eu e o Tenóro ficamo calado, in respêtho à mulhé.
Depois da oraçãozinha rápida dela, ela vei e se sentô com a gente, eu olhei mei de canto de olho e vi que tin-a um papé perto da vela.
Sem ninguém perguntá, ela dixe que o seu filin tinha murrido naquela nothe, por isso ela chegô atrasada pra reunião.
A reunião continuô mei nostalgica... mas foi tudo bem.
As dispôs fiquei sabeno que este era o quarto fii dela que murria do mermo jeito... ela durmia com os minino, e de nothe rolava por cima do bebê, e ele murria sufocado!!!
Poizé, meu povo, foi nesse lugar de gente sem indéia que a gente foi pará onte...
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Sem inspiração
Canto num canto qualquer
todos os contos e todas as contas do rosário,
todas as cintas do famoso cabaré,
canto as velhas melodias
em busca de novas inspirações.
Leio, releio, pinto, escrevo, penso em vão
porque não me vem nova inspiração...
Como gaivota e albatroz que aprendem a voar sem lições,
como as tartaruguinhas sabem o caminho do mar,
tão novinhas,
e pra onde devem voltar...
instintivamente componho
mesmo sem inspiração...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Um homem de bem
Lá vinha um homem pacato, um pacato cidadão, que de pacato não tinha nada, porém como cidadão... era um exemplo...
Um cara daqueles que é um bom exemplo para não ser seguido, ou melhor, para ser seguido, sim, pela Rádio Patrulha, pela Polícia Federal, pela Receita, por um míssil teleguiado, pelo vibrião da cólera e por todas as mazelas que podem assolar uma vida... mas ele era um cara tão safo,que nada lhe impedia de ser quem era.
Leocádio se candidatara a vereador aos dezoito anos de idade, mas ele não queria ser eleito (e mesmo que quizesse, não conseguiria essa façanha com facilidade), ele queria mesmo era ter votos para barganhar com o prefeito.
Comprou voto, vendeu a mãe, falou mal de deus e do mundo, falou bem de deus e do mundo... subia em carro de feira, andava quilômetros a pé, de casa em casa, porta a porta, beijou menino catarrento, abraçou cachaceiro fedorento, pagou lanche pra garoto gordo, comprou camisa de time de várzea... ah, e dentaduras, exames de fezes, cvarro pra levar gente pro horpital, caixão de defunto, contas intermináveis de luz pra caloteiros, botijões de gás às dezenas... mas não foi eleito: só teve dois votos!
O nobre cidadão até hoje, com seus 78 anos de idade se pergunta: de quem eram aqueles dois votos?
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Safira discute sobre o Tempo
"O tempo resolve tudo", "Deixe estar que o tempo lhe mostrará", "Nada melhor que dar tempo ao Tempo"... frases como estas e tantas outras depositam no tempo o destino das vidas, como se o tempo fosse uma pessoa, um indivíduo todo poderoso que determinasse o bem e o mal e o destino de todas as criaturas.
A personificação das coisas sempre tem ajudado o ser humano a conviver com seus problemas, medos, frustrações, ansiedades, perspectivas de futuro, etc... isso não torna as pessoas mais fracas, débeis, fragilizadas ou frágeis, nem fortes, potentes... são simplesmente formas das pessoas agirem e reagirem em relação às situações boas ou más que lhes sucedem.
Isto explica, em parte, a grande ansiedade e busca pelo divino, pelo sobrenatural, desde os primórdios tempos da humanidade.
Acredito, no entando, que o tempo não seja um ser, não seja nem um objeto, senão de estudo. O tempo é uma idéia, e como tal nasceu do imaginário do ser humano, talvez para auxiliar sua coordenação e ordenação de suas tarefas, talvez para aliviar seu tédio, talvez pelo simples motivo de alguns seres humanos terem a vaidade de querer se mostrar mais sábios e poderosos que outros, por isso criou a idéia de algo a que todos se submetessem, talvez, ainda, oruqe um Deus bom e misericordioso possa ter iluminado a mente humana para que este se organizasse e tivesse noção de sua finitude, para assim crescer.
Uma das maiores diferenças entre os seres humanos e os demais seres vivos da terra é a idéia de finitude, sabemos que teremos um fim, sabemos que tudo acaba (ou supomos isso), e isso nos faz procurar deixarmos nossa marca, nosso nome... quer em nossos feitos, em nossas idéias, ou palavras, ou até simplesmente em nossos filhos e filhas, mas a idéia de fim, de nosso fim, é uma das molas que nos faz crescer como seres humanos, e como humanidade.
A simples idéia do fim-de-nossas-vidas já nos faz pensar no que existirá depois, após cerrarem-se as cortinas de nossos olhos veremos que o alco não está atrás da cortina, mas antes... e a idéia da continuidade nos faz crer em re-encarnações, ressurreições, julgamentos divinos, vida-após-a-morte, a morte como passagem, semre nos dando a esperança de sermos como os animais, que não sabem de um fim.
A idéia, também de não sabermos resolver nossos problemas e que muitos deles se acomodarão em nosso consciente nos dando o sossego e a paz pela equilibração de sua existência, mesmo que a princípio não querida, mas assimilada, ou porque outras variáveis de nossa vida mudarão as situações ruins em que nos encontramos, nos faz depositar nossas esperanças, medos e desejos no tempo, no divino, no maravilhoso, no mágico, no inexplicável, no destino, como seres inteligentes, amigos e superpotentes, que nos ajudarão em nossas dificuldades.
Não, não quero de forma alguma dizer que traçamos sozinhos nossos destinos, nem quero condenar a idéia sobre o divino ou sobre o maravilhoso, mas quero alertar que depositar nosso futuro somente às mãos do tempo, pode nos transformar em seres passivos a tal ponto, que ao término de nossa vida, quando formos nos lembrar do que vivemos, veremos a vida de muitas pessoas, atos, palavras, mentiras, heroísmos de muitos, mas não veremos nossa vida... e perceberemos que fomos meros expectadores em nossas vidas e não os seus autores.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Safira mexe em seu baú
Ontem estive me re-visitando, e vejam quanta coisa achei! Quantas tralhas e lembranças, quantos risos meus olhos deram ontem, quantos brilhos em meu olhar, algumas lágrimas sapecas quiseram sair, houve duas que saíram em momentos distintos, e aquela corizazinha gostosa descendo pelo nariz que já deveria estar bem vermelho.
Fotos de meu velho pai, de minha doce mãe, de meus irmãos que há anos não vejo. Quantas surpresas nosso velho coração nos prega, assim como nossos velhos baús, nossos sótãos e porões!
Ri das brigas idiotas e infindas que tinha com Clara , minha irmã... como éramos bobas, mas era tudo tão intenso... hoje riu disso tudo.
Quantas intrigas infantis fiz na minha adolescência e juventude, motivo de risos e de suspiros saudosos do tempo pueril de minha vida.
A doença de minha bisa, que a levou “tão nova”, como queixou-se meu vô: “ela só tinha 98 anos!”, mas sua alma alegre a fez partir sorrindo após uma hilariante piada.
Jesus sugeriu que Pedro fosse descansar, que Ele ficaria à porta do céu naquela tarde. Quando um velhinho chegou no Céu. Jesus lhe perguntou:
- Por favor, meu senhor, qual o seu nome? Para que eu ache aqui no Livro da Vida...
Com voz trêmula, o velhinho disse:
- Meu, filho, eu não lembro do meu nome... faz tanto tempo...
- Pois me diga algo sobre você, profissão, família, para que eu procure...
- Beeem, eu só me lembro que eu era carpinteiro, há muitos séculos atrás, e que meu filho ficou famoso no mundo todo...
Os olhos de Nosso Senhor se encheram de água, e com voz engasgada:
- Pa- papai!!!
- Pi nó quio !!!
E num belo riso fez sua prece: Meu Deus, não se zangue comigo pelo meu bom humor, mas pode me receber na casa eterna. E dormiu.
Quantas coisas surgem de nossos baús...
domingo, 7 de junho de 2009
Talício fala da mulher de cabelo ruivo
Arre égua, esse Ótimos me dexô um tempão sem falá cum vocês... já mudô tanta côsa no muno e eu aqui sem tê pra quem contá minhas aventura.
Isso me lembra o tempo que fui pra guerra... uma peleja que teve lá pras pradaria do sul, quano uns cabra quiria que o estado do Rio Grande se sórtasse do Brasil... ficamo cum medo que eles virasse argentino, e num deixemo...
Me alembro muito bem de uma galega de cabelo vermei que namorava com o capitão da min-a compania. Mulé bunita que fazia umas cumida gostosa de cumê.
Uma vez ela foi prum rio pegá água, quano uns farropilha chegaro pra ela tentano faze medo, ela num si intimidô, não... logo fez cara de boa moça e mandô que Gido, um neguinho que acompanhava ela pra todo canto, vortasse pro acampamento pedi socorro...
O neguin correu mais que fofoca em feira, aí ela falô macio pros home que num abusasse dela, não, e que num machucasse, purquê ela nunca tin-a sido de nin-um home.
Ora, isso foi o mesmo que tocá fogo nos rapaz.
O sargento logo se adiantô e dixe que alí só tin-a um home que a merecia, e mandô todo muno vortá pra trás... ela se fez de boazinha e quano o cabra arriô as carça, ela infiô um punhá que o Capitão Lorenço tin-a dado pra ela bem no meio da côxa do cabra, e quano mais ela infiava, mais ela ripitia:
- Só sô mulé de quem eu quizé, só sô mulé de quem eu quizé, só sô mulé de quem...
O cabo froxo cumeço a chorá de dô, nisso nós cheguemo, levamo o cabra preso.
Mais tarde, quano acabô a guerra ela casô com o capitão.
Como ela dizia que só seria mulé pra quem ela merma quizésse, nos tempo de paz ela alimentou um sargento, dois rectuta, um majó, um coroné e o leitêro.
O capitão morreu feliz aos 84 anos, achano que sua mulé de cabelo ruivo nunca tin-a sido dôtro homi.
Foi feliz o capitão, afinal corno não é quem é traído, mas quem sabe da traição.
sábado, 6 de junho de 2009
Gustavo, meu novo velho amigo
Gustavo é um cara muito gente fina, daqueles que fala o que pensa e foda-se quem não gostar... ri o tempo todo e de tudo. Sempre tem palavra de ânimo... sabe aquele cara que é tão legal quie chega a ser chato!!??
Pois é... sua picardia sempre o conduz a romances inusitados, e, lógico, a ser alvo das fofocas daquelas que não trepam, como diz Leila Pinheiro (quem não trepa vira polícia da xereca da vizinha)...
Gustavo não liga para sobrenomes, e sua família é mais um grupo de amigos, que um núcleo sólido cheio de preconceitos, tabus e responsabilidades... o conheço há muito tempo, mas só recentemente ele me permitiu relatar suas bravatas...
Ontem o encontrei na rua, tomando umas cervejinhas para comemorar a sexta-feira, quando Miriam, uma enfermeira recém formada que ainda sofre a "maldição de Florence" sentou-se na mesa ao lado, cumprimentei-a... ele me deu uma piscadela e foi até a jovem doutora, segurou sua cabeça com as laterais e sussurrou eu seu ouvido... se adivinhar quem é ganha um chocolate, se erras ganha dois se desistir ganha o que quizer...
- É o Leonardo de Caprio - riu...
E ele com a barba por fazer roçando-lhe a nuca:
- Acertou...
Viraram-se e começaram a rir...
Daí sentou-se...
Hoje de manhã cedo ele me liga:
- Ótimos, preciso de você...
- O que foi Gustavo?
- Meu carro enguiçou... me tira do prego!
- Onde você está?
- Na Baleia (uma praia aqui pertinho)
Nem preciso dizer quem estava com ele no carro... o pior é que o carro pifou ontem quando estavam indo, ela estava sem celular e o dele estava descarregado... só hoje conseguiu carregar e me chamar...
Por que eu? Porque a Miriam é filha de chefe político bem ranzinza, violento e que pensa que as mulheres são sub-seres-humanos, que precisam ser protegidas de tudo e contra todos.
Bem esse é o Gustavo, que me deu a honra de ser meu primeiro post após esta estiagem vocabular.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Ressurgindo do limbo
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Fetiche
Fantasio meus fantasmas
que no fundo sou eu mesmo
e vou ao passado perdido
tão vivido em cada segundo
e não sei se o que vivo
é o que teria vivido,
mas sei acima de tudo
que a magnífica mulher
que em ti existe
me seduz como tu és,
e minha mente vigorosa
cria situações no passado
(que não posso mais viver)
e projeta ao meu futuro
sonhos pra fantasiar
coisas de Eros e de Vênus
em meus fetiches mais delirantes.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Crise!!!!
A pedidos:
tudo começa quando um grupo de construtoras nprte americanas resolve construir, contudo não tem dinheiro suficiente... solução?: pedir dinheiro emprestado aos bancos. Os bancos examinam o emprendimento, veem que há grande possibilidade de que o investimento seja lucrativo, e emprestam o dinheiro.
Depois de construídos os concomínios, as mansões e todas as formas de prédios financiados de imóveis - grande parte deles na zona nobre do país - surgem as companhias de seguros.
Norte americano, sempre precavido contra prejuízos (nem sempre), fazem seguros contra perdas em suas edificações. As seguradoras topam na hora fechar estes contratos com apólices milionárias... contudo, nem uns nem os outros supunham que o clima da Terra ficaria tão quente quente, e que anualmente haveriam incêndios dantescos, cujos prejuízos teriam que ser cobertos pelas seguradoras - empresas sempre ligadas a bancos - muitos eram aqueles mesmos bancos que financiaram a obra.
Assim, desenha-se o cenário:
- os bancos emprestaram dinheiro para as construções, cujos pagamentos serão feitos em pequenas fatias por décadas;
- as seguradoras, destes mesmos bancos inclusive, tiveram que desembolsar vultosas quantias para cobrir as perdas de seus assegurados, e promover para os proximos contratos valores mais elevados para as prestações;
- as pessoas que compraram suas casas financiadas por estes bancos, tiveram sérios problemas para quitar suas prestaçõesm haja vista que os contratos de venda tem seus valores atualizados a cada doze meses, tornaram-se portanto inadimplentes e arriscam perderem suas casas;
- outros se negam a pagar porque perderam as construções em incêndios, ou ficaram sem condições de habita-las, devido os riscos naturais se agigantarem a cada momento.
Cautelosos, os bancos se negam a emprestar para construtoras e a financiar para os compradores - instala-se a crise dos bancos!
Sem financiamento, diminui o emprego - pois o setor com maior mão de obra é o da construção civil. Sem emprega, não se faz gastos - instala-se a crise do emprego!
Paralelamente a isso, empresas veem-se sem dinheiro para custear suas produções, uma vez que o comércio diminuiu, porque diminuiram as compras... e tentam capitalizar-se resgatando muitas de suas ações... o mercado financeiro vendo que as empresas estão precisando se capitalizar, vendem as ações dessas empresas a módicos preços. Assim, o descrédito nestas empresas acarretam poucos investimentos - instala-se a crise financeira!
Procurando capitalizar-se surge outro problema: as empresas têm muitas ações vendidas, mas ações não são dinheiro, quando o investidor da bolsa percebe que a empresda em que investe está prestes à bancarrota procura resgatar o dinheiro investido em suas ações, como as empresas possuem bens e não caixa, vão aos bancos pedir que custeiem os preços de suas ações, pos bancos se negam e as empresas correm ao Estado pedindo socorro - instala-se a crise do mercado de ações!
O Estado se vê numa situação difícil, pois defende a idéia de que a roda da fortuna deve girar a partir da produção, que contrata pessoas, que gastam no mercado, que compra da indústria, que contrata mais e assim sucessivamente... e se vê na perspectiva de investir nas indústrias... Contudo...
Mesmo que se aumente a produção, se não houver dinheiro para se fazer compras, os bens ficarão acumulados nas fábricas...
Soluções:
ou se estatiza as empresas, para que sobreviva o sistema capitalista ou se olhe com mais atenção ao ser humano e assuma-se que o capital e o comércio foram feitos para o ser humano e que não podem ter vida própria.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Ai, ai, ai...
- Com a união da Receita Federal com a Receita Previdenciária algumas mudanças serão necessárias na legislação tributária nacional, uma é o parcelamento de débitos previdenciários. Há 10 anos o Governo federal permitiu que os governos municipais e estadfuais parcelassem suas dívidas em 20 anos. Parcellamentos feitos, não honrados, novas dividas surgindo, o Governo federal lança mão novamente, agora com um re-parcelamento dos débitos já parcelados e incluindo-se neste os débitos ainda em aberto, com prazo de até 240 meses - como leio isso? Bem, grande parte das prefeituras são de aliados políticos do partido do Presidente e precisam de benefícios para aliviar suas "culpas" pela má gerência da coisa pública; segundo, entendo que ele precisará de todo apoio pra fazer Dilma presidente; terceiro, cumprimentar com chapéu alheio é muito bom, afinal o prejuízo é da nação, não é dele, e a prática mostra que no primeiro ano os parcelamento são honradios bem direitinho, os inadimplentes começas a falhar da 15ª parcela em diante, ou seja: seu governo irá arrecadar muito;
- A guerra entre Isarel e a Palestina tenderá a estender-se por mais alguns anos, haja vista que provavelmente um direitista-extremo assumirá o cargo de primeiro ministro israelense - ô novela pra não ter fim!!!
- Obama populista - era de se esperar!!!
- Andrew Wakefield, pesquisador inglês, adulterou dados dos pacientes sujeitos de uma pesquisa, para provar que a vacina trípliceviral (Sarampo, Caxumba e Rubéola) poderia causar autismo - uma vez que as causas do autismo ainda não foram deteectadas pela ciência, o carinha quis projetar seu nome em cima de especulações - nem todos conseguem fraudar a comunidade científica mundial como conseguiu Einstein...
- Não satisfeito com a inadimpência das prefeituras em todas as suas contas públicas: PASEP, FGTS. INSS, o GovernoFederal está abrindo para as prefeituras o direito a empréstimos junto ao BNDES para que os municípios gastem em seus projetos..
- Ai ai ai....
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Talício honra a estação das chuvas
Xegô as chuva no sertão. Os açude pegano água, a terra bebeno e enxarcano, se preparano pra gente pranta o míí e o fêjão. E se Deus quizé, e as chuva durá inté maio, ramo tê muito caju, e todo tipo de fartura.
Mas como a gente nunca fica sastisfeito, lá vem recramação:
- Talício, pra quê esse riso no rosto? Num ta veno que as chuva traz inseto?
- Vixe Maria, meu Deus, se essa chuva cuntinuá, vai arrombá os açude tudo, né não seu Talício!?
- Que droga de chuva é essa, todo ano que tein-o inverno forte, min-as galin-a pegam gôgo... arre égua, Talício, era bom se chuvesse menos...
- Veja só, seu Talício, se houver bom inverno, não iremos contratar caminhões pipas, meus discursos sobre obras pra proteção da seca serão inócuos; os orçamentos superfaturados para cavar e construir poços profundos, serão adiados... pra mim, ano de seca é melhor, assim me mostro como "salvador da pátria" e o povaréu fica todo com sentimento de dívida comigo...
- As rôpa num vai mais inxugá, vai mofá tudo, seu Talíço!
- PQP, as estradas vão ficar sem condições de passar...
- Como vou dar aulas? O caminho até as escolas no sertão estarão sem passagem, e ir pra quê, se as crianças nem vão por causa da chuva!!?
- Àh mór Deus, as gotêra na casa vão moiá tudo...
- Êta, começo de chuva vai encher o hospital de casos de diarréia e doenças de pele; no meio do tempo chuvoso, lá vem as picadas de inseto e afogamentos, e no final das chuvas muita febre, dengue e doenças respiratórias! Talício, acho que vou tirar uma licença médica, pra fugir desse período aqui no hospital!
...
Êta, povo cumpricado e insastisfeito... mas num há milhó bênção prum povo que chuva im tempo de chuva e sór im tempo de sór.
Um dia após o outro
Minha veia poética anda meio obstruída
não consigo mais transcrever
para signos linguísticos o que vem de minha mente
de minha vida e de meus esforços para ser compreendido
ou descompreendido.
Levo minha vida diariamente
como quem leva o andor
sério, quase sisudo,
feliz pela caminhada
e sentindo nas costas o peso de minha fé
de minhas aspirações
de minhas desilusões
de minhas queixas e
de minha própria existência.
Como menino, erro sempre,
como homem, assumo meus erros,
e assim a cada dia que passa
viro a página do ontem
para ler o que o hoje me propõe.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Ááááááhhhh
Como é bom acordar após dois meses de hibernação...
As coisas vão nos conduzindo a um caminho que muitas vezes nem sabemos como chegamos lá...
Um dia após o outro dia, um problema - uma solução, um piripato - um remédio, uma crise - um sorriso, uma mulher- duas mulheres - três mulheres - um BASTA!!!
Assim vamos nos conduzindo e sendo conduzidos nas águas do rio chamado vida, que segue seu curso, com águas calmas e claras, com águas turvas, correntezas, cachoeiras, tormentas, e novamente águas calmas - sempre após uma cachoeira temos águas calmas e tranquilas, margens verdes para aportarmos e nos fortalecer, pra continuar a viagem...
De repente, percebemos que já estamos muuuuuuiiiiito longe da partida, e todas as curvas do rio nos tira a visão de onde saimos...
Novas curvas e novas águas... tudo sobre o mesmo leito, e sobre o mesmo rio, que já não o é mais...
Uma caverna existe no fundo do rio, e nela eu dormi tranquilo, hibernei por dois meses, agora tô aqui, acordando...
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Talício conta o que Amargência ouviu
"Minha casinha é bem pequena, e nela tem um ponto de comécio - o comércio quebrou e fiz do ponto meu quarto, meu e de minha filha. Ontem aconteceu comigo o seguinte caso":
Ixo foi o que mim falô a Dona Amargência e eu num pudia ficá sem contá procês...
Ela tava no quarto. ex-ponto comercial, com sua filhinha que já durmia, quano ouviu exa cunversa:
- Bora, come esse negóço, aí...
- Tá bom, e me dá um pôco da pinga tumém!
...
- Tá gostoso exe tira-gosto?
- Tá ótimo!
...
- E aí, você vai me dá?
- Hum, rum...
- Que bom... olha. ali naquele muro só tem materiá de construção... a gente pula o muro...
- Certo, mas quanto você vai me pagá?
- Três real...
- Três real, mas é muito barato!!
- Mas é o que tein-o...
- Tu é doido!? Teus amigo tumém me queria, se eles sobé que te dei por exe preço eles vão tudo querê me pegá tumém!
...
- Tua mulé num dixe que ia te dá o Borsa-Inscola?
- Ela lá deu nada! Ela ficô cum tudo...
- Mas você mim dixe que ela ía te dá o Borsa-Inscola...
- Már num deu...
- Mas tá muito barato, posso te dá assim não...
- Olha, eu num comprei a pinga? num comprei o tira gosto? Agora só tein-o os três real...
- Mas tá pôco... se fosse pelo menos cinco... ele num vale só isso não... eu tein-o valô... eu num valho só três real!
- Não, min-a minina, você vale um milhão... UM MILHÃO!!! Se eu tivesse um milhão eu te dava, mas só tein-o três real... toma pega...
- Me dá... mas inda acho que é pôco...
- Vai, come mais do tira-gosto!
- Já tá fríi, tá todo gordurento...
- É tripa né, mulé... se você num tivesse ficado discutino e tivesse comido, eu já tava cumeno tumém!!
- Sei não... três real num dá pra nada!
- Pois tá bom... vamo fazê assim... tu me dá hoje por três real... amanhã eu vô junta o que eu pegá dos papelão que eu vendê e te dô quinze real!!!
- Quanto!?
- QUINZE... quinze real!
- Assim ta bom, você me dá os quinze real e te dô amanhã de novo...
- Óia, hoje é segunda, você me dá amanhã, na quarta e na quinta, tá bom?
- Tá... mas olha lá... me tráz os quinze real, mesmo, senão não te dô mais de jeito nin-um!
- Peraí, me dá o din-êro... ... ... ...
- Que que cê foi fazê homi?
- Cumprei dois real de cigarro, um pra tu e um pra eu!
- Ah, bom, afinal depois de uma tem que tê o cigarrin...
- Pois é, mulé, agora vamu...
- Vamu!!!
Ô negóço da mulésta!!!
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
NOVELA: capítulo 8
- Que coisa, esse telefone que não atende, meu Deus!!!
E Solépatra sai do apartamento, e vai pensando no que vai rolar entre ele e o casal de criados, safados, que tem em casa...
Pensa no que vai fazer com eles, imagina muita safadeza... e voa para casa...
Ao chegar em casa, vê aquela coluna de fumaça... desesperado, abre o portão e vê sua casa tomada pelo fogo... sem saber o que fazer Solépatra corre até próximo da casa e escuta algumas pequenas explosões e desabamentos vindos de dentro da casa... vira-se e vê o casal na piscina... embriagados, nus e muito contentes - rindo-se muito daquela situação trágica!!!
- EI, O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AÍ??? ãh!!! O QUE É ISSO!!!
- Nada, patrãozinho, disse a cozinheira assanhadinha - só estamos fazendo com você o que você passou a vida fazendo com a gente - e solta uma ruidosa gargalhada...
- É isso mesmo, meu patrãozinho, só estamos nos antecipando... antes que o senhor f... com a gente a gente já te fu... - há há há há há há...
- Isso é um... um... despropósito!!!
- Des... o quê, patrão? - zomba a nua da piscina!!
- Vistam-se e saiam dessa piscina, agora!!!
- Por que patrão? O que você fará com a gente...
- Vai nos despedir? - há há há há há...
Calmamente, Solépatra vai até à margem da piscina, senta-se numa espreguiçadeira que está sob um grande guarda-sol:
- Vocês são muito pequenos mesmo... acham que isso abala minha riqueza? que isso abala minha fortuna? Não, não abala mesmo... vocês já ouviram falar em seguros-contra-incêncio? seguros-contra-roubos? seguros-contra-atentados?
- Minha pequena casa, avaliada em 3 milhões de reais está completamente coberta pelo seguro... receberei pela insanidade de vocês dinheiro suficiente para construir outra maior e mais bonita... e quanto a vocês...
- Bem, quanto a vocês... cadeia - CADEIA, sim...
A bela cozinheira sai da piscina, vestida como Eva no Paraíso:
- Sim, seu bandido, mas sua família saberá de tudo, de seus roubos, de seus casos amorosos, de sua pilantragem...
- Agora, que você saiu da piscina, faça o favor a você mesma, vista-se... e...
BAAAAAAMMMM, BAAAAAAAMMMMM dois tiros certeiros estouram a cabeça da nua empregada...
Despercebidamente, o jardineiro saíra da piscina enquanto o casal discutia, pegou a arma do porta luvas de Solépatra e alvejou a jovem que cai morta na piscina... ele anda mais dois passos e dá um tiro em sua própria perna, na tíbia... arremessa a arma aos pés de Solépatra e corre manquejando, deixando um rastro de sangue nas calçadas...
Ao verem uma jovem morta, tingindo de vermelho a água da piscina, um rapaz correndo e caindo com a perna ferida, um homem atônito com uma pistola aos seus pés, a polícia se arma e manda que Solépatra coloque as mãos na cabeça...
Algemado, Solépatra é conduzido à viatura policial, enquanto alguns para-médicos do corpo de bombeiros cuidam do jovem ferido na perna.
Ao chegar em casa, os filhos de Solépatra presenciam esta cena dantesca, de muita gente no jardim, esguinchos de água sobre a casa tomada pelo fogo, pai preso, o casal de empregados baleados e nada entendem...
Ao passar pelos filhos, Solépatra diz:
- Meus filhos, quando os bombeiros apagarem o fogo, tranquem os portões e vão para casa de seu tio Ariosvaldo... daqui a uma hora eu chegarei lá...
Os filhos se olham atônitos:
- Você não dizia que queria mudar de vida?! Que sua vida era chata e precisava de uma sacudida?! Pois bem, agora ela vai mudar radicalmente...
- Ô, se vai... mas por quê papai falou que vai ao tio daqui a uma hora?
ME AJUDEM A DEFINIR ISSO, É SÓ VOTAR NA CAIXA AO LADO
O que tens?
O que será que existe por baixo dessa pele nívea?
será uma alma tão branca
quanto a cor da pele anuncia?
será sonhos tão claros como a neve denuncia?
ou será uma alma mais escura
que as intermináveis profundezas abissais?
Quem habita abaixo desses negros fios de cabelo?
um anjo em forma humana que não perturba
mas que acompanha?
uma criatura perfeita
que de tão bela, não pensa ruindades
ou maldades quaisquer?
ou um demônio em forma de mulher,
que só maquina coisas graves,
que deseja o mal da humanidade,
que pensa com egoísmo tudo o que faz?
Quem habita essa mente?
O que será que eu encontro
debaixo desse peito humano?
um coração saltitante, alegre, sorridente e falante?
ou será que há somente,
um coração duro e amargo,
cheio de dores e fracassos?
O que acredito exista
é uma mulher nem alegre, nem triste,
me vive e que não assiste de camarote
sua própria vida.
Virtudes e falhas a compõem
e sua vida
desmente seu nome,
e honra sua existência.
O que tem certamente na mente,
no corpo e no coração teus
nada mais é que tu mesma,
inegavelmente perfeita
mesmo que com imperfeições,
pois perfeita não é a pessoa sem falhas
mas a pessoa que se conhece em si.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
NOVELA: Capítulo 7
Ao chegar, Robuvaldo, um loirão de mais de 2 metros olha pra secretária de Solépatra e faz-lhe um sinal para que se retire. Então, a Sra. Rapina, coroona, que liderava a auditoria, vai direto ao assunto:
- Sua empresa possui 347 funcionários registrados, mas verificamos que no total vocês têm 5243 pessoas trabalhando para sua transportadora. Isso lhe dará um auto de infração no valor de quase vinte e dois milhões e meio de previdência atrasada, há dezoito anos...
- Como é!
- Esta tudo nos autos - continuou a chiquérrima Rapina -... temos também contra você a sonegação fiscal de impostos e taxas federais, que montam cerca de cinco milhões...
Solépatra senta-se lentamente, enquanto olha pros fiscais para ver algo que possa fazer para se livrar dessa...
- Mas o que posso fazer, para diminuir ou acabar com isso?
Nesta hora o terceiro fiscal, um senhor de seus sessenta anos, baixo, redondo como uma maça, entra na conversa:
- Olhe, sabemos que estas tuas cãmeras filmam tudo... e aponta para as duas cameras localizadas na sala... queremos livrar tua cara, mas isso te custará um pouquinho de grana...
- Bem... falou a minha linguagem, estamos falando de quanto?
- Estamos dizendo que você traga as fitas dessas câmeras agora pra gente, e desligue-as...
Solépatra rapidamente levantou-se, foi ao canto da sala, abriu uma parede falsa que escondia uma estante com diversos monitores e aparelhos de gravar DVD...
Pegou todos os 16 DVDs e os entregou à D. Rapina.
- Falo em 300 - disse o velho gordo...
- Sem perguntas. Trezentos no total, e você sai bem limpinho.
- Bem, eu não tenho esse dinheiro todo aqui, Vocês têm que dar um prazo...
- Sabemos que você tem um puta cofre - disse o loirão - vamos lá com você, pegar o dinheiro.
- Ótimo, vamos lá pra casa, agora!
E sai a caravana, em fila única, serpenteando pelas ruas da cidade até chegarem ao apartamento de Solépatra, à beira mar. Sobem à cobertura.
Ninguém de sua família sabia da existência desse apartamento, era seu local de orgias, e onde ele guardava o dinheiro. Solépatra conta três mil notas de cem reais e as entrega à Rapina, que lhe estorque em mais duzentos:
- Isso, meio milhão... - disse o gordinho
- Vamos sair daqui, você espera 20 minutos antes de sair... - disse Rapina...
Assim que os fiscais saem, Solépatra pega o telefone e...
ME AJUDEM A CONTINUAR ESSA NOVELINHA, VOTANDO AO LADO
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